Cartaz da histórica partida que terminou com goleada do Glorioso. Reprodução

Cartaz da histórica partida que terminou com goleada do Glorioso. Reprodução

O Sul de Minas Gerais viveu uma tarde inesquecível em 6 de novembro de 1960, em Machado, quando o Botafogo de Futebol e Regatas esteve na cidade para enfrentar a Machadense, lotando todos os lugares (incluindo os barrancos do Estádio Centenário),procedente do Rio de Janeiro com MangaGarrinchaDidi e Zagallo, entre outros.

O cartaz, anunciando a partida há 61 anos, pôde ser visto não apenas em Machado, mas em todas as cidades vizinhas, em uma época sem rádio e televisão, em que até os procurados pela Justiça eram estampados em postes...

Mas nomes de peso, como Armando Nogueira e o fotógrafo João Piedade documentaram este encontro histórico que acabou como se imaginava: retumbante goleada do Botafogo sobre a Machadense por 7 a 1.

O técnico da Machadense, Delega (o Marcio Vieira Gomes), tentou em vão incumbir seu valente zagueiro Zé Mirto da inglória tarefa de marcar Garrincha, dizendo que o genial ponta só saia pelo lado direito ou esquerdo...

Zé Mirto, é o seguinte: o Garrincha só é bom no rádio. Os speakers aumentam, inventam. Eu fui na semana passada ver o esquema tático deles lá no Rio e o lateral do Bonsucesso não deixou o Mané pegar na bola. Você vai fazer o mesmo porque Garrincha só sabe fazer duas coisas: sair pela direita ou esquerda. Então é fácil: você para diante dele e, quando o Mané sair pela direita, você ‘tchan’ e prensa a bola. E bola prensada é da defesa”, explicou, fazendo referência a um jargão do futebol amador.

Ao que Zé Mirto perguntou: “E se ele sair pela esquerda?”

“Aí você faz o mesmo, dá um ‘tchan’, prensa a bola e você vai se consagrar, certo?”

“Certo, fessô!”.

O primeiro tempo termina com o placar “apertado” de Botafogo 5 x 0 Machadense, cinco gols do centroavante Genivaldo em cruzamentos de Mané.

À saída do campo, treinador e repórteres perguntaram a Zé Mirto o que houve.

Ele explica:

“O fessô garantiu que o Garrincha só saía pra direita ou pra esquerda, eu fiquei esperando, mas ele ‘ataia’... Aí não dá memo!”, justificou, dando de ombros.


Em pé, da esquerda para a direita: Jorge, Manga, Cacá, Zé Maria, Pampolini e Chicão. Agachados: Garrincha, Didi, Genivaldo, Quarentinha e Zagallo. Os cariocas venceram a Machadense por 7 a 1. E veja os barrancos lotados! É que não cabia mais ninguém nas modestas arquibancadas do estádio da cidade!

 

Zagallo e Puskas, em foto tirada por ocasião da visita do Botafogo à cidade de Machado-MG em 6 de novembro de 1960. E veja os barrancos lotados! É que não cabia mais ninguém nas modestas arquibancadas do estádio da cidade!

 

Em pé, da esquerda para a direita: Garrincha, Zé Milton, Didi e Pedroso. Agachados: Zagallo, menino Aldo Garcia e Puskas. A foto foi tirada em 6 de novembro de 1960, quando o Botafogo levou seus craques campeões mundiais para jogar no Sul de Minas

 

Da esquerda para a direita: Zagallo, Armando Nogueira, Garrincha, o fotógrafo João Piedade (de Três Pontas-MG, pai de Fábio Zambeli, fiel internauta de Milton Neves) e Didi. Em 1958, os cariocas foram ao sul de Minas, jogaram contra a Machadense e venceram a partida por 7 a 1. Emocionaram o barranco lotado do pequeno estádio de Machado-MG, as pernas finas e as meias enroladas de Zagallo, a camisa desbotada e as pernas tortas de Mané, o gramado pífio, o esparadrapo no joelho de Didi e os dois famosos jornalistas, tão jovens com suas máquinas fotográficas a tiracolo

 

Diango, Garrincha e Puskas. Em 6 de novembro de 1960, o Fogão fez 7 a 1 na Machadense

 

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