O torneio que foi essencial para a consolidação do Brasil no passado pode ser decisiva nos rumos futuros da equipe de Tite

O torneio que foi essencial para a consolidação do Brasil no passado pode ser decisiva nos rumos futuros da equipe de Tite

O brasileiro acostumou-se a comemorar conquistas de títulos mundiais no futebol. O histórico vencedor em Copas do Mundo fez com que a Copa América se tornasse “café pequeno” aos olhos do torcedor tupiniquim, mas a verdade é que essa taça foi por muito tempo sinônimo de fracasso e frustração do selecionado verde e amarelo, fazendo com que nomes históricos do nosso país jamais o tenha conquistado.

Competição entre seleções mais antiga da história do futebol entre as que ainda são disputadas, a Copa América jamais foi levantada por ícones de duas das maiores gerações do futebol nacional como Pelé e Garrincha, Zico e Sócrates.

Foram 40 anos sem conquistar o torneio continental. Depois de vencer o ainda denominado Campeonato Sul-americano em 1949, a seleção brasileira só voltou a conquistar a competição em 1989 – coincidentemente as duas edições disputadas em solo tupiniquim. Nesse meio tempo, o rei Pelé disputou apenas uma edição do torneio, em 1959, quando foi artilheiro e a equipe brasileira foi até a final, perdendo para a Argentina que sediava a edição naquela oportunidade.

Zico, por sua vez, defendeu a seleção na Copa América em 1979. Mesmo com o Galinho, o Brasil ficou com a terceira posição e a competição foi vencida pelo Paraguai que havia eliminado os brasileiros nas semifinais.

No período de seca, muitas vezes o Brasil sequer enviou seus principais jogadores para as disputas. Em 1967, por exemplo, a seleção canarinho nem mesmo participou da competição por divergências com a organização. Na edição que marcou a única participação de Zico, a seleção brasileira foi com um time pra lá de qualificado com boa parte dos atletas que formariam a histórica seleção de 82. Além do camisa 10 flamenguista, foram chamados Junior, Falcão, Sócrates. Nos anos seguintes, o Galinho de Quintino se transferiu para o futebol europeu e como na época atletas que atuavam em mercados internacionais não vinham disputar a competição sul-americana, o Brasil ficou desfalcado – ainda assim, nas edições subsequentes o selecionado verde e amarelo levou nomes importantíssimos como Roberto Dinamite, Sócrates, Leão e Junior em 83, e Romário, Careca e Raí em 87.

A taça, que em seus primórdios foi essencial para a consolidação internacional da seleção chega a mais uma edição da competição e o Brasil está novamente pressionado para conquistar o título. Vindo de três eliminações vexatórias nas duas últimas edições do torneio, além dos fracassos nas Copas do Mundo de 2018 e 2014, o selecionado canarinho voltará a jogar em casa – a última oportunidade foi em 1989 e o time liderado por Romário levantou o troféu – e enfrentará a pressão popular que não aceita nada menos que o título.

O bom desempenho e, especialmente, o resultado positivo na Copa América pode ser decisivo para definir os rumos da seleção nos próximos anos. O título – acompanhado de boas apresentações – pode resultar na consolidação de uma equipe que precisa de resultados e bom futebol para iniciar um novo ciclo de Copa do Mundo. Quando conquistou a edição de 2007, sob o comando de Dunga, a seleção fortaleceu nomes que seriam importantes até a Copa de 2010 como Júlio Baptista, Daniel Alves, Elano e Robinho. O mesmo aconteceu em 2004, quando o Brasil levou um time B para a disputa do torneio continental e deu a oportunidade para Adriano se consolidar com a camisa verde e amarela.

Triunfar em 2019, jogando em casa, pode fortalecer não só o técnico Tite – que já declarou estar ciente que a continuidade de seu trabalho depende do sucesso na competição – mas também dar protagonismo a nomes que ainda são emergentes com a camisa da seleção – Roberto Firmino, David Neres, Richarlison, Everton – ou ainda dar um novo gás àqueles que já tiveram espaço e ainda não se firmaram – casos de Gabriel Jesus e Philippe Coutinho.

 

Foto: Conmebol/Divulgação

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