Badeco, o Doutor Ivan

Memória

Homenagem especial ao Doutor Ivan Manoel de Oliveira, o Badeco, volante que defendeu o América, a Portuguesa e o Corinthians. Em 1953, quando era aluno do grupo escolar alemão Germano Timm da loira e linda Joinville (SC), onde nasceu, Badeco foi vítima de violento assédio moral de profundo constrangimento. Sentado em sua carteira e atento à aula, assim como outros 30 alunos _sendo dois negros, ele e o amigo Toninho_ e 28 meninas e meninos brancos_ a maioria loiros e de olhos azuis_, o menino Ivan, hoje apelidado de Badeco, foi inesperadamente expulso da sala de aula, juntamente com o amigo Toninho, outro único negro da classe. O motivo? É que, de costas para a sala de aula, a austera professora de origem alemã escrevia na lousa e, de repente, ouviu-se um barulhento pum. Foi apenas um pum e mesmo sem saber quem tinha sido, já que estava de costas, a professora resolveu me expulsar da sala juntamente com o Toninho. Como ela poderia saber quem tinha sido? Eram 30 alunos na sala! Mesmo assim, a senhora disse: Pra fora você e você. E uma menina ainda a indagou. Professora, só foi um pum, por que dois são expulsos da sala? E a professora respondeu: É que eles (Badeco e Toninho) fizeram ao mesmo tempo. E o curioso é que os dois únicos meninos negros sentavam-se nos extremos da sala de aula, portanto bem distantes um do outro. Como poderiam ter tamanho entrosamento? Nem Pelé e Coutinho! A história pegou muito mal na escola e na cidade e a professora foi obrigada a se retratar no dia seguinte. Os diretores do grupo escolar também pediram desculpas às famílias. Nunca me esqueci disso, conta Badeco, hoje delegado da Polícia Federal aposentado. Acima, uma foto dele na Lusa de 1975, time derrotado pelo São Paulo na final do estadual. Em pé: Mendes, Zecão, Badeco, Calegari, Santos e Cardoso. Agachados: Antonio Carlos, Enéas, Tatá, Dicá e Wilsinho.

Um América do Rio com Badeco e o zagueiro Alex (veja foto atual). Em pé: Jonas, Alex, Paulo César, Tadeu Ricci, Aldeci e Zé Carlos. Agachados: Mário Tilico (pai de Mário Tilico que jogou no São Paulo), Badeco, Antunes, Edu e Sarão.

O exemplar Badeco mora no bairro Horto Florestal, na zona norte de São Paulo

Alex foi um dos melhores jogadores da história do América
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