Especulado na Seleção Brasileira em 2012, após a demissão do técnico Mano Menezes, Pep Guardiola não acharia uma má ideia treinar a equipe até o mundial de 2014. O jornalista Martí Perarnau, autor da biografia "Guardiola Confidencial", afirma que o treinador gosta do país e admira vários atletas nascidos aqui. Porém, ele acredita que a Confederação Brasileira de Futebol não entrou em contato na época.
"Ele gosta muito dos brasileiros, principalmente dos jogadores. Sempre fala muito bem sobre eles. Teve Romário, Ronaldo e Rivaldo como companheiros em campo. No Bayern, sempre elogiava Rafinha e foi responsável pela chegada de Douglas Costa. O espírito alegre, a habilidade, a técnica e a força são coisas que ele destaca", conta o jornalista em entrevista ao Portal da Band.
"Guardiola nunca fala sobre propostas. Nunca as comenta. Mas acredito que não houve nada. Não deixa de ser uma possibilidade. Está longe de ser o foco principal, mas não é uma coisa descartada", comentou ao ser perguntado sobre o suposto convite de 2012.
"Porém, para comandar a Seleção Brasileira, a questão deveria ser colocada mais aos brasileiros do que para Guardiola. Não sei se, dentro de alguns anos, vão querer um treinador estrangeiro", analisou.
Após acompanhar de perto o trabalho de Pep por 18 meses, o jornalista afirma que o técnico prefere viver apenas o presente e não gosta de falar sobre possibilidades futuras.
"Para ele, o futuro é a próxima partida. Guardiola nunca está pensando em duas ou três partidas mais adiante. Porém, ficou evidente por alguns comentários dele que, um dia, seria interessante comandar uma seleção. Disputar um Mundial seria um grande desafio para ele. Mas, se tratando de Pep, é difícil estar certo de que vai acontecer".
A partida perfeita
A relação de Guardiola com o Brasil não fica apenas no cargo que, hoje, pertence a Tite. Em 2011, quando comandava o Barcelona, o técnico considera ter visto sua equipe jogar "a partida perfeita" diante de um clube brasileiro. Foi contra o Santos, na final do Mundial de Clubes. Perarnau relata que o treinador elegeu a vitória por 4 a 0 como irretocável por alguns motivos.
"O Santos era um adversário muito potente. Neymar era muito jovem, mas fazia parte de uma grande equipe. O clube é muito tradicional e Guardiola respeitava muito. O Barcelona temia a ausência de David Villa, que se machucou nas semifinais e isso poderia ser um grande problema. Foi aí que ele buscou a solução nos meio-campistas", relata Martí, que recebeu esta confissão durante um treino do Bayern de Munique em 2013.
"Nessa partida surgiu uma inovação e se viu, na prática, um 3-7-0. Ele se sente muito satisfeito pelo que viu em campo. Muitos passes, muitas combinações diferentes. O time foi absolutamente dominante diante de um rival importante", completou.
Foto: Divulgação/Bayern de Munique
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