Técnico do Flamengo vem sofrendo para subir o nível da equipe rubro-negra. Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Técnico do Flamengo vem sofrendo para subir o nível da equipe rubro-negra. Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Antes de qualquer coisa, que fique claro: Renato Gaúcho é bom treinador! O comandante flamenguista tem suas qualidades, conquistou títulos importantes, conhece futebol e está nas primeiras prateleiras dos técnicos brasileiros – não está na primeira, mas sim, figura entre os principais profissionais do país.

Ninguém é maluco de, ao analisar a carreira de Renato, afirmar que o Gaúcho é ruim no que faz. Mas não há maluquice alguma em afirmar que o treinador não é e nunca foi um técnico acima da média.

Especialmente entre 2017 e 2018, Renato foi apontado muitas vezes como o principal treinador do país. A verdade é que sempre que o comandante viu a régua subir e o nível de exigência aumentar, mostrou-se sim um técnico mais para “comum” do que “extraclasse”.

Sempre que precisou sair de sua zona de conforto, Portaluppi teve problemas. Ouso dizer que no Grêmio Renato não foi capaz de ultrapassar essa fronteira. Óbvio que o trabalho no Tricolor teve momentos excelentes. Mas quando a expectativa subiu, não correspondeu.

No Flamengo, não tem conversa, o sarrafo é muito alto. O investimento é gigante, o time é espetacular, o elenco é forte e os treinadores que por lá passaram nos últimos dois anos entregaram bons resultados. Mais do que isso, no Ninho do Urubu, o plantel rubro-negro tem um alto nível de compreensão do jogo: são jogadores “mal-acostumados” com o alto padrão estabelecido por Jorge Jesus. Nomes como Diego Alves, Filipe Luiz, Rodrigo Caio, Diego, Arão, Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabriel sabem quando estão numa barca furada, ou não.

Ao assumir o Mengão, então, Renato precisaria fazer o melhor trabalho de sua vida, mostrar repertório, aperfeiçoar o time deixado por Rogério Ceni, potencializar as qualidades da equipe. O que se vê até aqui é um time que perdeu organização e intensidade. 

É verdade que os desfalques por convocações e as lesões prejudicam qualquer trabalho. Mas desfalque não é desculpa para time desorganizado.

No Fla, o treinador precisa ser mais do que boleiro, amigo dos jogadores, e responsável por ampliar a confiança dos atletas para potencializar as individualidades. Tudo isso funciona no curto prazo. Mas nesse clube, com esse elenco e essa exigência, é preciso mais!

Ao longo de sua carreira, Renato se mostrou bom treinador, mas nunca apresentou esse “algo a mais”. Ainda assim, a tendência é de que o trabalho melhore nos próximos dias, especialmente pelo nível técnico e de compreensão de jogo do grupo de jogadores do Mengão. Aí talvez Renato “volte a ser” o “melhor técnico do Brasil”. Não é. Nunca foi. E, repito, isso não significa que seja ruim. É apenas um treinador “na média”.

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