O Santos da temporada passada surpreendeu. No começo da jornada, com toda confusão envolvendo troca de técnico e a chegada de Cuca, chegou a ser apontado como um dos grandes favoritos ao rebaixamento no Brasileirão. Mas, no decorrer do ano, a equipe encaixou e chegou muito bem à final da Libertadores, despachando times como Grêmio - que ainda era uma potência - e Boca Juniors. 

Por isso, antes da decisão do torneio continental contra o Palmeiras, o resultado era totalmente imprevisível. O Verdão, apesar de contar com um elenco muito mais forte, não passava tanta confiança ainda a seu torcedor. E, no próprio jogo do Maracanã, que não foi lá essas coisas, até o gol de Breno Lopes, já no apagar das luzes, eu via o Peixe como mais atrevido e com mais chances de abrir o placar do que a equipe comandada por Abel Ferreira. 

Por isso, por mais que algum flamenguistas fiquem bravos com a afirmação da manchete desta coluna, vejo que não exagero ao apontar que o Rubro-Negro terá menos chances contra o Verdão do que o Santos teve na final da Libertadores de 2020. Tanto pela fase do time da Gávea quanto pela maturidade atingida pelo Palmeiras de Abel. 

Já disse algumas vezes neste espaço que o Alviverde atual lembra o Boca do início dos anos 2000. Um time encardido, frio, que parece saber exatamente a hora certa de atacar para liquidar com seus concorrentes. Ao passo que o Fla de Renato, contando com nomes até mais badalados que o rival paulista, virou uma bagunça imensa e tem enfrentado todos seus adversários, dos mais fracos aos mais fortes, na base do “vamos ver no que vai dar”. E na maioria dos jogos não tem dado nada certo. 

É claro que se trata de final de jogo único. Um cartão vermelho no início do duelo pode mudar tudo o que foi planejado por Abel há meses. Mas, como diria meu chefe Milton Neves, está tão na cara que vai dar Palmeiras, mas tão na cara… que vai dar Palmeiras mesmo! E com menos “sofrência" do que no duelo contra o Santos.