Tricolor faz 2 a 0, com 10 em campo, mas "entrega o ouro" nos descontos e perde por 3 a 2. Foto: Pedro Souza/Galo

Tricolor faz 2 a 0, com 10 em campo, mas "entrega o ouro" nos descontos e perde por 3 a 2. Foto: Pedro Souza/Galo

Lino Tavares

Representando a equipe deste portal esportivo, assisti como convidado à volta do Grêmio à sua Arena, após a peregrinação tricolor por gramados estranhos, motivada pelas enchentes que assolaram a terra gaúcha meses atrás.

Vi, no limiar do espetáculo, coisas emocionantes, como a entrega ao visitante Atlético Mineiro de uma placa de agradecimento por aquele gesto de nobreza em que ajudou financeiramente as vítimas das cheias no Rio Grande do Sul, promovendo em seu estádio um treinamento arrecadatório, bem como homenagens póstumas ao ex-dirigente gremista Luiz Carlos Silveira Martins e ao atleta Izquierdo, do Nacional de Montevidéu, recentemente falecidos.

No primeiro tempo de bola rolando, assisti a uma façanha gremista, algo que o tricolor dono da casa conseguiu realizar, mesmo com 10 jogadores contra 11, devido à expulsão de Gustava Martins, chegando ao placar de 2 a 0, com gols assinalados por Braithwaite e Cristaldo.

Mas, como se tivesse acontecido uma tempestade à tarde, após uma manhã ensolarada, o segundo tempo representou para a reduzida torcida gremista presente ao estádio um verdadeiro filme de terror, considerando que a vantagem de seu time ameaçava desmoronar devido à enorme pressão dos 11 jogadores da equipe visitante em cima dos acuados 10 atletas gremistas.

E o desmoronamento começou, ainda nos minutos do tempo normal de jogo, através de uma penalidade, no mínimo duvidosa, marcada pelo juiz, que reduziu a vantagem gremista para 2 a 1 no placar, colocando o Grêmio numa "saia justa", mesmo considerando que isso aconteceu no momento em que o confronto se encaminhava para o seu final.

Os 45 minutos do segundo tempo se esgotaram, mas a pressão atleticana e a vontade de chegar ao empate não. Continuaram nos descontos e com elas a confirmação do provérbio "água mole em pedra dura tanto bate até que fura", configurado no segundo pênalti de João Pedro na partida, desta vez claríssimo, que resultou no empate atleticano e, a reboque dele, no terceiro gol do visitante, que levou para BH os louros de uma virada histórica acontecida numa ocasião especial do cotidiano gremista..

Se por um lado não seria lícito dizer que houve injustiça no resultado da partida, que afinal sorriu para a equipe que dominou as ações, por outro não se pode afirmar que a culpa da derrota gremista aconteceu exclusivamente pelo fato de o Grêmio ter atuado quase todo o jogo com um jogador a menos.

Essa culpa precisa ser atribuída também ao técnico Renato Portaluppi, que se acovardou no tempo complementar, abdicando de orientar seu time no sentido de dosar suas ações defensivas com as ofensivas, atraindo assim o adversário para o seu próprio campo, esquecendo-se de que 2 a 0 é uma boa vantagem, mas não é irreversível, como tem sido demonstrado, de longa data,. na história do futebol.

Como as maiores alegrias da torcida gremista, ultimamente, têm acontecido por conta dos fracassos do Internacional - e vice-versa - tudo o que restava aos 12 mil e poucos frustrados tricolores, na volta da Arena, era se preparar para secar o rival no compromisso que o Inter teria diante do Juventude, nesta tarde de domingo em Caxias do Sul.

Mas o 1º de setembro acabou virando 1º de abril para os gremistas, que entraram noite adentro convencidos de que a vitória que se desenhara no retorno à Arena e a desejada derrota do Inter para o juventude, como forma de amenizar a dor do revés diante do Galo, não passaram de uma mentira cabeluda, pois o colorado bateu o alviverde de Caxias do Sul por 3 a 1, colocando uma pá de cal nas pretensões gremistas da domingueira.

Fale com nosso comentarista esportivo, colunista, repórter e entrevistador Lino Tavares: jornalino@gmail.com, celular/whatsApp (55)991763232

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