Mario Andretti testou e percebeu os problemas do novo carro em 1979. Foto: Reprodução

Mario Andretti testou e percebeu os problemas do novo carro em 1979. Foto: Reprodução

Depois de um ano com domínio de sua dupla Mario Andretti e Ronnie Peterson (1944-1978) em 1978, campeão e vice, respecitvamente, a Lotus resolveu dar um passo mais avançado em seu carro para a temporada seguinte.

Vale ressaltar que Peterson, o vice-campeão de 1978, morreu em decorrência do grave acidente sofrido durante o GP da Itália, em Monza, mas ainda assim não foi superado pelo argentino Carlos Reutemann (1942-2021), da Ferrari, nas etapas dos Estados Unidos e do Canadá.

Reutemann, aliás, foi o piloto que dividiu os boxes da Lotus com Andretti em 1979.

A tônica da aerodinâmica na época era o efeito solo, tão bem desenvolvido pelo time inglês comandado por Colin Chapman o projetista Peter Wright, e copiado pelos demais times.

Mas Chapman era audacioso, e tentou dar o "golpe de misericórdia" na concorrência para 1979, em seu modelo batizado de Lotus 80.

O carro, como mostra a imagem que ilustra a matéria, bem como a que está mais abaixo, tinha duas laterais bem mais largas (sidepods), com a intenção clara de maximizar o efeito solo, já que os "túneis" robustos com suas saias tornariam o carro ainda mais "grudado" ao chão.

Em tese, o raciocínio estava correto, a ponto do carro dispensar as asas dianteiras, e na traseira, um aerofólio "pró-forma", pois o regulamento exigia o apêndice aerodinâmico.

NA PISTA, UM GRANDE PROBLEMA...

Antes mesmo da temporada de 1979 começar, - em uma época de testes irrestritos -, Chapman colocou a Lotus 80 nas mãos do campeão Mario Andretti para que ele, com sua experiência, pudesse aprimorar um modelo que o então mago da época ambicionava ser perfeito.

Porém, assim que o norte-americano começou a queimar borracha nos testes com a nova Lotus, ficou evidente que o carro tinha um problema terrível: o "porpoising".

Sim, o mesmo problema vivido recentemente pelas equipes de Fórmula 1 com o retorno justamente do "efeito solo", que tomou tons dramáticos sobretudo na Mercedes, que sofreu inapelavelmente com este efeito colateral.

A Lotus 80 saltava como um cabrito, assim como a Mercedes de Hamilton...

Tão logo o problema foi diagnosticado, o modelo voltou para a oficina, e as primeiras correções foram endurecer as suspensões e aumentar a altura livre do solo.

Embora o problema tenha sido minimizado, isso não foi suficiente, a ponto de a Lotus ter optado pelo modelo do ano anterior para os três primeiros GPs da temporada de 1979 (Argentina, Brasil e África do Sul).

A esta altura do campeonato, literalmente, a Ligier (que venceu com Jacques Laffite em Buenos Aires e em Interlagos), e a Ferrari, que triunfara com Gilles Villeneuve (1950-1982) em Kyalami, já davam as cartas no Mundial, e a Lotus não se encontrou com o novo carro, que embora tenha feito algumas aparições razoáveis, incluindo o terceiro lugar de Andretti no GP da Espanha, e o projeto foi abortado, mesmo ganhando asas dianteiras e um aerofólio "verdadeiro" na traseira.

Mais estável, sem o "porpoising", o Lotus 80 ficou relativamente "guiável", mas perdeu em velocidade, e o campeonato já estava perdido para frustração da dupla Chapman Wright.

A Lotus verde da temporada de 1979 (com patrocínios da Martini, ESSEX e Tissot, entre outros, substitundo a tradicional cigarreira John Player Special), foi um dos grandes fiascos da história da Fórmula 1, a exemplo do F6 da Copersucar Fittipaldi do mesmo ano de 1979 e da Brabham BT55 de 1986.

De qualquer forma, Colin Chapman não se deu por vencido, e ao longo do ano de 1979 debruçou-se na prancheta em busca de algo que pudesse colocar o time de novo na linha de frente, e tentou isso com o carro de chassi duplo, a Lotus 88, que tinha tudo para ser vencedora, mas o projeto foi proibido pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo).

Lotus 80, o carro da equipe britânica para a temporada de 1979 da Fórmula 1. Sidepods largos para amplificar o efeito solo foi uma tentativa. Carro dispensava asa dianteira e utilizava aerofólio traseiro de "enfeite". O efeito colateral foi o porposing... Foto: Divulgação

 


  

 

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