Nos 73 anos que Milton Neves completa nesta terça-feira (6), embora o futebol tenha permeado a maior parte do seu cotidiano, tanto pessoal quanto profissionalmente desde os tempos em que ouvia o Santos Futebol Clube em um rádio a pilha em Muzambinho, Sul de Minas Gerais, os automóveis também foram importantes em sua trajetória.
No período em que trabalhou na Rádio Jovem Pan, quando a emissora paulistana tinha um departamento de esportes robusto, presente às coberturas automobilísticas com jornalistas das estirpes de Claudio Carsughi, Flavio Gomes, Wilson "Barão" Fittipaldi, Cândido Garcia e Nilson Cesar, entre outros, Milton Neves participou de diversas coberturas da rádio nos GPs do Brasil em Interlagos, comandando os trabalhos e chamando os repórteres e comentaristas ao longo das transmissões.
Mas as aventuras de Milton pelo mundo do automobilismo não se limitaram ao autódromo paulistano. Em 1994, por exemplo, ele foi a Indianápolis para a cobertura das 500 Milhas, mais famosa prova da Indy, no lendário oval do IMS (Indianápolis Motor Speedway).
Na ocasião, entrevistou os pilotos brasileiros que lá estavam: Emerson Fittipaldi, Roberto Pupo Moreno, Maurício Gugelmin e Raul Boesel. E também ficou admirado com os banheiros sem portas e os divertidos concursos de topless que aconteciam no entorno do autódromo.
Falando em Indy, em 11 de março de 2010, uma quinta-feira, esteve no Anhembi para acompanhar de perto o trabalho das equipes que montavam seus carros no Pavilhão de Exposições para a primeira edição da São Paulo Indy 300, prova vencida pelo australiano Will Power. Lá, se encontrou e entrevistou o `primo´Helio Castroneves e Tony Kannan.
PRIMEIROS CARROS PESSOAIS
Não há registro fotográfico, mas Milton se lembra muito bem do seu primeiro carro, um Fuscão amarelo, placas BO-5555.
No dia de seu casamento, levou a esposa Lenice para a lua de mel em uma Brasília azul.
Bem depois, já com três filhos, a necessidade o obrigou a ter um carro maior, no caso uma bela Caravan prata, com bagageiro no teto, que ele retirou. "Era horrível, aquilo", diz Milton, que a exemplo do primeiro carro, o Fuscão, continua gostando de carros alemães, mais precisamente os fabricados em Stuttgart.
CARROS DE TRABALHO: Como repórter de trânsito, Milton andava ao lado do saudoso motorista Silvério Rodrigues, que conduzia uma Veraneio azul ou uma Rural Willys, azul e branca, tipo "saia e blusa".
EXPOSIÇÕES
Milton compareceu em algumas edições do Salão do Automóvel e outras feiras relacionadas a transportes, como a Fenatran, em 2013. Na ocasião, visitou o estande da Renault, conhecendo os produtos da montadora de matriz francesa que produz veículos no Brasil.
HISTÓRIAS EM COBERTURAS JORNALÍSTICAS
O MAVERICK DESGOVERNADO DE CLAY REGAZZONI NO CENTRO DE SÃO PAULO
Em 1973, por ocasião do lançamento do Ford Maverick, aposta da montadora para concorrer com o Opala no Brasil, cada piloto que disputou a prova recebeu um Maverick durante sua estada em São Paulo, para poder se deslocar pela cidade. Milton Neves relembra uma situação curiosa que aconteceu na ocasião, com o suíço Clay Regazzoni (1939 - 2006).
"Eu morava na pensão dos muzambinhenses na Alameda Jaú (em São Paulo) e teve um GP daqueles iniciais aqui, com Ronnie Peterson, José Carlos Pace, Clay Regazzoni e muitos outros. Foi quando lançaram o Ford Maverick (1973), que foi o carro oficial do GP de Interlagos. Era uma época romântica. Eu entrava na rádio (Jovem Pan) somente à tarde. Eu e um amigo, chamado Dulcinei Marras, o "Durce", descemos com um ônibus a Consolação (região central de São Paulo) e fomos a pé até o Hilton, o hotel onde ficavam os pilotos. Descemos do ônibus e todo mundo ouviu aquele ´cantar´de pneus. e de repente `bum!´, era o Clay Regazzoni, ele meteu uns 200 quilômetros por hora na descida da Consolação e arrebentou o carro em uma árvore. A Ford havia emprestado um Maverick para cada piloto andar em São Paulo. Aí ele saiu dos destroços do carro, espanou a poeira e foi a pé até o Hilton Hotel. Eu não fotografei, não filmei, também nem tinha equipamento, mas essa imagem não saiu das minhas retinas", recorda-se Milton.
"FURO" NA MORTE DO PILOTO TOM PRYCE
Milton Neves estava no Plantão Esportivo da Rádio Jovem Pan na manhã de 5 de março de 1977 e foi o primeiro a noticiar a morte do galês Tom Pryce (1949 - 1977) no GP da África do Sul, após a redação da emissora receber o telex de uma agência internacional. Na ocasião, um fiscal atravessou a pista para debelar o princípio de incêndio da Shadow do italiano Renzo Zorzi, companheiro de equipe de Pryce. O jovem Jansen Van Vuuren, de apenas 19 anos, inexperiente, cruzou a reta de Kyalami e acabou sendo atropelado pela Shadow de Tom Pryce, que estava a cerca de 280 quilômetros por hora. O extintor de incêndio que estava sendo carregado pelo fiscal, atingiu a cabeça de Pryce em cheio, que teve seu crânio esmagado e morte instantânea.
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