por João Antonio de Carvalho
Ubiraci Rodrigues da Costa, o Biriba morreu em 25 de setembro de 2025, aos 80 anos. Ele havia sido submetido a uma cirurgia e, no hospital, acabou contraindo uma pneumonia, que o levou a óbito.
Biriba nasceu em São Paulo no dia 26 de junho de 1945, e se tornou um dos grandes nomes do esporte brasileiro em todos os tempos, mas da mesma forma que teve um início de carreira fulminante, no tênis de mesa, também deixou o esporte do mesmo jeito.
Ele começou a jogar com seis anos, por influência do pai, Hermínio Rodrigues da Costa, que tinha uma padaria, e aos 40 anos fundou o Sport Clube Beira Mar, no andar superior da sua panificadora. Logo Biriba mostrou seu talento e com oito anos ele já era campeão paulista juvenil de duplas jogando ao lado do irmão, Ubirajara.
No ano seguinte, conquistou o Campeonato Paulista juvenil na categoria individual. Aos 11 anos, foi campeão brasileiro adulto por equipes e duplas. E aos 13 foi a vez de conquistar o continente, faturando o Sul-americano adulto na categoria individual.
Mas foi no ano seguinte, em 1958, que ele surgiu para o mundo. Dois japoneses, Toshiaki Tanaka e Ichiro Ogimura, campeão e vice do último mundial de tênis de mesa, ambos bicampeões mundiais, vieram ao Brasil para ministrar clínicas do esporte.
Biriba, com apenas 13 anos, disputou sete jogos contra Tanaka, vencendo quatro e perdendo três e contra Ogimura venceu uma partida e perdeu quatro, jogando num Ginásio do Ibirapuera lotado. Esses resultados o levaram ao patamar dos melhores atletas do país, ao lado de Pelé e Maria Esther Bueno.
Em 1959, com 14 anos, teve uma participação brilhante no Mundial adulto, derrotando até mesmo o campeão europeu, e foi fundamental para o Brasil conseguir o sexto lugar por equipes, melhor classificação brasileira em mundiais.
Dois anos depois, em 1961, novamente num Campeonato Mundial, conseguiu a façanha de derrotar o chinês Yung Kuo Tuan, que jogava em casa e brigava pelo bicampeonato. Suas atuações o levaram a ficar entre os 16 melhores mesatenistas do mundo.
A técnica excepcional de Biriba lhe valeu um convite para participar da equipe dos Harlem Globbtrotters, fazendo exibições de tênis de mesa nos intervalos das apresentações da equipe americana de basquete durante seis meses.
Só que o que poderia representar o auge da carreira de um atleta foi o início de seu final. Ao retornar ao país foi suspenso pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, pois o profissionalismo era proibido naquela época.
Essa decisão e a falta de incentivo foram determinantes para que Biriba encerrasse sua carreira, com 21 anos, tão precocemente como havia a iniciado. Alem disso ele sabia que nunca conseguiria ganhar dinheiro com a modalidade e decidiu trabalhar, após cursar as faculdades de economia e contabilidade e entrar na Secretaria da Fazenda.
Dez anos depois de ter encerrado a carreira Biriba voltou a jogar tênis de mesa, e em competições de veteranos ficou quase 14 anos sem ser derrotado no Brasil, até parar em definitivo em 2010. Ao todo ele tem cerca de 400 troféus e 300 medalhas e o recorde de precocidade em títulos paulistas, brasileiros e sul-americanos, se tornando uma das grandes lendas do esporte nacional.
Apesar de meteórica, a carreira de Biriba foi tão impressionante que a tradicional marca japonesa “Butterfly”, especializada em produtos para tênis de mesa, criou uma raquete com seu nome, “Biriba”, que vendeu em todo mundo cerca de 20 milhões de unidades.
Biriba ainda seguiu, mesmo idoso, acompanhando a modalidade, e mesmo sem ser de forma competitiva, ele ainda jogava no Palmeiras, um dos clubes por onde atuou em sua carreira. Jogou também no Corinthians, em Guarulhos, no Ypiranga, na Hebraica e no Itaim Keiko.
Clique aqui e acompanha entrevista de Biriba para Maurício Sabará:
Abaixo assista um vídeo da vitória de Biriba sobre o então campeão mundial, o chinês Yung Kuo Tuan, em plena Pequim, em 1961
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