Sim, Ricardo Setyon é brasileiro. Nasceu em São Paulo, no bairro de Vila Mariana, mas hoje é um cidadão do mundo. Judeu, é o mais errante dos homens. Aliás, um gênio que fala 12 idiomas.
Eu, Milton Neves, o conheci em 1985 no Hotel Diplomat de Tel Aviv, às margens do Mediterrâneo. À entrada, os bustos de Jimmy Carter, Anwar Al Sadat e de Menachem Begin, símbolos do acordo de paz tríplice de 1973 que acabou por provocar o assassinato do saudoso líder egípcio.
Hosni Mubarak, então vice de Sadat, assumiu o poder e não quis sair nunca mais. É o Hugo Chávez do Egito.
E Ricardo Setyon, que já morou em Jerusalém, Tel Aviv, Roma, São Paulo, Londres, Milão, Líbano e Jordânia, sabe tudo de Oriente Médio. De ontem - biblicamente - ou de hoje. E já foi até soldado, em guerras de Israel.
É filho da saudosa judia-brasileira Esther que já morou em um pequeno apartamento defronte às célebres muralhas de Jerusalém e de pai inglês judeu que foi soldado em guerras em Israel, onde conheceu Dona Esther, que morreu em 2023.
Ricardo Setyon, que tem uma irmã, hoje mora em algum lugar do mundo. Nunca se sabe qual. Foi, ou é, um homem sem endereço. Ele é um apolita, um homem sem cidades, ou sem cidade fixa.
Em 1985, 1989 e 1993 foi maravilhoso ao nos ciceronear e ensinar como fazer jornalismo no Oriente Médio, quando lá estivemos para a cobertura das Macabíadas.
Setyon sabe simplesmente tudo e jamais o esquecerei, por gratidão, amizade e aprendizado.
E trabalhei com ele também na Rádio Jovem Pan e Bandeirantes, quando Setyon cobriu todos, eu disse TODOS, os eventos esportivos internacionais com presença brasileira de 1981 até hoje. Ele sempre aparece "do nada".
Grande Ricardo Setyon, um fenômeno poliglota que discorre sobre qualquer assunto. É o Cláudio Zaidan de vários lugares do mundo.
Atualmente é Professor de Gestão do Esporte e membro da Fifa.
Veja uma entrevista de Ricardo Setyon durante a Soccerex/2011:
