Maracanã estará vazio neste domingo para a final entre Fluminense e Vasco pela Taça Guanabara. Foto: Divulgação/Maracanã/Via UOL

Maracanã estará vazio neste domingo para a final entre Fluminense e Vasco pela Taça Guanabara. Foto: Divulgação/Maracanã/Via UOL

A polêmica pelo setor sul do Maracanã parecia ter chegado a um capítulo final na tarde de ontem quando o presidente do Fluminense, Pedro Abad, admitiu que o clube havia perdido a briga com o Vasco e ficaria no lado oposto. Somente parecia. Isso porque a Justiça do Rio entrou em ação na noite deste sábado, aceitou pedido do Tricolor e determinou que a final da Taça Guanabara neste domingo ocorrerá sem a presença de qualquer uma das torcidas.

O Fluminense estava inconformado com a postura adotada por Vasco e consórcio Maracanã, que ignoraram a presença de um contrato que garante a torcida tricolor no setor sul em jogos no estádio. O clube das Laranjeiras não contava com apoio de nenhuma das partes interessadas. Nem Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), nem Maracanã e, claro, nem o Vasco.

A diretoria tricolor, no entanto, estava bem embasada juridicamente e conseguiu evitar que a torcida do Vasco ficasse com o setor sul. Mesmo que tivesse que cortar da própria carne. E foi justamente o que aconteceu. Enquanto presidente Pedro Abad concedia entrevista e convocava os torcedores para irem ao estádio, o departamento jurídico do clube fazia o necessário para que o Tricolor não sofresse o revés nos bastidores.

E nos acréscimos do segundo tempo, o Fluminense conseguiu empatar o duelo. Se ele não pode ficar com o setor sul, mesmo com contrato justificando a opção, o Vasco também não pode.

Confira o despacho da desembargadora:

Por tais fundamentos, DEFIRO PARCIALMENTE A LIMINAR para atribuir efeito suspensivo à decisão agravada e determinar que a partida entre os Clubes Fluminense e Vasco da Gama, marcada para o dia 17 de fevereiro de 2019, seja realizada a portas fechadas, sem a presença de torcidas, determinando-se a devolução dos valores pagos pelos torcedores que já adquiriam os ingressos.

Determino, por fim, a expedição de oficio / mandado para a Secretaria de Estado de Segurança Pública / Batalhão de Polícia Militar responsável, para que tome todas as providências destinadas ao reforço da segurança no evento. Assine-se por ordem.

LUCIA HELENA DO PASSO
DESEMBARGADORA DE PLANTÃO

Veja nota oficial do Fluminense:

O Fluminense FC comunica que, diante do descumprimento do contrato e decisões judiciais por parte do Maracanã e Vasco da Gama, como medida extrema e buscando a segurança de todos os torcedores e a preservação do seu direito, requereu, entre outros pedidos, que a final se desse com portões fechados. A desembargadora acolheu o pedido do Fluminense, negando a tentativa do Vasco de se esquivar da decisão judicial que impedia o acesso de sua torcida ao setor Sul do Maracanã.

Enquanto o Clube aguardava a decisão da desembargadora de plantão - proferida apenas nesta madrugada, postergamos tanto quanto possível a venda de ingressos nas Laranjeiras.

Por esse motivo, mantida essa decisão, não abriremos a venda de ingressos neste domingo nas Laranjeiras.

Lamentamos muito que a festa das torcidas não aconteça na partida de logo mais, mas estamos certos que a torcida tricolor apoia e está ao lado do Fluminense nesse imbróglio.

ENTENDA O CASO

Em 1950, o Vasco foi campeão carioca e ganhou o direito de escolher o lado que sua torcida ficaria no Maracanã. A medida foi respeitada até 2013, quando o estádio passou por reformas e assinou novos contratos com os clubes.

Como Vasco e Botafogo jogam em São Januário e Nilton Santos, respectivamente, o consórcio, então, assinou com Flamengo e Fluminense. O Rubro-negro se manteve no setor norte, enquanto o Tricolor ganhou a possibilidade de oficializar o setor sul - trocava de lado toda vez que enfrentava o Cruzmaltino.

Desde então, mesmo sob o comando de Eurico Miranda, o Vasco acatou a nova decisão e passou a ocupar o setor norte em jogos contra o Fluminense.

O problema é que o consórcio está sob nova direção e o novo presidente, Mauro Darzé, não demonstrou muito interesse em reforçar a parceria com o Fluminense e tomou partido do Vasco desta vez.

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