“Mas um dia, nóis nem pode se alembrá, veio os homi c’as ferramenta, que o dono mando derrubá”

“Mas um dia, nóis nem pode se alembrá, veio os homi c’as ferramenta, que o dono mando derrubá”

“Mas um dia, nóis nem pode se alembrá, veio os homi c’as ferramenta, que o dono mando derrubá”.

Ontem, quando o Atlético Paranaense fez 1x0 no Palmeiras, me veio à mente a letra de Saudosa Maloca, do genial Adoniran Barbosa. Não sou palmeirense, mas possuo grandes amigos que o são, dentre os quais cito o gringo Juan Carlos Figueiroa (o rei dos stents); Dr. Primo Edson Iervolino; Engº Roberto Martinez, meu compadre; Carlos Eduardo e Bruno Calió; Nicola Lauletta, da Echo’s Studio; o grande Teobaldo (eterno Guarda Juju, da Praça); o showman Moacyr Franco e o saudoso Prof. Nicola Giannini, mestre querido da língua portuguesa. Imaginei-os seguindo a canção de Adoniran: “Peguemos todas nossas coisa e fumo pro meio da rua apreciá a demolição. Que tristeza que nóis sentia. Cada tauba que caída, duía no coração”.

Mas aí veio o pênalti. Pênalti daquele em que o defensor é penalizado pelo fato de possuir braço. E com o pênalti veio o gol de empate. Era como se tivesse chegado um advogado com uma liminar impedindo a demolição da maloca de Adoniran, Mato Grosso e o Joca.

As taubas já não caíam, mas o coração do palmeirense não deixava de doer em cada defesa (e quantas ele fez, meu deus!) do goleiro Fernando Prass. E Valdívia – chamado por muitos de “el mago”, mas pelo que enche o saco devia se chamar “el bago” – se desdobrava. Que ironia. Justo Valdívia, que passara o ano todo dando um pé na bunda do Palmeiras, agora era quem jogava com um pé só. Foi, sem dúvida, o destaque de um time cujos jogadores, em sua maioria, têm quatro pés.

Veio, enfim, com o gol do Santos contra o Vitória, o embargo final à demolição. Menos mal para Palmeiras e Vitória que o gol santista foi marcado por Thiago Ribeiro. Já imaginou se fosse o Leandro Damião? Imagine que cruel para o Vitória ser rebaixado com gol um dele. E o Palmeiras, então? Permanecer na primeira divisão graças a Leandro Damião? Seria vexame demais.

Assim, ontem, terminada a última rodada, o Palmeiras se safou de ver a sua (nova) casa cair. E no futebol, assim como na política, para alguém ser feliz é preciso que outro alguém sífu. Vitória e Bahia foram para a Série B. Ambos foram os escolhidos pelos deuses apesar de todo o saravá disponível na terra de Rui Barbosa. Em 2015 a Série A do Brasileiro continuará com pizza, mas não teremos vatapá.

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Foto: UOL

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