Gustavo Scarpa teve boa atuação no Paulistão, mas problemas extracampo o afastaram do Palmeiras

Gustavo Scarpa teve boa atuação no Paulistão, mas problemas extracampo o afastaram do Palmeiras

Danilo Lavieri

Gustavo Scarpa foi do céu ao inferno em 2018. Depois de crescer de produção no início do ano, precisou ficar afastado do Palmeiras. Ou por problemas de lesão ou por problemas de Justiça. Como o próprio meia gosta de falar, a persistência e fé venceram e ele conseguiu entrar para a história do clube com um título Brasileiro.

Em entrevista ao UOL Esporte, ele lembrou da chance de ir para o futebol da Arábia Saudita, mas revelou que disse não por ter um compromisso com o Alviverde. O atleta ainda afirmou que não tem posição preferida e que se coloca à disposição de Felipão para atuar em qualquer lugar "que tiver um espacinho".

Scarpa ainda admitiu ter um sentimento ruim que ele nem soube nomear em relação à saída do Fluminense, mas descartou torcer contra os cariocas na luta contra o rebaixamento porque ainda deixou amigos nas Laranjeiras.

Confira a entrevista completa de Gustavo Scarpa:

UOL Esporte: O ano de 2018 te colocou no topo e no poço. Um ano cheio de problemas fora de campo, mas que terminou com um título. Como conseguir equilibrar as coisas?
Gustavo Scarpa: Eu procuro separar muito bem a minha vida pessoal da profissional. Quero que os picos, de coisas muito boas ou muito ruins não atrapalhem a minha vida. Foi difícil, por lesão e questões judiciais, mas eu lidei muito bem. Não me atrapalhou e acho que o título brasileiro veio para coroar o ano difícil que eu tive.

UOL Esporte: No meio das confusões nos tribunais, chegou-se a cogitar que você iria para a Arábia. Teve essa chance?
Gustavo Scarpa: Realmente teve o negócio da Arábia e mais um desses clubes que não me recordo. Mas, cara, o Palmeiras já tinha me ajudado demais. Independentemente de o contrato não ter mais validade por um tempo, a palavra que eu dei vale muito mais do que a assinatura. O Palmeiras, mesmo sem precisar, honrou alguns compromissos comigo. O time me ajudou, então não tinha como não voltar ao Palmeiras.

UOL Esporte: É tão diferente assim a estrutura do Palmeiras em relação aos outros clubes?
Gustavo Scarpa: Sem nenhuma dúvida. Do que eu já vi no Brasil, é a melhor estrutura de longe. É de primeiro mundo. Quando você conhece a estrutura, não tem como não aceitar. Eu fiquei muito feliz de vir para o Palmeiras, a estrutura realmente é fenomenal. São excelentes profissionais e espero crescer mais.

UOL Esporte: Onde você prefere jogar no time? Aberto pela ponta? Centralizado?
Gustavo Scarpa: Eu pergunto onde está sobrando a vaga (risos). Eu não tenho preferência. Eu quero ajudar a equipe no que precisar, não importa a posição. Quando aparece brecha, eles me colocam sem receio, porque estou aqui para ajudar.

UOL Esporte: Você seria titular na maioria dos times da Série A, mas, no Palmeiras, precisa buscar espaço. Como controlar essa vontade de jogar?
Gustavo Scarpa: É mais questão de educação, assim. Saber que tem um cara, na tua posição, lutando pelo mesmo espaço, um cara que é pai de família, treinando e batalhando. E você saber respeitar a oportunidade do cara. Deu muito certo o rodízio aqui, porque disputamos três competições. Que sirva de exemplo para as outras equipes. Precisa saber respeitar.

UOL Esporte: O Paulista é tratado pelo presidente como um campeonato de treinos. Mas você jogou pouco em 2018 e pode usar o campeonato como "vitrine" para garantir posição. O que você espera do Estadual?
Gustavo Scarpa: Independentemente do lugar do Paulista deste ano, não sei se os jogadores vão deixar o Paulista de lado. Porque todo mundo sofreu para ser jogador e você escolher partida para jogar começa a complicar. Eu não vejo isso. É aproveitar a oportunidade, independentemente do campeonato. É dar o melhor e aproveitar essa carreira.

UOL Esporte: Falam que o Felipão é ótimo gestor de grupo e que o Turra tem muita importância nos treinos. A gente não pode ver os treinos. É por aí?
Gustavo Scarpa: O Felipão tem o dom de saber lidar com o grupo. É muito experiente, tem um histórico vencedor, ganhou tudo o que disputou na vida. Você tem mais credibilidade para que as pessoas acreditem em você. É muito gratificante ter um treinador assim e é uma honra fazer parte da história de conquistas dele. O Turra é bem ativo, explica demonstrando para a gente o que ele quer, seja tático ou fundamento. É um homem de confiança do Felipão.

UOL Esporte: No jogo contra o Fluminense, no Rio, você pareceu um pouco nervoso. O que aconteceu? Você tem ressentimento do Fluminense a ponto de torcer por um rebaixamento?
Gustavo Scarpa: Foi diferente ser vaiado o jogo todo. Mas foi legal saber que eu tive uma certa importância mesmo sem conquistar título de expressão. Ganhei a Primeira Liga lá, mas... Bom, sobre ressentimento... Eu tenho que seguir a minha vida. Claro que marcou bastante. Não tem como torcer contra o time por conta dos amigos, de pessoas que trabalharam comigo. Às vezes tem uma mágoa de quem comanda. Na verdade, nem sei se é mágoa, porque você tem mágoa quando espera alguma coisa boa de alguém. Mas nunca esperei nada de bom deles (dirigentes).

Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

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