Paolo Guerrero está proibido de jogar futebol profissionalmente por oito meses

Paolo Guerrero está proibido de jogar futebol profissionalmente por oito meses

Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre

Paolo Guerrero vai pessoalmente tentar sua liberação. O atacante de 34 anos deixará o Peru com destino à Suíça nos próximos dias para se fazer presente na tentativa de reverter a punição que o deixa fora dos gramados pelos próximos oito meses. Antes disso, porém, conversou com o presidente peruano, Martín Vizcarra, para que ele também auxilie no caso.

A meta da defesa de Guerrero é que Vizcarra interceda junto ao hotel em que a delegação peruana se hospedou para a partida contra Argentina pelas Eliminatórias para Copa do Mundo de 2018, realizada em outubro do ano passado, para que o local se responsabilize pela contaminação do chá ingerido pelo atleta e que carregou a substância proibida.

Não foi a primeira vez que o jogador de futebol pediu ajuda ao presidente. Em maio, no primeiro encontro, Vizcarra já alegou crença absoluta na inocência de Guerrero, que viria a disputar a Copa do Mundo em seguida liberado por uma liminar.

"Este laudo sanciona uma suposta negligência com uma pena totalmente desproporcional de 14 meses, quando a primeira sentença já havia sido cumprida", disse o presidente, na ocasião, em entrevista coletiva.

Guerrero viajou ao Peru e estará pessoalmente na Suíça onde conversará com a equipe de advogados que o defende. São profissionais brasileiros, europeus e peruanos que trabalham juntos pela reversão da pena na Justiça Comum.

O Internacional monitora o caso à distância, se colocou à disposição para auxiliar no que fosse possível e ainda durante a semana montará um plano de ação para manter supervisão sobre a situação do atleta, que não pode sequer treinar utilizando a estrutura do clube enquanto estiver suspenso.

"Durante os últimos dias fomos pegos de surpresa. Ficamos sabendo na quinta-feira e tratamos só do jogo desde então. Evidente que conversamos com a parte jurídica e, nesta semana que vem, poderemos nos dedicar melhor a esta situação", disse o vice de futebol Roberto Melo.

Entenda o caso
Guerrero foi julgado e punido pela Fifa com um ano de afastamento por conta de um teste positivo de doping para substância benzoilecgonina, principal metabólico da cocaína e da folha de coca. O exame foi feito após a partida entre Peru e Argentina em Buenos Aires, em outubro de 2017, válida pelas Eliminatórias para Copa do Mundo.

Em seguida, entrou com recurso através do Comitê de Apelações da entidade e reduziu a pena, em um primeiro momento, para seis meses. Em maio, porém, o caso foi à Corte Arbitral do Esporte (CAS), que aplicou 14 meses de suspensão. Guerrero foi buscar seus direitos além do âmbito esportivo e conseguiu efeito suspensivo no Tribunal Federal Suíço no fim do mesmo mês.

Com a liberação provisória, atuou pelo Peru na Copa do Mundo e desde o regresso do Mundial jogou mais quatro partidas pelo Flamengo. Em seguida, foi contratado pelo Internacional e tinha estreia marcada para o último domingo diante do Palmeiras. No entanto, viu cair a liminar que o liberava para atuar na quinta-feira e voltou a estar proibido de qualquer atividade como profissional do futebol.

Foto: Ricardo Duarte/Inter

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