Descoberto pelo saudoso ex-jogador e "olheiro" Waldemar de Brito (1913-1979), Pelé (1940-2022) chegou ao Santos Futebol Clube em 1956, aos 16 anos de idade, vindo de Bauru (SP), e no ano seguinte, já como titular do time da Vila Belmiro, foi o artilheiro do Campeonato Paulista com impressionantes 58 gols, contribuindo de maneira decisiva para o título de sua equipe.

Já com um salário muito bom para os padrões da época, e premiações consideráveis, Pelé não mudou seu estilo de vida.

Era o seu pai, o ex-jogador Dondinho (1917-1996), que em Bauru aplicava corretamente os ganhos do filho, sobretudo em imóveis.

Rigoroso com os gastos de Pelé, Dondinho lhe enviava uma espécie de "mesada" para que ele pudesse, entre outras coisas, pagar sua moradia, a simplória Pensão do Raimundo, na Avenida Pinheiro Machado, no Canal 1, em Santos.

Lá, também morava seu irmão Zoca (1942-2020) e seu companheiro de ataque no Peixe, o ponta-direita Dorval (1935-2021).

E também o garotinho que aparece em algumas fotos abaixo, de apelido "Porunguinha", espécie de irmão adotivo do Rei do Futebol.

Sem luxos neste começo de vida em Santos, nem mesmo uma bicicleta ele comprou. Usava uma emprestada, para passear pelas então tranquilas ruas da hoje populosa cidade da Baixada Santista.

Nos momentos de folga, na sala da pensão, Pelé se distraia com um conjunto de som.

Na vitrola que integrava o equipamento, os discos de vinil das principais estrelas da música dos anos 60 eram cuidadosamente colocados no prato, entre eles, o LP de Nelson Gonçalves (1919-1998), um dos favoritos do camisa 10 do Santos.

EM TEMPO...

Caso você, leitor ou leitora, souber do paradeiro do menino "Porunguinha", envie e-mail para: marcos@terceirotempo.com.br

Agradecimento especial ao amigo Milton Alves, jornalista, que enviou uma das fotos, ponto de partida para esta matéria especial.