O goleiro corintiano guardou uma metralhadora debaixo da cama e Dino Sani achou necessário o Golpe, para regularizar a situação do país.

O goleiro corintiano guardou uma metralhadora debaixo da cama e Dino Sani achou necessário o Golpe, para regularizar a situação do país.


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Ambos estão na história do futebol brasileiro. Dino Sani estava no grupo campeão do mundo pela Seleção Brasileira, em 1958. Diogo era titular da meta do Corinthians na quebra do tabu diante do Santos (11 anos sem vitórias), em 06 de março de 1968. 

Os mesmos homens, importantes no futebol, tiveram papeis diferentes no regime de exceção, também conhecido como Ditadura Militar, que dominou o Brasil de 1964 a 1985. 

Sani estava voltando ao Brasil para jogar no alvinegro do Parque São Jorge e ficou neutro na luta contra a ditadura, mas acredita que foi necessário o "aperto para regularizar a situação". Já o ex-goleiro corintiano lutou literalmente contra os militares e a tortura tão presente neste período. 

* Dino Sani na imagem ao lado

Em 14 de outubro de 2007, Milton Neves conversou com o filho do guarda-metas alvinegro Cassius Diogo. O jornalista contou a Cassius, que o pai chegou a ser preso por integrantes do Doi-Codi (Centro de Operações de Defesa Interna) por guardar embaixo da cama uma metralhadora, pois não acreditava em um país comandado por militares. O ex-presidente da equipe do Parque São Jorge, Wadih Helu, que tinha influência com os "poderosos" da época, conseguiu liberar o arqueiro da prisão. O filho Cassius reconheceu na Rádio Bandeirantes: "Então foi um herói".

Do outro lado, encontra-se Dino Sani, jogador de grande sucesso no São Paulo, Corinthians, Boca Juniors e Milan, além da Seleção Brasileira e ao lado de João Saldanha, comunista confesso, montou o time tricampeão do mundo em 1970. 

Sani também catedrático ao afirmar que os militares não afetaram em nada o futebol brasileiro e crava: " Foi preciso dar um aperto para regularizar a situação do país".

 A reportagem do Portal Terceiro Tempo ouvi "Il Signore Sani" sobre a influência do governo militar no esporte bretão. 

* foto: Diogo e o filho Cassius

Terceiro Tempo: o que os militares influenciaram no futebol brasileiro?

Dino Sani: Para mim não afetou em nada. Não foi um Golpe Militar. Foi necessário fazer para regularizar o país. 

Terceiro Tempo: Mas não existiu nenhuma pressão para os jogadores e técnicos?

Dino Sani: Não aconteceu nada e acredito que não aconteceu nada para ninguém, acredito eu. Não foi um golpe, foi necessário dar um aperto para regularizar a situação do país.

Terceiro Tempo: Mas o senhor foi convidado para assumir a Seleção Brasileira após a demissão de  João Saldanha (Comunista, que mandou o presidente militar escalar os ministros)?

Dino Sani: Mas quem montou aquele time fui eu e o Saldanha. Eu não podia pegar o lugar dele. Saldanha até agradeceu depois. 

 

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