Não é à toa que desbancaram os protagonistas do tênis mundial e vão decidir uma final de Grand Slam que, pela primeira vez desde 2005, não terá um representante do quarteto Federer, Nadal, Andy Murray e Novak Djokovic

Não é à toa que desbancaram os protagonistas do tênis mundial e vão decidir uma final de Grand Slam que, pela primeira vez desde 2005, não terá um representante do quarteto Federer, Nadal, Andy Murray e Novak Djokovic

Eles podem não ser conhecidos pelo grande público, nem ser estrelas do quilate de Rafael Nadal e Roger Federer. Mas Marin Cilic e Kei Nishikori vão disputar o título do Aberto dos Estados Unidos com méritos e um histórico de superação. Eles enfrentaram desde uma suspensão por doping ao risco de não disputar o torneio por causa de uma lesão.

Não é à toa que desbancaram os protagonistas do tênis mundial e vão decidir uma final de Grand Slam que, pela primeira vez desde 2005, não terá um representante do quarteto Federer, Nadal, Andy Murray e Novak Djokovic. Mas quem são esses azarões?

Marin Cilic derrotou Federer e chegou à final menos de um ano depois de enfrentar o momento mais difícil de sua carreira. Ele ficou suspenso por quatro meses depois de ser pego no exame anti-doping por ingerir a substância proibida niquetamida no Torneio de Munique, em maio do ano passado.

Cilic se defendeu alegando que não teve a intenção de se dopar e ingeriu a substância por meio de tabletes de glicose comprados por outra pessoa em uma farmácia. O tribunal entendeu que o croata usou a niquetamida de forma acidental, e não com a intenção de melhorar a sua performance. Por isso, sua suspensão foi reduzida de nove para quatro meses.

Ainda assim, ele despencou no ranking e teve que lidar com proibição de exercer sua profissão. Ele diz que foi um momento difícil, mas importante até para a sua evolução nas quadras.

"Foi um período difícil porque eu não sabia quando eu iria voltar. Mas também foi um bom período para mim. Amadureci e continuei trabalhando dia após dia. Não fiquei descansando sem fazer nada. Então eu acho que isso me ajudou a melhorar fisicamente. Além disso, me ajudou a ter tempo para colocar algumas coisas novas no meu jogo, que estão me ajudando a jogar bem agora", avaliou.

Seu rival Nishikori não enfrentou o doping, mas também não teve vida fácil para se tornar o primeiro asiático a disputar uma final masculina de Slam na história.

Nishikori convive com um longo histórico de problemas físicos. Já abandonou torneios importantes por lesões no quadril, cotovelo, abdominal, na virilha e joelho.

Dessa vez, por muito pouco não desistiu de disputar o torneio norte-americano. O japonês ficou afastado para fazer uma intervenção cirúrgica para a retirada de um cisto em um dedo do pé direito.

Por isso, não disputou os Masters de Toronto e Cincinnati e pensou em desistir da primeira rodada de Nova York, já que havia retornado aos treinos pouco mais de uma semana antes do início da competição.

Na ocasião, ele declarou à à agência de notícias japonesa Kyodo. "Eu tive dúvidas se jogaria, mas eu vou me dar uma chance. Eu não tenho ritmo de jogo e não sei se serei capaz de continuar na disputa quando precisar de uma movimentação rápida. Se a dor voltar no dia do jogo, eu não sei se vou jogar. Eu não sei se vou ser capaz de passar da primeira rodada", disse.

Para sair da situação difícil e crescer no circuito, os dois tenistas recorreram a técnicos renomados com quem tinham identificação desde cedo. O norte-americano de descendência asiática Michael Chang, vencedor de Rolang Garros, tem ajudado bastante o japonês.

"Tem sido muito útil, inclusive mentalmente. Eu sinto que meu tênis está mudando, está um pouco mais agressivo e eu estou jogando com mais confiança. Ele é duro, mas talvez eu precisasse de alguma coisa diferente. Algumas pessoas podem me empurrar."

Cilic também recorreu a um ex-jogador renovado. O campeão de Wimbledon Goran Ivanisevic conhece o compatriota Cilic desde os nove anos de idade, mas passou a treiná-lo há pouco tempo durante o período difícil em que ele estava suspenso. Isso o ajudou muito durante o processo.

"Você pode ver que há uma justiça", disse Ivanisevic, na época. "Tem alguém observando no andar de cima. Ele foi acusado por nada. Mas ficou mentalmente focado e isso está valendo a pena."

FOTO: UOL

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