O brasileiro, à direita, com sua Brabham, ao lado do pole James Hunt em Kyalami. Foto: Reprodução

O brasileiro, à direita, com sua Brabham, ao lado do pole James Hunt em Kyalami. Foto: Reprodução

José Carlos Pace,  um dos mais promissores pilotos brasileiros, completaria 77 anos nesta quarta-feira (6). Ele moreu no dia 18 de março de 1977 em um acidente aéreo na Serra da Cantareira, em Mairiporã (SP). Ele estava com 32 anos.

Cotado como um dos postulantes ao título da temporada de 1977, Pace, que competia pela Brabham-Alfa Romeo, havia disputado três GPs naquele ano: Argentina, em Buenos Aires (foi o segundo colocado); Brasil, em Interlagos (abandonou) e África do Sul, em Kyalami (foi o 13º).

E foi justamente o GP da África do Sul o último em que ele participou, disputado 13 dias antes de sua morte, em 5 de março.

A corrida foi marcada por uma tragédia que vitimou o piloto galês Tom Pryce (Shadow), de 27 anos, e um fiscal de pista, que trabalhava como voluntário, um jovem de 19 anos, Jansen Van Vuuren.

PACE NA PRIMEIRA FILA

José Carlos Pace, o Moco, como era carinhosamente chamado, havia largado em segundo lugar, dividindo a primeira fila com James Hunt (McLaren).

Porém, o brasileiro não começou bem, caindo da segunda para a quinta colocação antes da primeira curva, superado por Niki Lauda (Ferrari), Jody Scheckter (Wolf) e Patrick Depailler (Tyrrell), enquanto Hunt mantinha-se em primeiro. Aliás, o vitorioso foi Lauda, seguido por Scheckter e Depailler.

Porém, um grave acidente aconteceu na volta 22.

DETALHES DO ACIDENTE: MILTON NEVES ANUNCIA EM PRIMEIRA MÃO EM TRANSMISSÃO PELA JOVEM PAN

À época na Rádio Jovem Pan, Milton Neves, então aos 25 anos, comandava o Plantão Esportivo da emissora, de São Paulo. Wilson Fittipaldi (o Barão) narrava o GP e o português Domingos Piedade fazia os comentários quando um telex chegou às mãos de Milton Neves, trazido pelo rádio-escuta José Laforé Salício, com a notícia da morte de Tom Pryce.

Milton chamou Wilson Fittipaldi ao vivo e informou sobre o acidente fatal de Pryce. Domingos Piedade, a princípio, duvidou da notícia, que acabou confirmada minutos depois.

Tom Pryce, então com 27 anos, morreu em consequência do impacto de um extintor de incêndio que era carregado por um fiscal de pista.

O piloto avançava com sua Shadow número 16 pela reta principal do traçado sul-africano na 13ª colocação, atrás da March do alemão Hans Stuck e da Ligier do francês Jacques Laffite.

À esquerda da pista, parado, estava seu companheiro de equipe, o italiano Renzo Zorzi, desvencilhando-se do cinto de segurança enquanto seu carro tinha um princípio de incêndio.
 
Zorzi saiu sem problemas de sua Shadow, ajudado por um fiscal, que debelou as chamas com um extintor de incêndio.
 
Mas o outro fiscal, Jansen Van Vuuren, de 19 anos, também com o extintor de incêndio nas mãos, acabou atropelado pelo carro de Tom Pryce, a cerca de 280 km/h, morrendo instantaneamente, e seu extintor atingiu em cheio a cabeça do piloto.
 
O impacto, tão forte, removeu o capacete de Pryce, que teve seu crânio esmagado, provocando sua morte no mesmo instante. Desgovernada, a Shadow ainda atingiu a Ligier do francês Jacques Laffite, que deixou a prova, mas sem ferimentos.
 
O fiscal, que trabalhava como bilheteiro no aeroporto de Johanesburgo, atuava como voluntário naquele GP e certamente foi mal instruído com relação aos eventuais socorros que deveria prestar. A viúva de Tom Pryce, inclusive, processou a organização do GP da África do Sul, por negligência.
 
Milton Neves estava no Plantão Esportivo da Rádio Jovem Pan naquela manhã de 5 de março de 1977, e foi o primeiro a noticiar a morte de Tom Pryce, após a redação da emissora receber o telex de uma agência internacional. Clique no botão abaixo e ouça o depoimento de Milton Neves a Marcos Júnior Micheletti em 4 de abril de 2013, relembrando os fatos.


     

 

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