Lino Tavares
Completamente lotado, o Monumental de Nuñes, em Buenos Aires, foi palco talvez da mais emocionante decisão da Copa Libertadores da América, de todos os tempos.
Tanto como jornalista esportivo quanto como torcedor, já assisti a várias decisões dessa que é a mais importante competição da América.
Nenhuma contudo teve seu desfecho de forma tão justa como esta. Venceu quem merecia vencer, o Botafogo de Futebol e Regatas, que não poderia ter lapidado sua primeira conquista do torneio de forma mais digna e heroica como lapidou.
Desde que se ficou sabendo que a decisão em 2024 seria entre os alvinegros mineiro e carioca, a equipe botafoguense fez por merecer a condição de favorita ao título.
Motivos sobravam para esse favoritismo, pois falávamos de uma decisão que reunia o líder do Brasileirão diante de um time que nunca passou da metade da tabela do campeonato brasileiro deste ano.
Ultimamente a superioridade do Botafogo sobre o Atlético Mineiro ficou consubstanciada nas recentes atuações de ambos no certame nacional.
Enquanto o time carioca vinha de uma vitória espetacular sobre o vice-líder Palmeiras, a equipe mineira amargava uma série de resultados sem ganhar de ninguém.
Soma-se ao mérito da conquista do Botafogo o fato de ter sido corajoso, atuando com todos os seus titulares no jogo do Brasileirão que antecedeu a essa decisão, enquanto o adversário poupou seus titulares, diante de tal circunstância, mandando a campo um time reserva que acabou perdendo para o Juventude.
Reportando-me agora sobre o que me foi dado observar no decorrer desse jogo inesquecível de 30 de novembro de 2024, afirmo com todas as letras que ele só não foi tecnicamente uma partida de encher os olhos, porque o juiz a estragou no primeiro minuto de bola rolando.
A expulsão do jogador do Botafogo no limiar da partida foi injusta; pura "forçação de barra". O árbitro deu cartão vermelho para Gregori, principal homem de contenção de bola do alvinegro carioca, em função do que viu no atleta vítima da falta, que sangrou bastante e teve que ser retirado de campo.
Não ficou clara contudo a intenção de o jogador faltoso em provocar a lesão no adversário. Foi falta sim, mas consequente de um lance acidental, sem a deliberação portanto de machucar o atleta do time oponente..
Mas, movido mais pela emoção do que pela razão, o árbitro, ao invés do cartão amarelo, resolveu mostrar o vermelho ao craque do Botafogo, fazendo lembrar aquela música da Rita Lee, que diz "Se Deborah Kerr que Gregory Peck, não vou bancar o santinho..."
O curioso nessa história é que, logo depois do lance da expulsão, um jogador do Atlético derrubou seu colega do Botafogo com uma gravata, lance faltoso claramente intencional, sem ter sido punido com cartão amarelo.
Pelo que se viu no desenrolar do confronto, deu para perceber que o árbitro não estava muito satisfeito com o fato de o Botafogo ter saltado à frente no placar, mesmo com um homem a menos.
É o que deixou transparecer pelo fato de não ter tomado a iniciativa de marcar o pênalti claro a favor do Botafogo,que só foi validado mediante interferência do VAR, que o advertiu para a existência do lance faltoso que o originou,
Sem saber tirar partido do fato de contar com um homem a mais em campo, o técnico atleticano preferiu continuar com precauções defensivas, mantendo a linha de três zagueiros, e amargou um 2 a 0 até o final do primeiro tempo.
Na segunda etapa, corrigiu o equívoco, imprimindo na equipe mineira um posicionamento mais ofensivo que lhe garantiu o predomínio das ações e o gol de desconto no placar.
Por conta dessa mudança de postura, quase chegou ao empate, algo que não aconteceu devido a má sorte do chileno Vargas, que perdeu dois gols de maneira inacreditável.
Mas era o predomínio calcado na quantidade e não na qualidade, já que a equipe dominante continuava atuando com onze jogadores contra dez do time dominado.
Conforme o dito popular "quem não faz leva", o Galo não só abusou no desperdício de chances de gol como levou mais um no finalzinho do jogo, consolidando-se assim aquele que é o desejo dos justos: "que vença o melhor !"
Encerrando este comentário esportivo, cumprimento os antigos colegas do curso de Comunicação Social da PUCRS, pelo fantástico Encontro realizado em Porto Alegre, neste 30 de novembro, comemorativo aos nossos 50 anos de formatura, ao qual deixei de comparecer por motivo profissional, como corrobora esse trabalho jornalístico.
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Jornalista Lino Tavares, colaborador do Portal Terceiro Tempo, ganha o título de “Pitonisa Verdadeira”
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