Quem conhece bem o Rogério Ceni sabe que ele não agiria de outra maneira. Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Quem conhece bem o Rogério Ceni sabe que ele não agiria de outra maneira. Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Milhões de são-paulinos estão indignados com Rogério Ceni. O ex-goleiro do clube, hoje treinador do Flamengo, disse em entrevista ao GE que a atmofesfera no Flamengo é diferente.

“O torcedor do Flamengo é diferente. É uma razão de vida, principalmente essa parte da cidade onde existe uma pobreza maior, onde a única vitória que muita gente tem aqui é a vitória do Flamengo”.

Quem conhece bem o Rogério Ceni sabe que ele não agiria de outra maneira.

O torcedor do São Paulo que não se sinta desprezado, amargurado, ou com sentimento de que foi traído pelo seu maior ídolo.

Sim, há quem afirme que Rogério Ceni é o maior ídolo da história do Tricolor do Morumbi. 

Não acho que seja.

O São Paulo tem jogadores que fizeram história no clube, tão importante quanto  Rogério Ceni. Cito três: Raí, Müller e Serginho Chulapa. 

E tem também o Telê Santana, definitivamente nos corações tricolores. Telê, o técnico que conquistou duas Libertadores da América e dois Mundiais Interclubes, sempre foi reverenciado em jogos de Morumbi lotado, quando a pandemia não fazia parte nem de nossos pesadelos.

Rogério Ceni disse o que disse porque só olha para o seu próprio umbigo. 

Ele sempre foi assim.

Convém lembrar que há poucas semanas a torcida flamenguista queria o ex-mito do Morumbi longe do Ninho do Urubu.

Sob o seu comando, o time recheado de estrelas fazia apresentações pífias, com resultados muito aquém da equipe que brilhou nas mãos e do carisma de Jorge jesus.

Rogério Ceni esteve para ser mandado embora do clube.

Conhecidos jornalistas/torcedores rubro-negros, ensandecidos, vociferavam em suas colunas que o ex-goleiro tinha de ser demitido por Marcos Braz, diretor de futebol do clube, imediatamente.

Um deles chegou até a implorar a volta de Jesus, que faz campanha horrível no Benfica.

Então, Rogério Ceni, inteligente que é, e ele é extremamente inteligente, é bom que se diga, achou o momento exato para elogiar a torcida rubro-negra. 

O momento é mais do que oportuno para a estratégia de Rogério Ceni subir no conceito dos torcedores do Flamengo.

Afinal, o time faz um jogo decisivo nesta quinta-feira contra o São Paulo, no Morumbi, sua antiga casa.

O jogo vale o título do Campeonato Brasileiro.

A Rogério Ceni pouco ou nada importa que a torcida do São Paulo fique magoada com ele.

Para o ex-goleiro, o que conta mesmo é ser reverenciado pelos flamenguistas.

Quando jogava no São Paulo, Rogério Ceni era muito mais temido do que respeitado pelos seus ex-companheiros de clube.

Isto dito por um ex-diretor são-paulino na época que o hoje técnico reinava absoluto no clube e era chamado de ‘mito’ pelos seus torcedores.

Pessoas ligadas ao São Paulo que frequentavam o vestiário quando Rogério era jogador afirmam que o ex-goleiro estava sempre isolado.

Era um homem de poucos amigos. 

‘Era temido, não respeitado’.

Rogério Ceni poderia ter ficado calado. Devia ter evitado fazer comparações entre as duas torcidas. 

Desnecessário.

Poderia ter evitado.

Mas ele não quis perder a oportunidade de afagar o ego dos torcedores de seu atual clube.

Nem que para isto tivesse de magoar milhões de pessoas que o chamavam de mito.

Conseguiu.



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