(Uma crônica regada de metáforas escrita por um jornalista que vive e ama o esporte, mas acima de tudo é comprometido aos princípios primitivos do Jornalismo.). Foto: Rodrigo Villalba

(Uma crônica regada de metáforas escrita por um jornalista que vive e ama o esporte, mas acima de tudo é comprometido aos princípios primitivos do Jornalismo.). Foto: Rodrigo Villalba

Que pesadelo, que momento.

Obscuro e misterioso, perigoso e abstrato.

Eis que o esporte se depara com algo tão devastador quanto o racismo que por horas ainda o assombra pelos imbecis.

Eis que o esporte se trava diante de um adversário invisível e covarde que se esconde na respiração de fãs e protagonistas deste espetáculo.

Mas o que somos?

Qual o nosso tamanho ou pelo menos o tamanho que imaginamos ter?

A magia do esporte se minimiza diante da necessidade e importância da vida que realmente é Importante.

Grandes clubes buscam disponibilizar suas estruturas em prol do combate a proliferação do vírus. Doações são feitas por estrelas do esporte, mas tudo é pequeno diante do medo invisível.

E se é invisível, como marcar?

Como bater essa marca?

Como derrotar?

Cientistas trabalham diuturnamente na busca de um ataque matador de pandemia.

Mas encontraremos?

Quando?

Dúvidas que faz final de Copa do Mundo parecer bobagem e gol de bicicleta ser futilidade.

Amamos esporte sim, com suas marcas, momentos, personagens e ídolos. Mas os heróis de hoje não vestem a camisa 10, nem quimonos, lycras ou qualquer outro vestuário de altíssima tecnologia esportiva, eles vestem jalecos. Sim, daqueles brancos sem marca ou design conhecido, mas com poderes que superam as capas famosas que a ficção sempre nos apresentou.

Não temos a fórmula, temos a força e a vontade de super-heróis anônimos da saúde que por todo o planeta possuem a missão de salvar o mundo.

Ah, quantas vezes usamos a expressão, “Melhor do Planeta”? Mas agora realmente temos que nos reverenciar a estes “Gladiadores”.

No momento, eles que são nossos técnicos estão na retranca. Vamos “fechar a casinha”, sim literalmente e com a gente dentro.

Que jogo é esse?

Não posso atacar? Tenho que recuar e dar WO para os jogos, o trabalho, os estudos e as rua?

Sim, somente assim terei uma chance mínima de perder de pouco.

Os árbitros do poder público que comandam as ações em todos os países são claros na condução da peleja. Com os dedinhos no quadrado eles destacam o VAR da Vida para afirmarem que infelizmente o campeonato já está perdido.

Atletas e fãs já nos deixaram e a opção que temos é saber de quanto será a derrota.

Somos bilhões pelo planeta mas não queremos ser goleados. Eu pelo menos não quero.

E não tem gol contra, não tem falha de goleiro, não tem erro na marcação ou bola perdida no campo de ataque.

Perdemos para a soberba de um time que se acha galáctico.

Para gestores que somam suas estratégias, seus investimentos e craques para a ganância por espaços e rendimentos sem a valorização devida a matéria prima fundamental no jogo da vida.

Gente.

Precisamos respeitar a saúde da “gente”.

Não tem foguete, carro, celular, computador, bola, super roupa ou quaisquer outra conquista se não tiver “gente” para fazer o gol.

O gol maior...o gol do direito de simplesmente acordar amanhã.

Que tenhamos confiança na vitória e que a chama maior do esporte seja inspiradora para seguirmos fortes, raçudos e disciplinados neste que é sem dúvida nenhuma o mais importante e desafiador jogo de todos os tempos.

Apita o árbitro, fim de primeiro tempo.

Todos no vestiário por tempo indeterminado.

Quando voltarmos teremos todo o segundo tempo para nos divertirmos muito ainda.

Simples Assim!!!

Luciano Luiz

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