Do UOL, em São Paulo
Marcelo Melo e Lukasz Kubot entraram em quadra em busca do maior feito de suas carreiras. E eles conseguiram. A dupla do brasileiro e do polonês venceram a final de Wimbledon por 3 sets a 2 – parciais de 5/7, 7/5, 7/6(7-2), 3/6 e 13/11.
A vitória também faz de Marcelo Melo o primeiro brasileiro a vencer em Wimbledon. Antes dele, somente Maria Esther Bueno havia levantado o troféu em Londres. Somando simples e duplas, ela foi campeã oito vezes. Todos os campeonatos foram antes de 1968, quando profissionais começaram a competir nos Grand Slams.
A conquista é uma realização pessoal do brasileiro que desde o começo do ano afirmava que vencer o torneio mais tradicional do tênis era a prioridade deste ano. A consagração veio num jogo emocionante, decidido apenas no quinto set e com alto nível técnico. Este é o segundo tíitulo de Grand Slam de Marcelo Melo. Ele ganhou Roland Garros em 2015.
Com o título, Melo e Kubot fecharam com chave de ouro a temporada na grama, onde venceram os três torneios que disputaram: ATP 250 s-Hertogenbosch (Holanda) e ATP 500 de Halle (Alemanha). O desempenho nos torneios credenciou Melo e Kubot como favoritos ao título em Londres.
Para completar o cenário ideal, eles chegaram a final como dupla número um do mundo depois de vencerem os ex-líderes nas semifinais. Mas a partida foi encardida.
O austríaco Oliver Marach e o croata Mate Pavic não tinham currículo até chegar a final desta edição de Wimbledon. Ocorre que eles começaram muito fortes no saque e ameaçadores nas devoluções. O mais efetivo foi Pavic, que pressionou bastante os serviços de Melo e Kubot.
Lágrimas por todos os lados
Assim que o jogo terminou, Marcelo Melo deitou na quadra e cobriu o rosto. Depois que ele cumprimentou os adversários e o juiz, ajoelhou-se na quadra central, beijou a grama e não escondeu as lágrimas. Em seguida, abraçou Lukasz Kubot e apontou com o indicador para o peito do parceiro que também chorava.
Quando Marcelo encontrou o seu técnico e irmão, Daniel Melo, o abraço foi longo e vibrante. Todas as pessoas que estavam no boxe pularam. Enquanto isso, Pavic enrolou uma toalha na cabeça para esconder o choro.
Na hora de pegar o troféu, Marcelo Melo deu uma mordidinha na taça. Mas a relação entre eles é de amor e ela ganhou um beijinho na sequência.
Jogo interrompido
O jogo foi tão equilibrado que acabou a luz natural e não acabou a partida. O juiz interrompeu o confronto para fechar o teto quando o placar marcava 11/11 no quinto set. O procedimento demorou 10 minutos e quem sacava na sequência era Marcelo Melo.
O brasileiro aproveitou para trocar de roupas e ir ao banheiro. Mas ele voltou logo dos vestiários para não perder o ritmo de jogo. Sacar mal significaria abrir chance de um break point e dar adeus a chance de título.
O jogo ficou suspenso 12 minutos, mas estava tão emocionante que ninguém arredou o pé. Na volta, a dupla brasileira ganhou dois games e fechou a partida.
Ponto a ponto
O brasileiro e o polonês eram favoritos, mas a partida foi muito equilibrada. O começo foi com os sacadores prevalecendo com tranquilidade. Mas no final do primeiro set, Marach e Pavic encaixaram boas devoluções e quebraram Kubot. Resultado, 7/5.
A vantagem permitiu que jogassem mais soltos e pressionaram a dubla de Melo que suava para confirmar os serviços. Mas foi a vez dele e Kubot subirem o nível no final do set e ganhar por 7/5. Em um jogo tão equilibrado, normal haver um tie break. Melo e seu parceiro conseguiram se impor e levara, 7/6 (7/2);
Marach passou a sentir dores no joelho e esquerdo e o momento era dos adversários. Mas a coisa continuou encardida. Melo e Kubot foram quebrados no quarto set e viram a decisão ir para o quinto set.
O momento "haja coração" anunciava um jogo em aberto e pendendo para quem aproveitasse melhor as oportunidades. Era a quarta partida de Melo que ia para o quinto set em Wimbledon. Houve uma queda na qualidade das devoluções, mas os games foram nervosos. Cada ponto valia muito.
O brasileiro e o polonês tiveram dois match points e não cacifaram. Os games continuaram nervosos e havia comemoração e até berros quando os duplistas confirmavam o serviço. Quando sacava em 8/8, foi a vez de Kubot evitar três break points.
Foto: David Ramos/Getty Images - retirada do UOL
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