Foto: Divulgação

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A cutucada em Tite desta vez foi internacional. E veio de um técnico de ponta da bola européia. Jürgen Klopp, treinador do Liverpool, ao ser questionado sobre a lesão de Fabinho, ainda no primeiro tempo do jogo com o Midtjyland, pela Liga dos Campeões, golpeou o colega brasileiro.

- Não sei se o Tite está tão preocupado, porque ele nunca põe o Fabinho para jogar. Então ele provavelmente ele sõ não vai ficar no banco -, disse Klopp.

E com razão.

Fabinho, que no Liverpool joga, e bem, tanto de volante como na lateral direita, nunca é utilizado por Tite na Seleção Brasileira.

E é assim também com Vinícius Júnior, com Rodrygo, e com Gabigol e Bruno Henrique, quando os dois atacantes do Flamengo foram convocados.

Tite os colocou em campo por raros dez, quinze minutinhos.

Com Everton Ribeiro, outro destaque do Flamengo nos últimos dois anos, o treinador foi um pouco mais, digamos, belevolente.

Atuou por 21 minutos na vitória, 4 a 2, sobre o Peru.

Tite não gosta de quebrar a estrutura de sua patota.

Ele sabe que se Bruno Henrique, Gabigol, quando estiver recuperado de contusão, Everton Ribeiro, Vinícius Júnior, Rodrygo e Fabinho, tecnicamente, são melhores do que os titulares que ora teima em colocar para jogar.

Digam lá, cara leitora e caro leitor: quem é melhor, Bruno Henrique, ou Richarlison? Roberto Firmino, ou Gabigol? Vinícius Júnior, ou Gabriel Jesus?

Roberto Firmino, no Liverpool, é um meia que joga com liberdade para armar jogadas. É mais meia do que atacante. Jogando assim, rende muito mais, é um dos destaques da equipe inglesa.

Na Seleção Brasileira, Tite quer que ele seja um atacante, que jogue de costas para os zagueiros. Assim, não consegue render. Não brilha.

No time de Tite, o único que tem liberdade total para fazer o que quiser, inclusive segurar a bola quando o mais produtivo seria o passe, é Neymar.

Por causa de Neymar, a estrela da seleção, Tite não pensa duas vezes para colocar Everton Ribeiro para atuar na direita, mesmo já tenho provado que produz muito mais quando é escalado no lado esquerdo.

O lado esquerdo está sempre reservado para Neymar. É de lá, na esquerda, que o astro do PSG prefere iniciar suas jogadas.

Tite tem medo de ousar.

Não gosta de mexer com os jogadores que estão há mais tempo na seleção, como Gabriel Jesus, Richarlison e Roberto Firmino.

Foi este o critério, que ele chama de meritocracia, que usou para fechar a lista de convocados para a Copa de 2018.

Levou Fred e Renato Augusto, ambos machucados.

Quando precisou mudar, a Seleção Brasileira não tinha opções que prestassem no banco de reservas.

O Brasil iniciou mais uma eliminatórias, com duas vitórias, e certamente vai para mais um mundial.

Tranquilo.

E, pelo jeito, iremos com Tite no comando.

Com ele e sua patota, as chances de conquistar o hexa são remotas.

O Brasil vai perder mais uma copa e depois ainda teremos de ouvir as tentativas de explicações do treinador.

Afinal, Tite, mesmo nas eliminações, tem de manter a fama de encantador de serpentes.

 

 

 

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