Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Por Wladimir Miranda

Quiseram os deuses da bola que Flamengo e Santos, líder e vice-líder respectivamente do Campeonato Brasileiro, decidissem na última rodada, sábado, às 17 hs, no Maracanã, qual dos dois vai ficar com o título simbólico de campeão do primeiro turno. O jogo tinha tudo para ter ingredientes ainda mais picantes, não fosse o vacilo santista neste domingo na Vila Belmiro, ao só empatar com um Athletico Paranaense, que se recusou a deixar o jogo fluir, cometendo um número excessivo de faltas, sob os olhares complacentes do homem do apito.

Tivesse conquistado a vitória agurdada e o Santos empataria com o Fla em número de pontos, só ficando na segunda colocação por conta do saldo de gols, amplamente favorável aos cariocas.

Os paranaenses foram para a Vila com um time recheado de reservas, pois o técnico Tiago Nunes preservou vários titulares para o primeiro confronto da decisão da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, diante do Internacional. Sampaoli também não tinha em mãos o que tem de melhor. A ausência mais sentida foi a de Soteldo, na seleção venezuelana. É para Soteldo que os jogadores do Santos olham quando o time necessita de um atacante driblador, que parta com volúpia para cima dos adversários. E Soteldo tem feito isto com muita compétência, principalmente nos duelos disputados na Vila Belmiro.

O Santos começou a partida com a ousadia de sempre na gestão Sampaoli e criou algumas oportunidades, desperdiçadas pelos seus atacantes, principalmente o valente Marinho, atuando pelo lado direito.

Sem Soteldo, era em Marinho que o Santos apostava nas jogadas de velocidade pelo lado. Como criou e não fez, coube ao Athletico marcar o gol que buscava, para em seguida explorar os contra-ataques. E era também tudo o que o técnico Tiago Nunes queria para colocar em prática a estratégia de truncar seguidamente o jogo, com faltas no meio-de-campo. O empate santista veio nos acrécimos, num pênalti controverso. Vendo o revendo as imagens, percebe-se que, além do empurrão nas costas de Marinho, fora da área, houve também a falta por baixo, com o jogador do Athletico atingindo o atacante santista.

O Santos não reeditou as suas melhores performances sob o comando de Sampaoli. Em algunms momentos mostrou lentidão na troca de passes, defeito grave para um time que tem a verticalidade, a movimentação constante e a busca intensa pelo gol, como as suas maiores e melhores virtudes.

Contra o Fla, o Santos pode ter, pode, já que Sampaoli é mestre em surpreender, as voltas de Victor Ferraz, Soteldo e do paraguaio Derliz Gonzalez. Mas não terá o volante Diego Pituca, suspenso.

É certo que o Flamengo é favorito. Favoritaço, na verdade. O Rubro-negro tem o que o Santos ainda não encontrou em Uribe. Aliás tinha, mas teve de vender exatamente para o Flamengo. Bruno Henrique e Gabigol, fazem os gols que os cariocas precisam para se manter na ponta e se colocar como candidato seríssimo a ficar com o título. É bom lembrar, que os dois atacantes só não ficaram na Vila Belmiro porque o Santos não tem o que sobra na Gávea nas últimas administrações: Dinheiro.

Sem recursos, restou ao Santos apostar em um técnico tão maluco e intenso quanto competente e ousado, responsável principal por sua equipe estar brigando pela primeira posição. Se Sampa não estivesse nas praias da Baixada, com seus cachorros, sua bicicleta e intensidade, dentro e fora de campo, certamente o alvinegro praiano estaria no lado de baixo da tabela, esperneando para não ser rebaixado.

O título de campeão brasileiro é improvável. A conquista de uma das vagas para a Copa Libertadores da América de 2020 pode, sim, se tornar realidade. Depois, o clube terá de ir ao mercado para reforçar o elenco de Sampaoli.

O atual grupo santista está recheado de jogadores apenas razoáveis, o do Flamengo, de quatro ou cinco jogadores que decidem jogos. Se nada a contecer no meio do caminho para interromper a marcha, os flamenguistas certamente darão, pelo menos, uma volta olímpica até o final de 2019.

Além disso, o Flamengo tem a força de sua enorme torcida e a boa vontade da mídia, sempre de braços dados com equipes que são sinônimos de grande audiência. Que o diga, também, o Corinthians.

O Palmeiras caminhava para o empate, sábado, contra o Goiás, quando foi salvo por uma jogada muito utilizada quanto o time era comandado por Felipão. Marcos Rocha arremessou a bola para dentro da área e Gustavo Scarpa aproveitou a confusão para marcar.

Mas ressalte-se que o time, agora de Mano Meneses, mostrou que pode render bem mais do que vinha rendendo com Felipão e seu auxliar Paulo Turra.

Ainda há tempo para a reação.

Para isto, a primeira missão de Mano será apagar a fogueira das vaidades que impede que o time milionário palmeirense renda o que dele se espera.

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