É melhor esperar um pouco pra ver se Sampaoli está mesmo “com essa bola toda"

Historicamente tem um começo animador, que perde força e termina em briga

Só deu Jorge Sampaoli na mídia neste início de semana. Depois de ganhar o clássico com o São Paulo e levar o Santos a 100% de aproveitamento no Paulistão, o argentino virou o queridinho de todos os comentaristas.

Aqui mesmo, neste blog, exaltei a atuação do Peixe domingo passado como um massacre de Sampaoli sobre o neófito Jardine, do Tricolor. Mas isso não significa dizer que ele é o melhor técnico do mundo e que o Santos vai manter essa mesma performance até o final do ano.

Antes de mais nada, é preciso analisar os trabalhos recentes de Sampaoli. Por onde passa, costuma arranjar bastante confusão. No Chile, ele causou problemas para sair da seleção nacional, e a imprensa classificou o quadro como "trabalho inacabado”.

Normalmente tem um começo animador, que perde força e termina em briga. Assim foi no Sevilla: o início de temporada forte, com o futebol ofensivo e muito intenso, até boa parte do segundo turno. Depois foi caindo, caindo...

"Ele é um charlatão. Isso me chama a atenção. Cativou muita gente com três drones e quatro câmeras”, diz Claudio Borghi, campeão mundial em 1986 e ex-técnico da seleção chilena. Teve também uma passagem como jogador do Flamengo.

Mas, para aqueles que já o rotularam como “o gênio da lâmpada”, nada melhor do que observar o fracasso retumbante de sua passagem pela seleção da Argentina - com Messi e tudo.

Substituiu Edgardo Bauza com status de salvador que devolveria a glória a seu país, mas acabou fragilizado, após rumores de supostas discussões com seu elenco. O que se diz em Buenos Aires é que ele não dirigiu o time nos últimos jogos da Copa. Foi isolado e ignorado pelos próprios jogadores no vestiário.

"Se você joga uma bola a Sampaoli, ele te devolve com as mãos. Veja como deixou o Sevilla à porta do cemitério. Se não tivesse nos vencido nas finais (da Copa América) com o Chile, nem sua família o conheceria”, sentenciou Diego Maradona.

O RETROSPECTO DE SAMPAOLI EM NÚMEROS