O Palmeiras é o favorito para ficar com a Copa Libertadores da América, sábado, no Maracanã. Atenção: O fato de ser favorito (não favoritaço) não significa, muito longe disso, que já ganhou.
E é o favorito porque tem melhor elenco.
O Santos tem dois jogadores com potencial para decidir o duelo.
Marinho e Soteldo são atacantes com recursos técnicos e dotados de habilidades suficientes para, em uma jogada, levar o Santos ao tetra da competição.
Mas, bem marcados, como certamente o serão, podem sucumbir. Uma vigilância rigorosa sobre eles pode fazer com que o time de Cuca fique sem alternativas para sair do Maracanã com o título.
O Palmeiras é um time mais coeso.
O português Abel Ferreira dispõe de inúmeras alternativas. Entre os titulares ou no banco de reservas, são várias as opções para mudar o cenário de uma partida.
A diferença financeira entre os dois clubes é enorme. Um, o Palmeiras, tem um investidor sempre disposto a ir ao mercado e contratar o jogador que a comissão técnica pedir.
Situação bem diferente da do Santos.
O clube da Baixada está há dois anos sem um patrocinador master para a sua camisa. Entra em campo com um anunciante eventual, a Fortnite, empresa de jogos eletrônicos da Epic.
O anúncio na camisa santista na final vai gerar uma receita de R$ 1 milhão à combalida conta bancária do clube.
Dinheiro que vem em um momento oportuno para um clube com dívidas imensas no mercado.
Só de patrocínio, o Palmeiras arrecada R$ 81 milhões anuais, pagos pela Crefisa.
O caro leitor ou a cara leitora pode argumentar que investimento não é garantia de títulos no futebol.
É verdade.
A maior prova é o Santos que entra em campo neste sábado.
O Palmeiras não é o favorito porque tem mais dinheiro.
E nem é porque o Santos é, melhor, era, uma bagunça administrativa.
É favorito pelas variedades de alternativas à disposição de Abel Ferreira.
Insistem em afirmar que o Santos continua sendo mal administrado. Trata-se de uma visão equivocada do atual momento do clube. Sim, o Santos viveu um caos administrativo e político.
Teve um presidente (José Carlos Peres) expulso da presidência após um penoso processo de impeachment.
Depois teve Orlando Rollo, que era vice de Peres e assumiu para um mandato provisório. No curto período de três meses de gestão, Rollo falou muito e fez quase nada.
Dava entrevistas coletivas diariamente.
Fez contratações inportunas para um presidente em mandato tampão.
Saiu para a entrada do eleito Andrés Rueda.
E neste início de administração, Rueda dá sinais postivos. Quitou a dívida com o elenco – agora só deve o prêmio pela classificação à final da Libertadores da América.
Os que argumentam que o clube continua afundado na confusão, miram na demissão de Felipe Ximenes, diretor de futebol, e Márcio Santos.
Ambos foram contratados por Orlando Rollo.
Ximenes tinha função definida.
Mas errou ao prometer que o clube pagaria todos os salários atrasados um dia após a vitória por 3 a 0 sobre o Boca Juniors.
Falou o que não devia falar, pois o clube, na ocasião ainda sem dinheiro, não conseguiu cumprir a promessa do dirigente e a atual gestão de Rueda, ficou em péssima situação com o elenco.
Logo que assumiu a presidência, Rueda disse aos jogadores que só faria promessas que tivesse condições de cumprir.
Como Ximenes falou demais, foi demitido.
Já Márcio Santos foi demitido porque Rueda e seus auxiliares perceberam que o tetracampeão do mundo pela Seleção Brasileira era uma figura apenas decorativa na comissão técnica.
Ou seja, não tinha o que fazer no dia a dia do time.
Portanto, insistir que o clube continua bagunçado não condiz com a realidade.
Nem as vendas de Lucas Veríssimo e Diego Pituca, para o Benfica e o Kashimna Antlers, respectivamente, são provas de que a gestão de Andrés Rueda tomou decisões equivocada às vésperas da final.
Lucas Veríssimo quis ir para o Benfica de Jorge Jesus. O Santos fez o que podia fazer para segurá-lo.
O mesmo ocorreu com Pituca.
Méritos para a atual gestão, que conseguiu segurar os dois para a disputa da final da Libertadores.
O Santos pode perder para o Palmeiras. Afinal, o rival tem um elenco mais equilibrado, muito mais coeso.
Falta dinheiro na Vila Belmiro.
Mas, neste momento, elo menos no início de mandato, o clube tem uma gestão eficiente e bem mais profissional do que teve nos últimos anos.
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