Nico Hülkenberg é um piloto muito bom. Não pela vitória nas 24 Horas de Le Mans no último domingo, fazendo sua primeira participação em Sarthe, mas por seu currículo, com triunfos de peso, como títulos na A1 GP, F3 Euroseries e GP2, este último em 2009, que sacramentou seu ingresso na F1 no ano seguinte, pela Williams.
A carreira do alemão na F1 definitivamente não decolou.
Em quatro temporadas (não disputou em 2011, quando foi test driver da Force India, sua atual equipe), nunca subiu ao pódio.
Uma lotérica pole em Interlagos/2010, naquela situação pista úmida, pista seca, zebra de dimensões semelhantes à vitória de Olivier Panis em Mônaco/96.
Ao longo de 2013 seu nome foi ventilado nas gigantes Ferrari e McLaren para a temporada de 2014. Perdeu a vaga para Raikkonen e Magnussen, respectivamente. Assim, teve de se contentar com a Force India, que se fosse uma seleção de futebol estaria no nível da Bélgica, aquela que sempre fica na promessa.
A Fórmula 1 não costuma se curvar à outras categorias. Fugindo à quase regra, nos bons tempos da Indy alguns pilotos foram catapultados à categoria, casos de Michael Andretti, Alessandro Zanardi, Juan Pablo Montoya e Jacques Villeneuve. Destaque para estes dois últimos, sobretudo Jacques.
A dinâmica de uma corrida de endurance é bem distinta de uma prova na F1. A vitória de Hülkenberg pela Porsche (que fez a dobradinha em Le Mans), não foi fruto da presença do piloto alemão de 27 anos.
Estivesse Alonso em seu lugar, ou Carlos Sainz Jr. ou Daniil Kvyat, o carro 19 da fábrica de Stuttgart também cruzaria a linha de chegada em primeiro lugar.
Para a F1, Hülkenberg não é melhor por ter vencido em Le Mans. Seus resultados na Fórmula 1 não são animadores a ponto de seu passe passar a valer mais que os de Bottas, Ricciardo ou Verstappen.
Se a F1 acenar para Hülkenberg com algo melhor que a Force India em 2016, estará confessando não ter percebido seu real valor.
Basta lembrar que em 1991, dois pilotos que estavam na ativa na F1, o belga Bertrand Gachot e o britânico Johnny Herbert, venceram as 24 Horas de Le Mans, ao lado do alemão Volker Weidler.
A carreira de Gachot não decolou. Um ano pela Larrousse, um ano sabático e duas temporadas pela Pacific.
Herbert foi melhor, três vitórias e bons salários em equipes que disputavam pódios, como Benetton e Stewart. A vitória em Le Mans não os tornou indispensáveis à F1.
Se eu fosse Hülkenberg não me animaria muito. Terminaria a temporada de 2015 nos insossos carros da F1 que não fazem barulho e fincaria raízes no time oficial da Porsche no WEC.
Foto: Divulgação
O vitorioso Porsche 911 Hybrid nas 24 Horas de Le Mans, guiado por Nico Hülkenberg, Earl Bamber e Nick Tandy. Foto: Divulgação/Porsche
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