A Fórmula 1 tem exemplos clássicos de carros lindos que, na prática, foram fracassos nas pistas.
Um dos exemplos mais marcantes foi o F6, carro da equipe Fittipaldi projetado pelo australiano Ralph Bellamy para a temporada de 1979.
Após o bom ano de Emerson Fittipaldi com o F5-A, carro que levou o bicampeão ao segundo lugar no GP do Brasil de 1978, em Jacarepaguá, a equipe resolveu apostar em um grande nome para trabalhar no desenvolvimento do próximo carro.
Bellamy foi contratado a peso de ouro após participar do desenho da Lotus, campeã na temporada anterior entre os construtores, entre os pilotos com Mario Andretti e vice com Ronnie Peterson.
De sua mente inventiva nasceu um dos carros mais lindos já vistos até hoje, aproveitando o conceito do efeito-solo, suspensões descobertas, carenagem envolvente e até os espelhos retrovisores eram embutidos no cockpit para otimizar a aerodinâmica.
Mas o projetista "esqueceu" de princípios básicos de mecânica e o carro apresentava torções em sua parte dianteira, tornando-o praticamente impossível de fazer curvas.
Emerson, guiou o novo carro por algumas voltas em Interlagos e retornou aos boxes para conversar com o irmão. Wilsinho, então chefe da equipe:
"Estamos fu....", disse Emerson.
O F6 apresentou tantos problemas durante os testes da pré-temporada, incluindo os freios, que Emerson optou por correr com o modelo do ano anterior, o F5-A, nas duas primeiras provas do ano: Brasil e Argentina. Aliás, foi justamente em Interlagos, prova que teve a dobradinha da Ligier, que Emerson marcou o único ponto para a equipe, terminando em sexto lugar.
O F6 foi utilizado na terceira corrida de 1979, o GP da África do Sul, em Kyalami. Emerson largou em 18º e terminou em 13º, quatro voltas atrás de Gilles Villeneuve (Ferrari), o vencedor.
O F5-A voltou a ser utilizado nas seis etapas seguintes, enquanto o F6 era "repaginado", voltando com a nomenclatura F6-A no GP da Alemanha. A melhor colocação conseguida com o carro foi o sétimo lugar no GP dos EUA (leste). O brasileiro Alex Dias Ribeiro disputou as três últimas provas da temporada como companheiro de equipe de Emerson: San Marino, Canadá e EUA (leste), sem conseguir se classificar para largar em nenhuma delas.
ABAIXO, MATÉRIA ESPECIAL APRESENTADA POR LUCIANO DO VALLE NO GLOBO ESPORTE, COM REPORTAGEM DE REGINALDO LEME EM 1979:
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