Olhos no retrovisor: Schumacher, que completa 56 anos, estreou impressionando na F1
Olhos no retrovisor: Schumacher, que completa 56 anos, estreou impressionando na F1
Por Marcos Júnior Micheletti - 03/01/2025 15:00
A prisão de um piloto, o belga Bertrand Gachot, foi a ponta do novelo que desenhou a trama para a carreira do piloto mais vitorioso da Fórmula 1: o alemão Michael Schumacher, que está completando 56 anos nesta sexta-feira, 3 de janeiro.
Aos 29 anos, Bertrand Gachot, então piloto da equipe Jordan, se envolveu em um acidente de trânsito dias antes do Grande Prêmio da Bélgica, em Spa-Francorchamps, realizado em 25 de agosto de 1991, e acabou sendo preso. Com isso, ficou impossibilitado de participar da prova.
Eddie Jordan precisava de dinheiro, pois o orçamento de sua equipe era limitado, o que abriu as portas para que Michael Schumacher, apadrinhado pela Mercedes, conseguisse a vaga. Indagado por Eddie Jordan se ele já havia guiado em Spa-Francorchamps, Michael disse que sim, o que não era verdade. O jovem temia que o chefe da Jordan pudesse mudar de ideia caso soubesse a verdade.
Schumacher surpreendeu e se classificou em sétimo lugar no grid, à frente do já falecido Andrea de Cesaris (1959-2014), que partiu da 11ª colocação. Schumacher impôs 0s774 sobre o já experiente italiano De Cesaris.
Com um problema na embreagem, Schumacher andou poucos metros e abandonou com sua bela Jordan-Ford #32. A vitória foi do brasileiro Ayrton Senna (McLaren-Honda).
Mas a performance de Michael no final de semana convenceu Flávio Briatore, chefe da equipe Benetton, que lhe propôs um contrato para pilotar nas cinco provas restantes do ano, no lugar do brasileiro Roberto Pupo Moreno, que foi dispensado.
Aos 22 anos de idade, Schumacher formou dupla com o já veterano Nelson Piquet (que estava com 39), exatamente na última temporada do brasileiro na Fórmula 1.
Se em 1991 o GP da Bélgica terminou cedo para Michael Schumacher, no ano seguinte, lá mesmo em Spa-Francorchamps, conquistou a primeira de suas 91 vitórias na Fórmula 1.
Na Bélgica, depois daquele triunfo em 1992, venceu outras cinco vezes (1995, 1996, 1997, 2001 e 2002). Assim, Schumacher é o maior vencedor do GP da Bélgica, com seis triunfos, seguido por Ayrton Senna, com cinco e Jim Clark e Kimi Raikkonen, ambos com quatro.
Após um grave acidente sofrido sofrido em 29 de dezembro de 2013, em uma pista de esqui na França, Michael Schumacher ficou cinco meses em coma. Atualmente ele mora com sua esposa Corina em uma mansão na cidade de Glend, na Suíça. O casal teve dois filhos: Gina Marie, que se casou neste ano, e Mick Schumacher, ex-piloto de Fórmula 1, atualmente na Alpine no Mundial de Endurance. As reais condições de saúde de Michael Schumacher nunca foram reveladas pelos familiares, amigos próximos e assessores.
Em sua brilhante carreira na Fórmula 1, conquistou sete títulos, dois pela Benetton e cinco pela Ferrari. Contabilizou 91 vitórias e 68 poles. Estas marcas acabaram sendo superadas por Lewis Hamilton, que hoje tem o mesmo número de títulos. Porém, Schumacher ainda detém o recorde de voltas mais rápidas, 77 contra 67 de Hamilton.
Eddie Jordan, feliz com seu jovem piloto em Spa-Francorchamps, na Bélgica. Michael Schumacher foi a sensação do treino de classificação em sua estreia na F1, conquistando o sétimo lugar no grid. Foto: Divulgação
ABAIXO, TRECHO DO TREINO OFICIAL DO GP DA BÉLGICA DE 1991, COM NARRAÇÃO DE GALVÃO BUENO E COMENTÁRIOS DE REGINALDO LEME