No Brasil se joga o melhor futebol do mundo. Trata-se de uma afirmação que não é novidade pra ninguém, mesmo nos últimos anos, em termos de resultados e títulos, tenha deixado a desejar comparando-se com outras épocas.

No Brasil se joga o melhor futebol do mundo. Trata-se de uma afirmação que não é novidade pra ninguém, mesmo nos últimos anos, em termos de resultados e títulos, tenha deixado a desejar comparando-se com outras épocas.

No Brasil se joga o melhor futebol do mundo. Trata-se de uma afirmação que não é novidade pra ninguém, mesmo nos últimos anos, em termos de resultados e títulos, tenha deixado a desejar comparando-se com outras épocas. É a quinta maior nação territorial, mas tal superioridade futebolística nunca existiu do Oiapoque ao Chuí. O melhor futebol do planeta restringia-se principalmente aos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com alguma concorrência de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, principalmente a partir dos anos 60. Veremos a seguir um comparativo dos principais centros brasileiros, com exemplos de equipes e craques, para que possamos ter uma noção e sabermos em qual Estado se jogava o melhor futebol brasileiro, década a década.
Quando Charles Miller introduziu o futebol na cidade de São Paulo, em 1894, claro que a futura metrópole seria a superior na última década do século XIX, pois nos outros Estados a prática futebolística deu-se início praticamente no século seguinte. Nas duas primeiras décadas do século XX, o Estado Paulista tem um destaque maior, pois já tinha um campeonato estadual mais organizado (o primeiro do país). Não existiam competições estaduais de seleções e nem de clubes, portanto os confrontos do eixo Rio-São Paulo eram em partidas amistosas, com os paulistas tendo uma boa vantagem. Nas páginas de jornal, futebol tinha menos destaque que os jogos de críckets. Por ser também um esporte mais voltado à elite, dificultava as classes mais desfavorecidas, atrapalhando na sua popularização. Mesmo a Lei Áurea sendo assinada no dia 13 de maio de 1888, os novos tempos ainda não respiravam tão bem o ar de liberdade para os negros, sendo que eles eram excluídos nas disputadas no nobre esporte britânico. Alguns clubes populares eram fundados, abrindo a porta para pessoas de todas as cores, raças e classe social, mas ainda assim a dificuldade era grande pra se impor no futebol, quando ainda era amador. Outras agremiações que já existiam, mas dedicavam-se inicialmente à outras práticas esportivas também foram pioneiras em tal abertura, tendo a mesma dificuldade de se firmarem.
Em 1914 é formada a primeira Seleção Brasileira, ganhando no mesmo ano o seu primeiro título, que foi a Copa Rocca, uma disputa que envolvia brasileiros e argentinos, o que em nada animou o ainda desinteressado torcedor brasileiro. Somente em 1919, quando o Brasil venceu o seu primeiro campeonato de expressão, que foi o Sul-Americano, realizado no próprio país, é que o futebol tornou-se de fato um esporte popular, abrindo assim novas aberturas ao calendário esportivo e também fazendo com que as classes menos favorecidas pudessem crescer de fato no maravilhoso mundo futebolístico.
1° de janeiro de 1921 inicia-se a década de 20. No ano seguinte acontece o primeiro Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, com os paulistas sendo os campeões, repetindo a dose em 1923, 1926 e 1929. Rio de Janeiro também vence quatro anos, já que houve oito disputas em nove anos (só não ocorreu em 1930). Mesmo com esse equilíbrio, o futebol paulista estava bem acima ao carioca. No início dos anos 20 o Clube Atlético Paulistano dominava o futebol paulista, sagrando-se campeão estadual em 1921 e tinha um reinado que vinha desde o final da década anterior, principalmente quando em 1918 passou a fazer parte do time o centroavante Artur Friedenreich, considerado o melhor jogador brasileiro do futebol amador. O Sport Club Corinthians Paulista foi Tricampeão Paulista de 1922/23/24, quebrando a hegemonia do clube do Jardim América, destacando-se Neco, Amílcar, Tatu e Rodrigues, todos campeões do Bicampeonato Brasileiro de Seleções de 1922/23 e do Sul-Americano de 1922. Em 1925 o Paulistano é o primeiro time do Brasil a realizar uma excursão à Europa, impressionando os europeus com o belo futebol que apresentava, mas quem leva o título é o São Bento do centroavante Feitiço. Nos anos de 1926 e 1927 o Campeonato Paulista é disputado por duas ligas diferentes, com o Paulistano vencendo nos dois anos em uma e o Palestra Itália (atual Palmeiras) fazendo o mesmo na outra, sendo que no último ano o destaque era o Santos Futebol Clube de Feitiço e Araken Patuska que alcançou a fantástica marca de 100 gols em 16 jogos. Já em 1928 nenhum dos dois vence, com o Internacional vencendo na liga do time de Friedenreich e o Corinthians sendo o campeão na outra que disputava o Palestra. No ano de 1929 o Paulistano encerra as suas atividades no futebol, mas conquistando o campeonato, sendo que na outra liga o Corinthians mantém o título, com jogadores de destaque, como Filó, Del Debbio, Rato e De Maria, que iriam jogar no futebol italiano em 1931. E em 1930 o Corinthians vence o seu segundo Tricampeonato Paulista, surgindo no mesmo o São Paulo da Floresta, time que tinha jogadores do Paulistano e da Associação Atlética das Palmeiras, em especial o ainda brilhante atacante Fried. É justamente em 1930 que ocorre a primeira Copa do Mundo de futebol, realizada no Uruguai, mas uma briga entre paulistas e cariocas (por causa de um membro paulista não ter sido aceito na CBD), fez com que a Federação Paulista negasse de ceder seus jogadores, os melhores da época, levando o Brasil a ser representado por um time quase 100% carioca, tendo como base a equipe do Vasco, que tinha o melhor time do Rio de Janeiro com o seu brilhante centromédio (atual médio volante) Fausto, fazendo com que a primeira participação brasileira em Mundiais fosse um fiasco. Tal rivalidade também era muito forte na política (Rio de Janeiro era a capital do Brasil), ocorrendo dois anos depois a famosa Revolução Paulista, o que já é outra história, por sinal bem mais triste, envolvendo um conflito armado.
A década de 30 foi a primeira em que o futebol carioca leva vantagem. No início dela os paulistas destacavam-se com o forte São Paulo da Floresta e o Palestra Itália, vencedor do seu único Tricampeonato e ganhando ainda por cima uma espécie de Torneio Rio-São Paulo, disputado junto com o estadual. Em 1931 o América é Campeão Carioca. O Botafogo do centroavante Carvalho Leite conquista o seu único Tetracampeonato Estadual em 1932/33/34/35. No ano de 1933 surge no Brasil o futebol profissional, sendo que pela outra liga o Bangu é o campeão, o Vasco vence em 1934 e no ano seguinte o vencedor é o América. Mas foi a partir de 1936 que o futebol do Rio de Janeiro inicia o seu período de esplendor, pois além de contar com craques destacados como Leônidas da Silva e Domingos da Guia, o Fluminense resolve contratar quase toda a Seleção Paulista, vencendo o Estadual, com o Vasco sendo o campeão da outra liga. Em 1937 o Campeonato Carioca é novamente disputado numa única liga, com o Flu sagrando-se Bicampeão, tendo o melhor time do Brasil naquela ocasião. Na Copa do Mundo de 1938 o Brasil foi representado finalmente por uma forte seleção, com 16 jogadores de equipes cariocas e o time das Laranjeiras conquista o seu Tricampeonato, contando com craques como Batatais, Romeu, Tim, Hércules e tantos outros. No ano seguinte o Flamengo de Leônidas e Domingos ganha o Carioca. E em 1940 mais uma vez o Fluminense vence. Times como o São Cristóvão e Madureira também montaram grandes equipes na década de 30. No Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais os cariocas tem vantagem, vencendo em 1931, 1935 e 1938/39/40, com os paulistas sendo campeões em três ocasiões e os baianos (quebrando a hegemonia do eixo Rio-São Paulo) conquistando uma vez. 
Ao iniciar a década de 40, o mundo vivia o horror da Segunda Guerra Mundial, o que não atrapalharia a qualidade do futebol brasileiro, já que o Brasil não estava envolvido tão diretamente no conflito. Havia uma disputa muito forte entre os paulistas e cariocas para ver quem era o rei do futebol brasileiro. Clubes como o São Paulo e o Corinthians abriram os seus cofres comprando jogadores do quilate de um Leônidas da Silva e Domingos da Guia. Mas por mais boas que fossem as contratações e com os grandes craques que atuavam em terras bandeirantes, o futebol do Rio de Janeiro ainda despontava como o melhor do país. Uma nova geração surgia, com gênios como Zizinho, Jair Rosa Pinto, Heleno de Freitas e o pernambucano Ademir de Menezes, que faria história no Vasco da Gama e também com uma boa passagem pelo Fluminense. Nos dois primeiros anos da década e embalados com a construção do Pacaembu, o maior estádio nacional na época, os paulistas sagraram-se Bicampeões do Campeonato Brasileiro de Seleções. Em 1943/44 os cariocas também foram BI, repetindo a dose nos anos de 1946 e 1950. A competição não aconteceu em alguns anos da década, pois aos poucos estava perdendo o glamour e por causa de várias competições que a Seleção Brasileira participava. O Fluminense foi o primeiro Campeão Estadual da década, mantendo a base que fez dele o melhor time do Brasil da segunda metade dos anos 30. A equipe do Flamengo conquista o seu primeiro Tricampeonato nos anos de 1942/43/44, com um fantástico time que tinha craques como Zizinho, Domingos da Guia, Jurandir, Sílvio Pirillo e Vevé. Depois de nove anos o Vasco é finalmente campeão (e invicto) em 1945 com uma equipe que já vinha se destacando nos anos anteriores, sendo base do futuro Expresso da Vitória e já contando com o excepcional centroavante Ademir de Menezes. Gentil Cardoso, técnico do Fluminense, pede à diretoria a contratação de Ademir, garantindo que com ele o time seria campeão, o que de fato aconteceu em 1946. No ano de 1947 os vascaínos eram os melhores do futebol carioca e brasileiro, sendo campeões pela segunda vez na década de 40 (invictos novamente) e conquistando no ano seguinte um Torneio Sul-Americano (uma Libertadores da época). De 1939 a 1948 Heleno de Freitas jogou no Botafogo, sendo o principal jogador do time e melhor centroavante brasileiro da década de 40, mas mesmo sendo muito genial, era também genioso ao extremo, envolvendo-se em muitas brigas com os adversários, companheiros de equipe, torcedores e árbitros, pois da mesma forma que ajudava o seu time em grandes vitórias, também atrapalhava, sendo que a curiosidade maior é que o Fogão conseguiu ser campeão justamente no mesmo ano que foi vendido ao Boca Juniors. Mais uma vez de forma invicta o Vasco da Gama sagra-se campeão, vencendo o Campeonato Carioca de 1949 com uma equipe que é considerada a melhor da sua história com craques como Barbosa, Danilo Alvim, Maneca, Ipojucan, Ademir de Menezes, Mário e Heleno de Freitas (o único título que ganhou por um time na sua carreira). E em 1950 o Vasco sagra-se Bicampeão, ano que ocorre a primeira Copa do Mundo do Brasil, sendo base da equipe, mas infelizmente os brasileiros perdem a final para o Uruguai no recém-inaugurado Maracanã, o principal estádio do Mundial.
1951 inicia-se a década de 50, com os torcedores brasileiros ainda sofrendo o trauma pela perda da sua Copa. No ano anterior era criado oficialmente o Torneio Rio-São Paulo, com o Corinthians sendo o seu primeiro campeão. Mesmo o futebol carioca tendo grandes jogadores de 1951 a 1960, a superioridade paulista ficou marcada, principalmente pelos títulos conquistados, grandes vitórias no Maracanã e por ter também extraordinários craques, além do maior jogador de todos os tempos surgir anos depois. Já no primeiro ano da década o Palmeiras conquistou dois importantes campeonatos, que foram o Rio-São Paulo de 1951 e o Copa Rio, embalado pelo título das Cinco Coroas, conquistadas num espaço de menos de um ano, com jogadores como Oberdan Cattani, Waldemar Fiúme, Lima Jair Rosa Pinto, Rodrigues e tantos outros. No mesmo ano de 1951 o Corinthians sagrava-se Campeão Paulista após 10 anos de jejum, com o seu famoso ataque, formado por Cláudio, Luizinho, Baltazer, Carbone e Mário, marcando 103 gols no campeonato, o primeiro time a superar a marca centenária no futebol profissional.  A Portuguesa de Desportos formava o melhor time da sua história, despontando gênios como Djalma Santos, Brandãozinho e Julinho, tendo grande desempenho em partidas no exterior, goleando o campeão de 1951 e vencendo o seu primeiro Torneio Rio-São Paulo no ano seguinte. O Corinthians, ainda com um ataque embalado, torna-se Bicampeão Paulista em 1952. No ano seguinte o Campeão Estadual é o São Paulo, que foi o melhor time paulista da década anterior, formando também um bom time, destacando-se Poy, De Sordi, Mauro, Bauer, Alfredo Ramos, Maurinho, Gino e Teixeirinha. Muitos consideram o Corinthians como o mais importante time do Brasil da década de 50, pelo seu bom desempenho internacional (ficou 32 jogos sem perder, o que é um recorde entre os times brasileiros e ganhando dois títulos contra adversários estrangeiros), sendo Bicampeão do Torneio Rio-São Paulo em 1953/54 e Campeão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, além de contar nas suas fileiras com alguns grandes jogadores já citados, além de Gylmar, Cabeção, Murilo, Idário, Roberto Belangero, Julião, Nardo, Jackson, Rafael Chiarella, Paulo e, anos depois, o atacante Zague. A Portuguesa, outra grande equipe da década, é campeã do Rio-São Paulo de 1955. Para se ter uma ideia o quanto o futebol de São Paulo estava acima ao do Rio de Janeiro, os seis primeiros campeonatos interestaduais (1950 a 1955) foram vencidos por times paulistas (1956 não teve disputa), sendo que o Maracanã era conhecido como Recreio dos Bandeirantes, pois os times geralmente venciam os cariocas. Outra competição de destaque para os paulistas foi o Campeonato Brasileiro de Seleções, vencendo todos que foram disputados na década de 50. Após vinte anos de jejum, o Santos é o novo Campeão Paulista em 1955, com uma equipe que já vinha se destacando desde o campeonato anterior, destacando-se Zito, Ramiro, Formiga, Tite, Álvaro, Del Vecchio, Pagão, Vasconcelos e Pepe, repetindo a dose em 1956, contando com o futuro Rei Pelé, que já havia chegado à Vila Belmiro mas só estrearia profissionalmente no ano seguinte. O Campeonato Paulista de 1957 era dominado pelo Corinthians, que ganhou a Taça dos Invictos e depois ainda ficou mais 10 jogos sem perder (35 no total), mas o São Paulo também possuía uma equipe de respeito, contando com nomes como Mauro, Dino Sani e Canhoteiro, melhorando ainda mais com a chegada de Zizinho, embalando o time e vencendo na justamente o maior rival, que era, até então, o melhor time da competição. Pela primeira vez o Brasil vencia uma Copa do Mundo, a de 1958, com o Santos dominando por completo o Paulistão, sendo que Pelé, o recém-eleito Rei do Futebol, marcou incríveis 58 gols, um recorde que nenhum jogador conquistou em qualquer campeonato disputado mundo afora. Em 1959 o Santos já era considerado o melhor time do Brasil com o seu fantástico ataque formado por Dorval, Jair, Pagão, Pelé e Pepe, vencendo o seu primeiro Torneio Rio-São Paulo, mas perdendo a final do Campeonato Paulista para o Palmeiras, que estava há longos anos sem vencer e que também possuía uma equipe de respeito, contando com Valdir, Djalma Santos, Julinho, Américo, Chinesinho e Romeiro. E em 1960 o Santos encerra a década de 60 com mais um título paulista, tendo agora no seu elenco mais alguns nomes que formaria o futuro melhor time do mundo, aparecendo Mauro, Mengálvio e Coutinho.
Pela superioridade do Santos em relação aos adversários de todo o Brasil, o futebol paulista poderia tranquilamente ser escolhido como o melhor da década de 60, além da Academia do Palmeiras, mas percebo que times como Corinthians, Portuguesa e São Paulo (o único que ainda conseguiu ser campeão na década, em 1970) estavam bem atrás dos dois grandes times, tanto no elenco como nos títulos, o que não faz do futebol bandeirante completo entre todos os grandes times. Minas Gerais teve destaque na década, por ter vencido o Campeonato Brasileiro de Seleções em 1962 (não tinha mais o mesmo destaque das décadas anteriores), mas principalmente pelo timaço do Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes que venceu 5 Estaduais e quebrou a hegemonia do Santos ao vencer a Taça Brasil de 1966, contando com uma equipe bem acima dos seus rivais mineiros. O futebol carioca provavelmente deve ter sido o melhor da década de 60. Em 1961 o Flamengo de Dida vence o seu primeiro Torneio Rio-São Paulo, cabendo ao Botafogo ser o Campeão Carioca. No ano de 1962 o Fogão de Nilton Santos, Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo era um esquadrão, o segundo melhor do Brasil, vencendo tanto o Rio-São Paulo (o primeiro) e o Estadual, sagrando-se Bi. Em 1963 o Flamengo de Carlinhos e Dida é novamente Campeão Carioca. No ano seguinte o ainda forte Botafogo divide o título Torneio Rio-São Paulo com o Santos, contando agora com Gérson, o futuro Canhotinha de Ouro e no Estadual Carioca o Fluminense do goleiro Castilho e do futuro capitão do Tri (Carlos Alberto Torres) vence mais uma vez. Os flamenguistas contavam com o polêmico Almir Pernambuquinho e o artilheiro Silva, faturando o Campeonato Carioca de 1965, mas tiveram que engolir a vitória do Bangu de Paulo Borges no ano seguinte, ocorrendo uma das maiores batalhas campais da história do Maracanã. O último Torneio Rio-São Paulo (voltaria a ser disputado muitos anos depois), de 1966, pode-se afirmar que foi bem disputado entre carioca e paulistas, já que o título foi dividido entre Botafogo, Vasco, Corinthians e Santos, em virtude da Copa do Mundo que já se aproximava. As equipes cariocas nunca venceram o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, disputado de 1967 a 1969, mas em compensação o Botafogo foi o campeão da última Taça Brasil, a de 1968, contando com outra respeitável equipe que tinha Manga, Gérson, Rogério, Roberto Miranda, Jairzinho e Paulo César Caju, sendo também Bicampeões Cariocas em 1967/68. Sempre com equipes competitiva, o Fluminense fatura o Estadual de 1969 e de quebra vence no ano seguinte a única Taça de Prata (uma espécie de Campeonato Brasileiro) que foi disputada, tendo Félix, Galhardo, Marco Antônio, Denílson, Flávio, Samarone e Lula como os principais nomes do seu elenco. E em 1970, após doze anos de jejum, o Vasco é o Campeão Carioca, destacando-se o goleiro Andrada (o que tomou o milésimo gol de Pelé no ano anterior), Fidélis e o goleador Silva Batuta.
Para se escolher o Estado em que se praticava o melhor futebol na década de 70, a princípio, parece ser uma tarefa fácil. Em São Paulo havia o Palmeiras com a sua segunda Academia, a fortíssima Ponte Preta e o brilhante Guarani. No Rio de Janeiro a máquina do Fluminense, o Vasco de 1977 e o Flamengo de Zico. E no Rio Grande do Sul o formidável Internacional três vezes Campeão Brasileiro. Mas optei por Minas Gerais, pois os seus quatro principais clubes, de uma forma geral, tiveram seus momentos de glória na década. Em 1971, o América, que foi Deca Campeão Mineiro nos anos 10 e 20, principal rival do Atlético nos seus primeiros 40 anos, venceu o Estadual, apresentando uma fabulosa equipe, considerada uma das maiores da sua história, tendo como principal jogador o grande Jair Bala e ótimos coadjuvantes, como Pedro Omar, Dirceu Alves e Amauri. No mesmo ano o Atlético Mineiro seria o primeiro Campeão Brasileiro (antes dos títulos da Taça Brasil, Robertão e Taça de Prata ser considerados campeonatos com o mesmo peso a nível nacional), vencendo na final o forte Botafogo em pleno Maracanã, contagiando a sua imensa torcida com o folclórico centroavante Dario, Humberto Monteiro, Renato, Grapete, Vantuir, Oldair, Ronaldo e Humberto Ramos. E também em 1971, o Villa Nova foi Campeão Brasileiro, o primeiro da Série B, comandado pelo experiente treinador Martim Francisco, jogando com Arésio, Cassetete, Zé Borges, Bráulio, Mário Lourenço, Daniel, Piorra, Jésum, Paulinho Cai-Cai, Eduardo Perrela e Dias. O Cruzeiro, desde os anos 60, já apresentava um brilhante futebol, tornando-se o principal responsável por lançar Minas Gerais no cenário esportivo nacional, sendo que na década de 70 o time continuava brilhante, sagrando-seTetracampeão Mineiro em 1972/73/74/75, Vice-Campeão Brasileiro em 1974/75, venceu a Libertadores da América de 1976 e foi Vice-Campeão Mundial, contando com Raul, Dirceu Lopes, Piazza, Zé Carlos, Palhinha Nelinho, Vanderlei, Jairzinho, Roberto Batata, Eduardo Amorim e Joãozinho, todos jogadores de primeira linha. Da mesma forma que os cruzeirenses tiveram o seu reinado, os atleticanos iniciavam o seu a partir de 1977, sendo Campeões Mineiros (Campeonato Mineiro de 1976), Vice-Campeões Brasileiros no mesmo ano (disputando também a final na temporada seguinte, 1978), ganhou os Estaduais de 1978/79/80 (a hegemonia durou até 1983) e mais um Vice Nacional em 1980, embalando os seus torcedores com uma jovem e talentosa geração, formada por João Leite, Toninho Cerezo, Marcelo Oliveira, Ângelo, Paulo Isidoro, Luizinho, Éder e, principalmente, o inesquecível centroavante Reinaldo.
Década de 80 se iniciava e aos poucos o Brasil começava a respirar os ares da democracia. O futebol mineiro teve o Atlético como forte praticamente durante toda a década. Os paulistas tinham o São Paulo como melhor representante através das excelentes equipes montadas, além do Corinthians com sua marcante Democracia Corintiana. E no Rio de Janeiro, times como o Flamengo, Fluminense e Vasco, orgulhavam os cariocas pela boa quantidade de títulos nacionais e por terem um estádio sempre lotado. Mas farei uma homenagem ao Rio Grande do Sul, não que a dupla Grenal tenha jogado um futebol mais técnico, mas apresentou um espírito de competição muito forte, em âmbito estadual, nacional e internacional. De 1969 a 1980 o Internacional teve uma sequência impressionante de títulos, tanto gaúchos quanto brasileiros, levando à loucura seu principal adversário e fazendo vibrar a sua torcida no seu novo estádio, o Beira-Rio. Em 1981 o Grêmio resolveu mudar tal situação, conquistando o seu primeiro Campeonato Brasileiro (o Inter tinha conquistado três), com uma equipe competitiva, marcada pela liderança do goleiro Emerson Leão, além de Paulo Roberto, Hugo De León, Tarciso, Paulo Isidoro e o Artilheiro de Deus Baltazar, o autor do gol do título. No ano seguinte chegaria os gremistas chegariam a mais uma final, mas perderiam para o fortíssimo Flamengo de Zico. As boas performances no Campeonato Brasileiro levarem o Grêmio a vencer a Libertadores da América de 1983 e o Mundial Interclubes no final do ano, com uma espetacular exibição do jovem ponta-direita Renato Gaúcho. O curioso dos times gaúchos é que um se destacava nos campeonatos nacionais e internacionais, sendo que o outro levava os estaduais. De 1981 a 1984, auge das conquistas gremistas, o Internacional foi Campeão Gaúcho, com a brilhante geração de jogadores como Benitez, Mauro Galvão, Mário Sérgio, Ruben Paz, Luis Carlos Winck, Dunga e Kita. O Grêmio reverte a situação, ganhando todos os títulos estaduais de 1985 a 1990, desde os tempos do fantástico Valdo, Renato e Mazaropi e posteriormente com Casemiro, China e Bonamigo. E é justamente nos anos de 1987 a 1989 que vem mais uma curiosidade dos dois principais times gaúchos, pois se o Grêmio faturava tudo nos estaduais, o Internacional foi finalista dos Campeonatos Brasileiros de 1987 (a Copa União) e 1988, sendo Vice-Campeão em ambos, mas ganhando mais uma vez do torcedor brasileiro, que tinha no seu elenco o goleiro Taffarel (o melhor do Brasil na época), Luis Carlos Winck, Aloísio, Pinga, Heider e Amarildo.
Criada em 1989, a Copa do Brasil é um torneio nacional, mas mais rápido que o Campeonato Brasileiro, decidindo os jogos em mata-matas e agora favorecendo os critérios de escolha para avaliar em qual Estado se jogava o melhor futebol. Na década de 90 os cariocas ainda tiveram certo destaque nacionalmente, com o Flamengo vencendo um Campeonato Brasileiro, o Botafogo ganhando um Brasileirão e o Torneio Rio-São Paulo e o Vasco (melhor time carioca da década) conquistou dois Brasileirões, um Rio São Paulo e a inédita Libertadores da América. Entre os gaúchos o Grêmio foi muito copeiro arrebatando duas Copas do Brasil, um Campeonato Brasileiro e uma Libertadores, além do Internacional e Juventude que foram campeões de uma Copa do Brasil. O Cruzeiro foi o orgulho de Minas Gerais, faturando três Copas do Brasil e sua segunda Libertadores da América, sendo também Vice-Campeão Brasileiro. Mas mesmo assim o futebol paulista teve boa vantagem aos demais Estados. O São Paulo de Telê Santana iniciava a década ganhando em o Campeonato Brasileiro, tornando-se Bicampeão Paulista em 1991/92, foi Bi da Libertadores e do Mundial Interclubes em 1992/93 e mais um Paulistão em 1998 com o brilho de Raí, Zetti, Müller, Cafu, Palhinha, Rogério Ceni, Toninho Cerezo, Denílson, França e muitos outros.  A empresa de leites da Parmalat fez uma parceria de sucesso com o Palmeiras trazendo jogadores como Edmundo, Evair, Zinho, Cesar Sampaio, Mazinho, Antônio Carlos, Roberto Carlos, Edílson, Rivaldo, Luizão, Djalminha e despontando anos depois o goleiro prata da casa Marcos, fazendo com que os títulos fossem inevitáveis de serem conquistados, com destaque para os Paulistões de 1993/94 e 1996, o Bicampeonato Brasileiro de 1993/94, o Torneio Rio-São Paulo de 1993 e 2000, a Copa do Brasil de 1998 e sua primeira Libertadores da América em 1999. Da mesma forma que os tradicionais rivais, o Corinthians também teve grandes destaque, ganhando os Paulistões de 1995, 1997 e 1999, a Copa do Brasil de 1995, o Bicampeonato Brasileiro de 1998/99 e o Mundial Interclubes em 2000, tendo na sua galeria de heróis o meia-esquerda Neto, o goleiro Ronaldo, Viola, Marcelinho, Gamarra, Rincón, Vampeta, Ricardinho, Edílson, Dida e Luizão. Depois de muitos anos sem um título importante, o Santos acreditava que venceria o Brasileirão de 1995, sob o comando de Giovanni, mas perdeu na decisão para o Botafogo, sendo que mesmo assim a sua campanha foi muito marcante, conquistando o Torneio Rio-São Paulo no ano seguinte. A Portuguesa também teve destaque na década de 90, chegando a um honroso Vice-Campeonato Brasileiro no ano de 1996 com a talentosa geração de Rodrigo Fabri, Zé Roberto e Zé Maria, sem se esquecer do time que venceu a Copa São Paulo de 1991, revelando o saudoso craque Denner. E teve também times como o Bragantino e São Caetano, Vice-Campeões Brasileiros respectivamente em 1991 e 2000.
Na primeira década do século XXI, o futebol paulista continuou tendo um destaque maior, com o São Paulo sendo pela terceira vez Campeão da Libertadores da América e Mundial Interclubes em 2005, Tricampeão Brasileiro de 2006/07/08 e vencendo o seu primeiro Torneio Rio-São Paulo no ano de 2001; o Corinthians ganhando as Copas do Brasil de 2002 e 2009, o Rio-São Paulo de 2002 e o Brasileirão de 2005; o Santos voltava a se destacar nacionalmente, levando à Vila Belmiro dois Campeonatos Brasileiros em 2002 e 2004 e a Copa do Brasil de 2010; e times como o Santo André e o Paulista de Jundiaí venceram a Copa do Brasil de 2004 e 2005, derrotando Flamengo e Fluminense na final. No Campeonato Paulista o Corinthians ganhou em 2001, 2003 e 2009; o Ituano foi o campeão de 2002; o São Caetano, que tinha sido Vice-Campeão Brasileiro pelo segundo ano consecutivo em 2001, faturou o Paulistão de 2004; São Paulo e Palmeiras, diferente da década anterior, apenas ganharam o Estadual em 2005 e 2008; e o Santos voltava a ganhar títulos paulistas, como o Bicampeonato Paulista de 2006/07 e o de 2010, revelando os novos Meninos da Vila, que tinham Robinho, Diego, Ganso e Neymar.
E para encerrar, década de 10 do século XXI, que ainda nem chegou à sua metade. De 2011 a 2013 há certo equilíbrio entre paulistas e cariocas. O Corinthians ganhou o Campeonato Brasileiro em 2011 e o Palmeiras venceu a Copa do Brasil de 2012. A equipe do Vasco ganha a Copa do Brasil de 2011 e o Fluminense vence o Brasileirão em 2012. Mas os times do São Paulo tem um destaque internacional maior, com o Santos de Neymar ganhando a sua terceira Libertadores no ano de 2011, mas perde a final do Mundial Interclubes para o melhor time do mundo, o Barcelona. Já o time do Corinthians conquista a sua primeira Libertadores em 2012 e é vencedor do Mundial Interclubes, com o bom time do treinador Tite e seu forte elenco composto por Cássio, Ralf, Paulinho, Danilo, Romarinho, Emerson Sheik, Jorge Henrique e Guerrero. No Campeonato Paulista o domínio dos dois times é amplo, com os santista sendo Bicampeões Paulistas em 2011/12 e o Corinthians o último campeão no ano de 2013.
Imagem: @CowboySL










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