Venho batendo nesta tecla.
A de que Fernando Alonso não disse adeus em definitivo para a F1.
O espanhol, que domingo passado emplacou mais uma coroa de louros de respeito em seu currículo, vencendo as 24 Horas de Daytona, deverá, segundo informou o jornal espanhol "Marca", guiar a nova McLaren, a MCL34, em Barcelona, em fevereiro, nos trabalhos da pré-temporada da F1.
De acordo com o jornal, ainda, estão previstas 50 voltas do asturiano com a nova máquina laranja de Woking.
Com uma dupla integralmente nova, Carlos Sainz Jr. e Lando Norris, o segundo estreando na F1, a experiência de Alonso pode ser muito útil para os primeiros passos da nova máquina, caso isso se concretize.
E tenho uma curiosidade...
E se a nova McLaren-Renault for um carro para andar no primeiro pelotão, rivalizando com Mercedes e Ferrari?
E se Alonso perceber, logo nas primeiras voltas no circuito catalão, que o carro é vencedor, a exemplo do que notaram "de cara", Rubens Barrichello e Jenson Button quando debutaram com a Brawn-GP Mercedes no mesmo circuito de Barcelona, em 2009?
Com um chassi muito bem construído, um motor fortíssimo e confiável e o "pulo do gato" do difusor duplo, o brasileiro e o britânico precisaram de poucas voltas com o lindo carro branco e grafismos em amarelo "marca texto" para saberem que brigariam pelo título, o que de fato aconteceu.
Ainda que o objetivo premente de Alonso seja o de vencer as 500 Milhas de Indianápolis, igualando o feito de Graham Hill para a chamada "Tríplice Coroa", considero o caso de Alonso com a F1 uma `paixão mal resolvida´, parafraseando os versos do meu amigo Kledir, em sua icônica "Paixão", uma das mais belas canções que compôs ao lado do irmão Kleiton.
E, como toda paixão que segue "martelando", despertando o apaixonado nas madrugadas, esta de Alonso com a F1 pode ter uma nova chance.
Azar do Lando Norris, que vai "rodar"...
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Há um ditado popular que diz: "rei morto, rei posto".
O comendador Enzo Ferrari (1998-1988), fundador da mais emblemática marca de automóveis da história, tinha alguns preceitos básicos, que foram seguidos à risca durante o tempo em que capitaneou a escuderia de Maranello.
Entre eles, em sua equipe de Fórmula 1, o de que a Ferrari, não o piloto, deveria ser o ponto de destaque.
Para ele, um piloto fora de série poderia obscurecer a qualidade do carro.
Por isso, por exemplo, Ayrton Senna (1960-1994) nunca fez parte de seus planos, sobretudo porque sua equipe vivia um jejum de títulos que durou entre 1979 e 1999.
Senna colocaria o seu nome em destaque, e não o da Ferrari.
Piquet, que chegou a ser ventilado pela equipe italiana no começo dos anos 80, confessou que não trocaria a Brabham pela Ferrari por uma razão simples.
"Quando eu ganho com a Brabham, as manchetes dos jornais são: `Piquet vence GP da Alemanha, por exemplo´. Na Ferrari o Alboreto ganhava e diziam: ´Ferrari vence o GP tal...", ponderou Nelson.
Quando Enzo Ferrari morreu, seus preceitos caíram por terra.
Michael Schumacher, por exemplo, chegou à Ferrari para devolver as glórias ao time, e conseguiu.
Seria, porém, muito mais emblemático se o fim do jejum tivesse acontecido pelas mãos de Eddie Irvine em 1999, ano em que Schumacher sofreu fratura na perna direita durante o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone.
Irvine, piloto mediano, mais inconsequente que talentoso, seria a prova de que o carro teria feito a diferença, mais do que a habilidade do irlandês.
Agora, muitos anos depois, a Ferrari utiliza-se mais da emoção do que da razão para agregar à sua academia de jovens pilotos, Mick Schumacher, filho do heptacampeão Michael Schumacher, hoje recluso na Suíça, em sua casa, após o acidente que sofreu esquiando na França, em 29 de dezembro de 2013.
Mick é o atual campeão da F3 Europeia, e que neste ano estará na F2, pela equipe Prema.
Parece ser muito mais uma forma de a Ferrari retribuir tudo aquilo que seu pai fez, pelos cinco títulos que conquistou pelo time, consecutivamente, entre 2000 e 2004.
Se o jovem, hoje aos 20 anos, conseguir emplacar uma trajetória vitoriosa pela Ferrari, será o nome Schumacher mais destacado do que o da própria Ferrari...
Se aquilo que o comendador imaginava para sua equipe de F1 estivesse ainda em voga, Mick não seria contratado, mesmo porque Michael teria que ter encontrado outro destino que não fosse a Ferrari, após sair da Benetton.
Fotos: UOL e Twitter de Mick Schumacher
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Há várias maneiras de se portar após o fim de um relacionamento.
Claro, depende da forma, por isso as reações são diferentes.
Há quem se feche em seu próprio mundinho e jure de pés juntos que jamais embarcará em uma canoa furada.
Canoas furadas são um problema mesmo...
E cumprem a palavra, aposentam o coração e, se houver outra vida depois da morte, que as coisas se resolvam na próxima.
Conheci gente que, ao término de um relacionamento aparentemente indissolúvel, resolveu "tirar a barriga da miséria" assim que o caldo matrimonial entornou...
Lembro de uma confraternização em que um conhecido apareceu com duas cocotes a tiracolo, poucas semanas após a assinatura do divórcio.
O sujeito estava desnorteado. O "outro" era habitué em sua casa, colega de trabalho da ex quando esta ainda era sua esposa...
Claro que aquilo não durou, com nenhuma das duas, meninas que tinham uma vida social bem agitada, embora eu confesse ter sentido uma pontinha de inveja pela noite que imagino o trio deva ter tido, por mais que a brincadeira tenha saído cara...
Virando o disco, mas continuando na mesma toada, relações profissionais assemelham-se muito a casamentos.
Alguém que trabalhe por dezenas de anos em uma empresa, por exemplo, cria um vínculo quase matrimonial.
Se, por acaso acontece a demissão, o demitido entra em parafuso similar ao de quem não tem mais um cobertor de orelha.
E começa a defenestrar a "firma" da mesma forma que o sujeito defenestra a ex-mulher e a mulher defenestra o ex-marido. Ah, e também as variáveis, é claro, afinal há casais de homens e mulheres.
Ninguém poupa ninguém. A culpa sempre é do outro, da outra...
O "divórcio" de Fernando Alonso com a F1, anunciado em 14 de agosto deste ano, pôs fim a um relacionamento que já não andava "bem das pernas".
A McLaren não lhe satisfazia mais. Se fossem um casal, certeza que ele estaria dormindo na sala.
Aí, Alonso, começou a "atirar para todos os lados", como fazem muitos recém-separados.
A Indy (com quem ele já havia tido um caso quando ainda estava "casado" com a McLaren), o Campeonato Mundial de Endurance (WEC) e agora fala-se em rali, na possibilidade dele guiar no Dakar de 2020, com a Toyota.
Quem conhece minimamente o comportamento de Fernando Alonso, que ganhou "apenas" dois títulos mundiais na F1, com potencial de ter faturado muito mais que isso, sabe que ele volta para a F1 se tiver um carro que lhe dê a possibilidade de estar no topo.
Enquanto isso não acontece, se é que vai acontecer, ele fica namorando.
Tipo aquele coroa que encontra graça em novas e descartáveis aventuras.
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Das expressões gaúchas, uma das que mais gosto é aquela que tem sentido de dúvida:
Bem capaz!
Se for algo praticamente impossível de acontecer, então é só reforçar na prosódia do "bem":
Beeeeeem capaz, que seria empregado para imaginar, por exemplo, que a Williams alinhará seus dois carros na primeira fila do grid do GP da Austrália, em Melbourne, no dia 17 de março de 2019, na abertura da temporada da F1.
Pensando no próximo ano pelas pistas do mundo, imaginei algumas coisas improváveis, para não dizer impossíveis...
Bem capaz que a Red Bul não sofra inúmeras quebras com seus motores Honda...
Bem capaz que Hamilton não seja campeão novamente...
Bem capaz que Vettel ganhe todas as disputas com Leclerc...
Beeeeeem capaz que Verstappen não arrume alguma encrenca...
Beeeeeem capaz que Räikkönen vibre como um latino, caso consiga um pódio com a Sauber...
Bem capaz que Bottas dê um "calor" em Hamilton e o título seja decidido na última corrida do ano, em Abu Dhabi...
Bem capaz que eu finalmente me apaixone pelo ruído tosco dos carros da F1...
Beeeeeem capaz que algum jovem promissor piloto da F2 recuse um convite da F1 para correr na F-E...
Bem capaz que eu ache as corridas da F-E emocionantes, com seus enfadonhos circuitos...
Bem capaz que um piloto da Stock Car, fora do "guarda-chuva" Meinha, Mattheis, Lube ou `Mau Mau´, seja campeão...
Beeeeeem capaz que alguma montadora resolva apoiar "pra valer" alguma categoria de formação de pilotos no Brasil...
Beeeeeem capaz que um piloto não se machuque feio em um oval da Indy...
Beeeeeem capaz que tenhamos, no Brasil, a mesma quantidade de programas de automobilismo que há na Argentina...
Bem capaz que alguma equipe, que não a Toyota, consiga vencer o Mundial de Endurance na LMP1...
Bem capaz que Fernando Alonso não "mexa os pauzinhos" ao longo do ano para retornar à F1 em 2020...
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Alain Prost viveu uma "sinuca de bico" ao término da temporada de 1991.
Aliás, antes do término da temporada, pois foi demitido pela Ferrari antes mesmo da última prova do ano, o GP da Austrália, após ter dito que o carro de Maranello parecia um caminhão...
A declaração foi a "gota d´água" de uma relação que já não vinha bem, há tempos.
É óbvio que a escuderia italiana habilmente se utilizou de uma cláusula contratual que lhe dava este direito em caso de crítica do piloto ao equipamento. Poderia ter relevado, mas não o fez.
Prost chegou à Ferrari em 1990 para tentar tira o time da "fila" qua durava desde 1979, ano em que o sul-africano Jody Scheckter levantou o caneco.
Foi vice em 1990 e o quinto colocado em 1991, tendo sido melhor que seus dois companheiros de equipe, Mansell e Alesi, respectivamente.
Então, onde Alain Prost deveria buscar um assento?
Três equipes tinham carros competitivos, além da Ferrari, de onde ele saiu: McLaren, Williams e Benetton.
Nenhuma chance na McLaren, onde estavam Senna e Berger. Idem para a Williams, que tinha Mansell e Patrese. Na Benetton, a estrela em ascensão Schumacher e o rodado Brundle. Curiosamente, carros com motorizações distintas: Honda V12 na McLaren; Renault V10 na Williams e Ford V8 na Benetton.
Uma "terceira via" surgiu de "sua casa", com a francesa Ligier, que apostava tudo no modelo JS37 equipado com motor Renault, após um ano péssimo com os propulsores italianos da Lamborghini.
Guy Ligier convenceu Alain a testar o carro durante a pré-temporada em Paul Ricard. A equipe tinha como certos os nomes de Thierry Boutsen e Eric Comas, mas Comas "sobraria" se Prost topasse a empreitada.
Declinou. Andou pouco com o carro, mas o suficiente para perceber que o chassi não ornava com o excelente motor Renault 3.5 V10.
Preferiu tirar 1992 para assitir a temporada pela tevê e trabalhar nos bastidores para aproximar-se da Williams, que não teria Mansell em 1993.
Tudo deu certo, guiou a imbatível Williams em 1993 e foi tetracampeão. Deixou a equipe ao término da temporada pois Senna chegou para 1994. O que aconteceu naquele ano, todos sabem.
Fernando Alonso, diferente de Prost, não continuou na McLaren por que não quis.
Cansado de ser coadjuvante, do meio do pelotão para trás, e com um carro competitivo no WEC (Mundial de Endurance), optou por sair da F1. Disputou as 500 Milhas de Indianápolis neste ano onde flertou com a vitória, e voltará no ano que vem em busca da "Tríplice Coroa".
Opções não lhe faltam fora da F1.
Tem a Fórmula E. A Nissan, entenda-se Renault, está de olho e já teria encaminhado uma oferta gorda ao asturiano.
Alonso diz que está feliz, que quer curtir a vida, buscar novos ares...
Pode ser.
Porém, entendo que o fato dele ter conquistado "apenas" dois títulos na F1 ainda martelam sua cabeça.
Ele sabe que poderia ter alcançado mais, se tivesse nos lugares certos nas horas certas.
Se aparecer um cocckpit na F1 que lhe dê chances claras de vitórias em 2020, ele volta, como Prost.
Quem sabe para ser campeão, como foi o francês em 1993.
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Editor de automobilismo do Portal Terceiro Tempo, começou no site de Milton Neves em 10 de março de 2009. Também atua como repórter, redator geral, colunista e fotógrafo. Em novembro de 2010 criou o Bella Macchina, programa em vídeo sobre esporte a motor que já contou com as presenças de Felipe Massa, Cacá Bueno, Bruno Senna, Bia Figueiredo, Ingo Hoffmann e Roberto Moreno, entre outros.
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