Rubens Barrichello, que completa 48 anos neste sábado (23), passou sua infância e adolescência morando ao lado do Autódromo de Interlagos, no bairro onde seu pai possuía uma loja de materiais para construções. E vale registrar uma coincidência: Rubão Barrichello nasceu no mesmo dia e mês de seu filho, 23 de maio (de 1950).
Da proximidade com o autódromo, Barrichello apaixonou-se desde cedo pela Stock, categoria criada em 1979, pois costumava assistir os treinos e corridas da laje da casa de sua avó, vendo os Opalas contornarem "de lado" as curvas do antigo e longo traçado de 7.873 metros pelas mãos de grendes nomes do automobilismo brasileiro, entre eles Paulo Gomes, Chico Serra e Ingo Hoffmann.
Ingo Hoffmann, aliás, usava um galpão vizinho à loja de Rubão Barrichello, pai de Rubinho, para guardar seu Opala da Stock, e utilizava o telefone da loja para poder resolver as questões profissionais no campeonato da categoria que acabou vencendo por 12 vezes, tornando-se o maior ganhador até hoje. A ligação dos dois começou naquela época, e Ingo até presenteou Rubinho com um capacete laranja, cor que acabou sendo uma daquelas adotadas pelo piloto em seu casco definitivo.
PARCERIA NA CORRIDA DE DUPLAS DA STOCK EM 2015
Rubinho, inclusive, foi responsável pelo retorno de Ingo Hoffmann à Stock para a disputa de uma prova oficial, a Corrida de Duplas, disputada em Goiânia, em 22 de março de 2015. Na ocasião, a dupla largou em 27º lugar e fez uma belíssima prova, escalando o pelotão para cruzar a linha de chegada em nono. Porém, por conta de uma punição (excesso de velocidade no pit-lane), foram acrescidos 20 segundos ao tempo final e eles caíram para a 14ª colocação. A vitória foi de Ricardo Mauricio, que formou dupla com o argentino Nestor Girolami.
AS VITÓRIAS: 11 NA F1 E 13 NA STOCK
Das 11 vitórias que Rubens Barrichello conquistou na Fórmula 1, nove foram pela Ferrari, entre 2000 e 2004, e duas pela Brawn-GP-Mercedes, em 2009.
Competindo na Stock desde 2012, quando participou das três últimas etapas daquele ano, e a partir de 2013 de forma integral, Rubens venceu suas 13 corridas pela mesma equipe, a Full Time Sports, comandada por Mauricio Ferreira.
A Full Time, aliás, segue sendo sua equipe até hoje, e tão logo a normalidade volte, após a pandemia do novo coronavírus, ele estará mais uma vez a bordo do #111, agora um Toyota, para mais um ano na Stock. Ele também estreará pela Super TC2000 da Argentina, também com equipamento da Toyota.
A 1ª VITÓRIA NA F1 E A 1ª NA STOCK, AMBAS MARCANTES
Rubens Barrichello estreou na Fórmula 1 em 1993, pela Jordan-Hart, mas a primeira vitória aconteceu sete anos mais tarde, pela Ferrari, no GP da Alemanha de 2000, em Hockenheim. Rubens largou em 18º e se manteve na pista molhada com pneus para piso seco, ainda no traçado antigo, que contemplava a floresta, no sudoeste alemão.
Na F1, a única pista em que Barrichello venceu por mais de uma vez foi a de Monza, justamente um dos palcos mais icônicos do calendário. Rubens foi ao degrau mais alto do pódio nos GPs da Itália de 2002 e 2004 pela Ferrari e no de 2009 com a Brawn-GP impulsionada pelo motor Mercedes. O GP da Itália de 2009, por sinal, foi o último vencido por Barrichello na F1, também o último triunfo de um brasileiro na categoria. Falando em Monza, Barrichello detém o recorde de volta mais rápida do circuito, que aconteceu na edição de 2004 do GP da Itália, pela Ferrari, com 1min21s046.
Na Stock, o primeiro triunfo também foi maiúsculo, na prova mais emblemática da categoria, a Corrida do Milhão, em 2014, ano em que acabou sendo o campeão, aos 42 anos.
Na prova, disputada em Goiânia, ele partiu da pole e dominou amplamente, mas o final foi emocionante, com Rubens resistindo à pressão imposta por Thiago Camilo, que cruzou a linha de chegada defasado em apenas 0s186. Foi a primeira vez que o piloto que largou na pole conquistou a vitória na Corrida do Milhão.
Pelo rádio, Mauricio Ferreira, chefe de equipe, reverenciou seu piloto logo após a bandeira quadriculada.
"Cara, você é especial, você é especial, você é diferente", disse Mauricio, o "Mau Mau".
O circuito de Goiânia, aliás, é aquele em que Barrichello mais venceu pela Stock Car, quatro no total. Além da primeira vitória, na Corrida do Milhão de 2014, voltou a vencer na corrida 2 de 2016, novamente na Corrida do Milhão de 2018 e em 2019 na corrida 2.
VIÓRIAS DE RUBENS BARRICHELLO NA F1
1ª GP da Alemanha/2000 - Hockenheim (Ferrari)
2ª GP da Europa/2002 - Nurburgring-ALE (Ferrari)
3ª GP da Hungria/2002 - Hungaroring (Ferrari)
4ª GP da Itália/2002 - Monza (Ferrari)
5ª GP dos Estados Unidos /2002 - Indianápolis (Ferrari)
6ª GP da Grã-Bretanha/2003 - Silverstone (Ferrari)
7ª GP do Japão/2003 - Suzuka (Ferrari)
8ª GP da Itália/2004 - Monza (Ferrari)
9ª GP da China/2004 - Xangai (Ferrari)
10ª GP da Europa/2009 - Valência-ESP (Brawn GP-Mercedes)
11ª GP da Itália/2009 - Monza (Brawn GP-Mercedes)
VITÓRIAS DE RUBENS BARRICHELLO NA STOCK CAR*
1ª Goiânia/2014 (Corrida do Milhão, traçado misto)
2ª Cascavel/2014 (Corrida 2)
3ª Cascavel/2016 (Corrida 2)
4ª Londrina/2016 (Corrida 2)
5ª Goiânia/2016 (Corrida 1)
6ª Santa Cruz do Sul/2017 (Corrida 1)
7ª Buenos Aires - Argentina/2017 (Corrida 2)
8ª Goiânia/2018 (Corrida do Milhão, anel externo)
9ª Londrina/2018 (Corrida 1)
10ª Mogi Guaçu - Velo Città/2019 (Corrida 2)
11ª Goiânia/2019 (Corrida 2)
12ª Campo Grande/2019 (Corrida 2)
13ª Velopark/2019 (Corrida 2)
* Todas pela Full Time Sports
ABAIXO, INSTANTES FINAIS DA 1ª VITÓRIA DE RUBENS BARRICHELLO NA F1, PELA FERRARI, NO GP DA ALEMANHA DE 2000, EM HOCKENHEIM. NARRAÇÃO DE GALVÃO BUENO E COMENTÁRIOS DE REGINALDO LEME E LUCIANO BURTI
ABAIXO, AS DUAS ÚLTIMAS VOLTAS DA 1ª VITÓRIA DE RUBENS BARRICHELLO NA STOCK CAR, A CORRIDA DO MILHÃO DE 2014, DISPUTADA EM GOIÂNIA. NARRAÇÃO DE SÉRGIO MAURICIO E C0MENTÁRIOS DE REGINALDO LEME E FELIPE MASSA
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