Preso no Uruguai, o ex-presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo, acusou o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de ter sido um dos líderes do esquema que envolvia propinas aos principais cartolas da América do Sul. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo. Figueredo está preso desde junho e tem colaborado com a Justiça dos Estados Unidos para a investigação sobre a corrupção no futebol.
De acordo com Figueredo, não era a Conmebol quem ditava as regras no futebol da América do Sul, mas, sim, Teixeira com Julio Grondona, ex-presidente da Federação Argentina de Futebol (que faleceu em 2014). O esquema fraudulento de distribuição de propinas teve maior intensidade em 2013 e 2014, segundo Figueredo.
Ao FBI, o ex-presidente da Conmebol informa que a empresa Full Play deu US$ 300 mil para cada presidente de federação da América do Sul para entrar como parceira da Conmebol. Teixeira e Grondona teriam estipulado o valor da propina.
"Era tão natural que a pessoa que entrava no grupo recebia o dinheiro que cada um sabia que ia receber", delatou Figueredo, conforme documento revelado pelo O Estado de S. Paulo.
Figueredo relata que Teixeira propôs que todos dirigentes da Conmebol ganhassem aumento; Teixeira integrava posto no Comitê Executivo da organização.
"O presidente do Brasil [na verdade era presidente da CBF, então comandada por Teixeira] queria que eu cobrasse US$ 50 mil, assim eles ganhariam US$ 25 mil. Fechamos em US$ 40 mil porque era dinheiro doce [propina]".
Ricardo Teixeira negou as informações de Figueredo repassadas às autoridades norte-americanas. O ex-presidente da CBF argumenta que já não integrava a bancada da Conmebol e CBF nos períodos de 2013 e 2014, apontados por Figueredo como de intensa distribuição de propinas.
"Raciocina comigo. Eu deixei a CBF em abril de 2012 e fui para os Estados Unidos. O Figueredo assumiu a Conmebol em maio de 2013. Como eu poderia participar da assinatura de contratos com a Full Play em 2013 se eu já estava fora da CBF e não era membro da Conmebol? Não tem lógica", rebate Teixeira.
Teixeira é investigado pelo FBI
O ex-mandatário da CBF é investigado pelo FBI por conta de um suposto escândalo de propina de US$ 100 millhões. O negócio envolveu também o ex-presidente da Fifa João Havelange, e o suíço Joseph Blatter.
Segundo a BBC, a companhia de marketing esportivo ISL pagou a executivos - entre eles o trio citado acima - US$ 100 milhões em propinas. Em retorno, a empresa garantia contratos de marketing e transmissão extremamente lucrativos.
Foto: UOL
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