Acabou o sonho do Palmeiras de conquistar o Mundial de Clubes da FIFA. Aliás, durou muito pouco, apenas os 90 minutos do jogo contra o Tigres. Tem quem queira encontrar as justificativas para a eliminação, mas é um excesso de preciosismo. A leitura é simples e direta: o Palmeiras não jogou bola, não fez o suficiente para derrotar os mexicanos. Ficou faltando futebol. Como já havia faltado uma semana antes na vitória apertada sobre o Santos na final da Libertadores.
A queda do Verdão expõe algumas coisas importantes. A primeira é que o decréscimo técnico que estamos experimentando no futebol brasileiro década após década interfere não apenas na seleção brasileira como também nos clubes. O México tem se tornado um transtorno nos últimos tempos, tanto no confronto entre seleções como agora também com os clubes.
O futebol mexicano, que muitas vezes é desdenhado, se apresenta cada vez mais forte e organizado. A Liga mexicana paga ótimos salários aos seus jogadores, os clubes são geridos de maneira profissional por grandes empresas e isso se reflete na evolução do esporte. E não se trata apenas de dinheiro porque o México é um país muito parecido com o Brasil do ponto de visto social e econômico.
Enquanto isso, o que um dia foi o país do futebol segue empilhando os seus vexames. Já não produzimos craques como antigamente e a gestão esportiva mantém os mesmos erros e vícios desde quando Charles Muller desembarcou com a bola.
O Palmeiras é um dos times mais bem ajustados e organizados do futebol brasileiro e mesmo assim não foi suficiente para chegar à final do Mundial. E a partir de 2023, com o novo formato desta competição e com a presença de 24 clubes de todo o planeta se reunindo a cada quatro anos, será praticamente impossível acreditar que um time brasileiro volte a colocar uma taça de campeão do mundo na sua galeria de troféus.
Já se vão sete anos do desastre do Mineirão e a goleada por 7 a 1 para a Alemanha, mas há insistência em não evoluir e a passar o esporte brasileiro a limpo. A verdade é que o futebol nada mais é do que o reflexo do país, por isso a situação crítica.
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