Mas a pergunta é....A culpa é do técnico?

Mas a pergunta é....A culpa é do técnico?

Mais um técnico sai do Palmeiras. O trabalho que começou em junho do ano passado finaliza com 53 partidas, sendo 24 vitórias, 11 empates e 18 derrotas. A última ontem diante de seu torcedor que se enganava a cada jogo mais ou menos da equipe e seguia com esperanças que com esse formato técnico o Palmeiras se manteria no topo das competições. Avaliando friamente a participação do Palmeiras na Libertadores da América, vemos que realmente a campanha esta muito longe daquilo que é imaginado em um planejamento de uma grande equipe. Primeiro um empate fora com o fraco River Plate genérico do Uruguai, depois uma vitória diante do Rosário Central, onde a equipe argentina foi infinitamente superior ao longo do jogo e se não fosse mais uma atuação inspiradíssima do goleiro Fernando Prass o resultado seria completamente outro e ontem mais uma vez em casa o time que acabou a partida com dois jogadores a mais que o Nacional, não conseguiu nem conquistar um ponto para a classificação geral.

Mas a pergunta é....A culpa é do técnico? Vamos ouvir o seguinte. Existe algo errado no clube, tantos e tantos outros técnicos de ponta passaram pelo clube nos últimos anos como Luis Felipe Scolari, Muricy Ramalho, Luxemburgo e agora o Marcelo Oliveira que havia ganho dois títulos brasileiros com o Cruzeiro. Qual seria o mistério verde em questão?

Na minha modesta opinião o problema esta exatamente na falta de paciência para que um trabalho seja desenvolvido e principalmente as inúmeras intervenções por parte de torcedores, conselheiros e sócios sobre o departamento de futebol. Falo isso com propriedade pois fui setorista desse clube durante quatro anos e senti na pele a paixão as vezes sem limites que algumas pessoas tratam o time e as inúmeras ações que são descabidas e inoportunas por conta de resultados ou as vezes simplesmente por mero capricho ou vaidade.

Quantas vezes meu celular tocou e do outro lado pessoas que se apresentavam das maneiras mais distintas tentavam passar informações que evidentemente eu não passava a frente pois nitidamente eram apenas para gerar pressões ou conflitos internos no futebol do Palmeiras.

Com o futebol cada vez mais pobre de técnica e principalmente de recursos, profissionalismo no esporte é fundamental para que um time sobreviva e os resultados são uma conseqüência natural. Assim foi com o Corinthians quando eliminado da Libertadores na primeira fase e a diretoria acreditou que a derrota se deu por conta de lances pontuais e confiou na seqüência do trabalho com o Tite, o que resultou em conquistas posteriores e principalmente, uma evolução significativa na qualidade tática da equipe.

As vezes uma simples conquista pode esconder e maquiar muitos problemas, como por exemplo a própria conquista do Palmeiras na Copa do Brasil do ano passado. Evidente que não quero desmerecer o esforço dos jogadores do alvi verde, mas qualquer um que olhe o futebol com um pouco de maturidade e sem uma desacerbada paixão clubística vai concordar que o Santos era muito superior ao Palmeiras e se não fosse uma seqüência de factóides que contribuíram para a heróica conquista, jamais o time da Vila perderia aquela final.

Agora é esperar qual será a nova vítima da torcida do amendoim, mesmo que atualmente o grupo já na casa nova consuma nozes e castanhas, mas a fome de interferir e palpitar nas ações do departamento de futebol infelizmente se torne um hábito cada vez mais freqüente. Uma vez um jogador que inclusive hoje já parou de atuar, mas foi muito feliz e elogiado com a camisa do Palmeiras me confidenciou que algumas ações beiram o absurdo, já que conselheiros e sócios chegam a ligar em seus telefones particulares ou os abordavam nas dependências do clube para exigirem melhores atuações e até mesmo solicitando que atletas aprendam a cantar o hino inteiro, como se não soubessem que independente do respeito que precisa haver por parte de ambos os lados, os jogadores são profissionais e em nenhum momento precisam amar ao clube como alguns de maneira equivocada entendem ser uma obrigação.

Enfim, segue o circo do futebol e essa paixão tradicional também irá seguir, assim como o Palmeiras continuará com suas características e sua história. Viva a Bola !!!

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