Em dezembro de 1996, após quatro temporadas pela Jordan, equipe pela qual havia estreado em 1993, o brasileiro Rubens Barrichello, então com 24 anos, cumpria os primeiros quilômetros a bordo do carro de seu novo time na Fórmula 1, a novata Stewart Grand Prix, que debutaria no Mundial de 1997.

Sem ter conseguido um cockpit capaz de imediatamente permitir com que vencesse na categoria, Rubens aceitou o desafio que estava disponível, a equipe estreante comandada pelo tricampeão Jackie Stewart e seu filho Paul Stewart.

Mas a dupla estava bem calçada pelo apoio robusto da Ford, que entregara um propulsor V-10 confiável e potente. Além disso a equipe debutante contava com o patrocínio sólido do banco britânico HSBC.

Experiência no automobilismo já havia de sobra por parte dos Stewart, com sucesso em categorias anteriores à F1 desde 1988, que levaram ao salto mais ambicioso, quando decidiram montar um time na Fórmula 1, na esteira da nova sede que fundaram, em Milton Keynes, no sudoeste da Inglaterra.

A cidade de Milton Keynes passou a ser bem conhecida do mundo da Fórmula 1, pois a Red Bull tem sua fábrica exatamente ali, e não por acaso, uma vez que a Stewart foi vendida para a Jaguar (do Grupo Fort) e esta acabou sendo adquirida pela Red Bull.

NEBLINA EM UMA PISTA QUE ERA UM AEROPORTO...

O primeiro contato de Rubens Barrichello com o SF01 da Stewart aconteceu em dezembro de 1996, quando ele já havia se desvincilhado do compromisso com o time de Eddie Jordan, mas não foi em um circuito tradicional.

O carro, recém pronto, foi para um aeroporto desativado, onde havia sido montada uma pista, em Boreham, ao norte de Londres.

Pelas imagens, fica claro que fazia muito frio e uma densa neblina dificultava a visão à média distância, assim que o V-10 da Ford foi ligado e Barrichello deixou a tenda onde um boxe improvisado havia sido montado.

Jackie e Paul Stewart estavam animados, e o segundo piloto da equipe, o dinamarquês Jan Magnussen (pai de Kevin Magnussen, que até o ano passado estava na F1, pela Haas), também aparece no vídeo que segue abaixo. 

Aliás, falando em vídeo, além deste primeiro ensaio com o SF01, selecionamos outro, este de janeiro de 1997, quando Barrichello e Magnussen andaram em uma pista de verdade, Silverstone.

A pista estava bastante úmida e o carro estava calçado com pneus para chuva da Bridgestone.

O começo de Barrichello pela Stewart, como previsto, não foi fácil. A confiabilidade do equipamento foi um entrave e o brasileiro não completou os quatro primeiros GPs da temporada de 1997 (Austrália, Brasil, Argentina e San Marino), mas quando concluiu uma corrida foi para chegar perto da vitória, no GP de Mônaco, quando terminou em segundo lugar após ter largado em décimo. Michael Schumacher (Ferrari) foi o vencedor, após partid do segundo lugar no grid. 

Porém, o SF01 tinha muitos problemas e aqueles seis pontos obtidos nas ruas de Monte Carlos com o segundo lugar foram os únicos marcados por Barrichello em 1997. Jan Magnussen passou a temporada sem pontuar.

Barrichello seguiria na Stewart até o final de 1999, mas a sonhada vitória não aconteceu com a equipe, que acabou vencendo com Johnny Herbert no GP da Europa de 1999, em Nurburgring (Alemanha).

Mas a ótima temporada de 1999 de Barrichello pela Stewart foi decisiva para que ele realizasse um sonho pessoal e ser contratado pela Ferrari, onde finalmente, em 2000, no GP da Alemanha (em Hockenheim) conseguiu a primeira de suas 11 vitórias na Fórmula 1.

ABAIXO, VÍDEO DE RUBENS BARRICHELLO NO SHAKEDOWN QUE REALIZOU COM A STEWART GRAND PRIX EM DEZEMBRO DE 1996, NA PISTA DO AEROPORTO DE BOREHAM, NA INGLATERRA. AS IMAGENS SÃO DO CANAL JEAN-MICHEL BOILEAU, DO YOUTUBE

TREINO "DE VERDADE"...

Em 14 de janeiro de 1997, agora em um autódromo de verdade, o tradicional circuito de Silverstone, a Stewart levou seu SF01 para que Rubens Barrichello e Jan Magnussen pudessem acelerar com mais vontade, e o novo modelo ganhou quilometragem vital para a abertura da temporada, na Austrália. VEJA ABAIXO, EM VÍDEO DO CANAL JEAN-MICHEL BOILEAU, DO YOUTUBE

  

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