Com sérios problemas financeiros, o Santos vive um dos períodos mais dramáticos de sua história. Recentemente o clube da Vila Belmiro se livrou de três “transfers bans” impostos pela Fifa por dívidas não pagas, conviveu com salários atrasados, e tem sido constantemente acionado na justiça por credores antigos.
O presidente alvinegro, Andrés Rueda, assumiu o clube com um discurso de austeridade, prometendo colocar as contas em ordem e de fato vem cumprindo a promessa. Mas enquanto “vende o almoço para comprar a janta”, o Peixe vai perdendo peças importantíssimas de seu elenco “a preço de banana”.
Nos últimos dias, Luan Peres foi anunciado pelo Olympique de Marselha. Titular da defesa santista há três temporadas, destaque na zaga santista, o jogador deixou a Vila Belmiro por cerca de 4 milhões de euros (R$ 25 milhões). Há quem aponte o valor como justo por um atleta de 26 anos. A verdade é que Luan entregava um excelente retorno técnico e vinha se consolidando como um dos melhores zagueiros do país
Algo semelhante aconteceu com Lucas Veríssimo: esse já estabelecido como um dos melhores do nosso país na posição, o ex-defensor santista foi vendido ao Benfica no início de 2021 por 6,5 milhões de euros (R$ 41 milhões). Bastou chegar ao Benfica para ser chamado para a seleção brasileira – uma lesão acabou provocando seu corte da lista do técnico Tite – e certamente Veríssimo terá grande carreira internacional. Era uma excelente oportunidade para o Peixe lucrar ainda mais.
Outro titular absoluto da equipe santista nos últimos anos e que saiu “de graça” foi Diego Pituca. Vendido ao Kashima Antlers, do Japão, numa proposta que era excelente ao jogador, Pituca, que vinha mostrando bola para ser titular em qualquer meio-campo da Série A do Brasileirão, acabou negociado por apenas Pituca 1,6 milhão de dólares (R$ 8,2 milhões).
No caso de Soteldo a situação foi ainda pior: o venezuelano vinha se destacando como um dos grandes jogadores do Campeonato Brasileiro, diferencial da equipe santista, desejado por muitas equipes e acabou saindo US$ 6 milhões (cerca de R$ 33 milhões). A questão é que o Santos não ficou com nenhum centavo desse montante. Todo o valor recebido na negociação foi repassado ao Huachipato, antigo clube de Soteldo, que acionava o Peixe junto à Fifa por não receber os valores negociados em 2019, na gestão temerária do antigo presidente José Carlos Peres.
O torcedor santista – e de muitos outros clubes – se acostumou ao longo dos anos a ver dirigentes irresponsáveis fazendo loucuras com o dinheiro que o clube tem e não tem. A bola de neve cresceu desenfreadamente e a conta chegou. A dívida alvinegra hoje beira os R$ 600 milhões e a arrecadação, após um ano e meia de pandemia, caiu.
Em 2021 o Santos acabou vendendo quatro jogadores que seriam titulares em qualquer equipe do Brasileirão por verdadeiras pechinchas. E o pior é que mal dá para culpar a atual gestão que, com o pires na mão, virou refém do mercado.
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