O torcedor do Palmeiras não conseguiu esconder a decepção após a derrota para o Corinthians, na volta do futebol, quarta-feira, na Arena Corinthians.
Uma vitória verde e o time de Tiago Nunes estaria fora da fase decisiva do Campeonato Paulista. Mais: Veria o eterno rival correr risco enorme de cair para Série B do estadual.
Vergonha corintiana que qualquer palmeirense gostaria de festejar.
O Corinthians terminou a fase pré pandemia da Covid-19 na parte de baixo da classificação. E em meio à uma enxurrada de críticas. O alvo maior era, e ainda é, o técnico Tiago Nunes, apontado como incapaz de unir o grupo em torno de seus métodos.
Treinador aclamado pelo excelente trabalho no Ahtletico Paranaense, dava sinais de que estava encontrando muitas dificuldades para se impor em um clube badalado e com uma torcida gigante.
Pois o que se viu diante do Palmeiras foi um Corinthians encarando o rival com muita competência.
Embora Cássio tenha sido o maior respomsável pela vitória corintiana, com grandes defesas, o que é real é que o alvinegro saiu de campo com a vitória.
E convicto de que, mais uma vez, dobrou o adversário.
E é esta a dor maior dos palmeirenses.
Sair de campo amargando um duro revés quando tinha todas as chances do mundo de nocautear o oponente.
Sim, tinha, no passado.
O Palmeiras de 2020 não é mais o time milionário que passou a ser depois da conclusão das reformas de seu estádio, que virou uma moderna arena de uso múltiplo, fonte de lucros, e, principalmente, depois que passou a contar com o suporte financeiro de seu generoso patrocinador, a Crefisa.
Alexandre Mattos, o gerente remunerado, e muito bem remunerado, de futebol, era o símbolo da ostentação e também, por que não, da gastança de anos passados.
Com Alexandre Mattos, agora no Galo mineiro, o Palmeiras ia às compras com a volúmpia de quem tinha muito para gastar.
Foi ao mercado e trouxe, sem pechinchar, promessas de craques como Guerra (R$ 10 milhões), Fabiano (R$ 6,7 milhões), Borja (R$ 33 milhões), Deyverson (R$ 18 milhões), Dudu (R$ 10 milhões), Lucas lima (R$ 17,5 milhões), Luan (R$ 10 milhões), Bruno Henrique (R$ 14 milhões) e Thiago Santos (R$ 1 milhão)..
Eram tempos de vacas gordas.
Tempos esses que elevaram a dívida palmeirense para R$ 538 milhões, de acordo com recente levantamento feito pelo Conselho de Orientação e Fiscalziação do clube, o COF.
O levantamento também mostra que a dívida do clube com a sua patrocinadora chega a R$ 172 milhões.
Embora seja um débito com juros bem abaixo dos praticados no mercado, o certo é que terá de ser pagar.
Um dia vai ter de ser quitada.
Quando, ninguém sabe, mas terá de ser paga.
Os gastos foram tantos que o clube decidiu pisar no freio. Até a contratação do técnico Vanderlei Luxemburgo já seguiu a estratégia do bom e barato.
Luxa assinou contrato até dezembro de 2021 para ganhar R$ 600 mil mensais. Ordenado bem inferior ao que ganha Jorge Sampaoli no Galo, em torno de R$ 1,5 milhão por mês.
E bem distante do que Jorge Jesus ganharia no Flamengo, caso não aceitasse a proposta para voltar ao Benfica.
No Fla, JJ iria embolsar algo em torno de R$ 1,9 milhão mensais.
Luxa ganha menos até do que o português Jesualdo Ferreira, do Santos, que tem ganhos mensais estimados em R$ 1,3 milhão.
Claro que investimento alto não é garantia de ótimos resultados em campo.
Mas o dilema é que o torcedor palmeirense ainda anda iludido de que seu clube tem poder aquisitivo para comprar quem quiser e quando puder.
Era assim.
Hoje não é mais.
E não é só por causa da pandemia.
A política de poucos investimentos foi implantada antes de o coronavírus começar a atormentar o país.
Dudu, o craque do time, foi emprestado ao Al Duhail por R$ 42,2 milhões.
E, se agradar, poderá ir embora em definitivo daqui um ano por mais R$ 36,2 milhões.
Mesmo com o dinheiro do empréstimo da estrela da companhia, o Palmeiras não dá sinais de que vai repor a saída do atacante.
É bom o torcedor palmeirense começar a se acostumar com o Porco em tempos de vacas magras.
Luxa seria minha terceira opção
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