Jânio da Silva Quadros renúnciou após sete meses de mandato

Jânio da Silva Quadros renúnciou após sete meses de mandato


Há exatos 50 anos, Jânio da Silva Quadros, eleito pelo PTB, em 1960, renunciava ao cargo de Presidente da República, após apenas sete meses de mandato.
O sul-matogrossense alegou que "forças terríveis" o fizeram tomar a decisão.
Em artigo publicado hoje (25 de agosto de 2011), no jornal "Folha de S.Paulo", o neto do ex-vereador, deputado estadual, prefeito de São Paulo, governador de São Paulo e deputado federal, Jânio Quadros Neto, disse que o avô confidenciou o motivo da renúncia quando estava a beira da morte em 1992:
"Aqueles que os deuses querem destruir, eles primeiro os fazem presidentes do Brasil. Quando assumi a Presidência, não sabia a verdadeira situação político-financeira do país. A renúncia era para ter sido uma articulação, nunca imaginei que ela seria de fato executada. Imaginei que voltaria ou permaneceria fortalecido. Foi o maior fracasso da história republicana do Brasil, o maior erro que cometi. Esperava um levantamento popular e que os militares e a elite não permitissem a posse do Jango, que era politicamente inaceitável para os setores mais influentes da nação na época".
A decisão foi catastrófica para o Brasil, pois abriu caminho para o golpe militar em 1964, que deixou o país por 21 anos sem um presidente cívil e 29 anos sem eleição direta para à presidência da república.
Jânio, considerado populista por muitos cientistas politicos, sempre teve uma ligação forte com o esporte, principalmente o futebol. Foi apoiado por Pelé em 1960, contra Marechal Lott e Ademar de Barros.
Veja abaixo matéria publicada às vésperas da eleição presidencial brasileira em 2010.

No dia 03 de outubro de 1960, as eleições presidenciais no Brasil foram decidas em turno único. Naquela época surgiu um fenômeno eleitoral, conhecido por Jânio da Silva Quadros.
Jânio foi o único sul-mato-grossense presidente da República da história, se elegeu com 5.636,623 votos pela coligação partidária  PTN-PDC-UDN-PR-PL, derrotando Marechal Henrique Teixeira Lott, candidato pela coligação PTB ?PSD e o ex-governador de São Paulo, o  piracicabano Ademar Pereira de Barros, pelo PSD.
Em 1960, o sistema eleitoral brasileiro permitiu a eleição para a escolha do vice-presidente da República.

O candidato de Jânio a vice-presidente era Milton Campos, que concorreu pela sigla da UDN, o PR, lançou postulante apenas a vice-presidência da República, Fernando Ferrari e o PTB, foi o vitorioso, com a reeleição de João Goulart. Jango, como era conhecido, havia sido o vice da gestão anterior, do mineiro Juscelino Kubitschek.
A eleição da dupla Jan-Jan (Jânio- Jango) como ficou conhecida foi considerada histórica. E recebeu apoio de diversos segmentos da sociedade. O mais notabilizado foi de um garoto de apenas 19 anos, conhecido por Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.  Veja acima o anúncio utilizado pela campanha janista.
Outro ponto que notabilizou a campanha de 1960 foi o jingle, cujo os versos iniciais eram:

"Varre, varre, varre, varre vassourinha / varre, varre a bandalheira / que o povo já está cansado / de sofrer dessa maneira / Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!".
Consulta sobre eleições de 1960 : Marco Antonio Villa, historiador, Mestre em Sociologia e Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo.

Fotos:Wikipédia

Em evento realizado no Palácio do Planalto, em 1961, o Presidente Jânio Quadros recebeu alguns jogadores da Seleção Brasileira. Na imagem abaixo da esquerda para a direita, o zagueiro Gersio Passadore, Belini, Djalma Santos e Gylmar dos Santos Neves (o Goleiro Maior), João Havelange e João Mendonça Falcão, presidente da Federação Paulista de Futebol..
Foto: Arquivo Público do Estado de São Paulo - Memória Pública






Abaixo, na foto, o Presidente Emílio Garrastazu Médici, recebeu os campeões do mundo de 1970. "Em 1970, os nossos craques politicamente eram verdadeiros pernas de pau ", máxima de Milton Neves

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