Eric Botthegin é um zagueiro ítalo-brasileiro, mas com uma carreira consolidada no futebol holandês. Nascido no bairro do Tatuapé, na zona leste da cidade de São Paulo, o atleta não é conhecido no Brasil. Atuou apenas na categoria sub-13 do Palmeiras e na base do Internacional.

Pelo Colorado, em 2007, foi disputar um campeonato na Holanda e acabou chamando a atenção do Zwolle, um time local. Ele aceitou o desafio e foi para um país desconhecido, fazendo seu sonho de ser profissional virar realidade.

Na temporada 2013/14 o brasileiro foi contratado pelo Groningen, uma das sensações da competição local. Eric tem 26 anos e foi o destaque da última rodada, a 31ª do campeonato nacional.

Em entrevista exclusiva para o Portal Terceiro Tempo, o zagueiro contou um pouco de sua trajetória.

Terceiro Tempo: Eric, como começou sua carreira no futebol?

Eric Botteghin: Joguei na base do Palmeiras e até no futebol de salão do clube, com 14 anos fui ao Internacional e atuei um ano por empréstimo. Em 2007 disputamos um torneio na Holanda , o Eurovoetbal, e fomos campeões. Um empresário local me viu atuar e fez um convite para eu ir ao Zwolle.

TT: Você ficou com medo de ir jogar em um país desconhecido?

EB: Fiquei assustado, eu tinha só 19 anos. Nunca tinha ouvido falar no Zwolle. Cheguei em janeiro e no inverno, foi complicado. A cultura é totalmente diferente.

TT: Prefere permanecer no futebol holandês?

EB: Aqui eu estou adaptado, mas quero dar um passo maior, jogar no Brasil ou em um clube maior aqui mesmo na Europa. Sai do meu país muito novo, não atuei como profissional, tenho esta vontade.

TT: Acredita que se você jogasse em um clube de maior visibilidade, estaria na seleção brasileira?

EB: O Brasil tem excelentes zagueiros, mas como você disse, em um grande clube a visibilidade é maior.

TT: Você tem cidadania Italiana?

EB: Meu avô era Italiano e obtive a cidadania ainda criança, isso facilitou minha vinda para a Europa.

TT: Você tem apenas três expulsões em toda a sua carreira, como você sustenta tanta tranquilidade?

EB: Prefiro usar a técnica, tento sempre antecipar as jogadas. Tenha apenas uma expulsão direta, as outras duas vezes foram por dois amarelos.

TT: A tranquilidade de conter as faltas é uma questão cultural da Holanda?

EB: Um pouco dos dois, os zagueiros holandeses são mais técnicos.

TT: Quem são seus ídolos?

EB: Os zagueiros Jaap Stam (ex-zagueiro holandês que brilhou com as camisas do Manchester United, Milan e Lazio), cheguei a trabalhar com ele, e Thiago Silva.

TT: Qual o objetivo do Groningen no Campeonato Holandês?

EB: Estou focado em uma vaga para a Liga Europa. Queremos disputar uma competição internacional.

TT: Você entrou na seleção da última rodada, como é receber este reconhecimento?

EB: Esse reconhecimento me deixa muito feliz e confiante em seguir fazendo uma grande temporada com o Groningen.