Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

De volta ao Grêmio nesta sexta-feira, o zagueiro Erazo precisará dar explicações. A imagem deixada pela postura de seu procurador, André Cury, na negociação para renovação de contrato desagradou a direção do clube. Depois de servir à seleção equatoriana, o jogador é aguardado para falar sobre o pré-contrato que teria assinado com o Estoril, de Portugal.

O Grêmio não acredita que Erazo jogará pelo clube português. Ligado a empresa Traffic, o Estoril é utilizado muitas vezes para negociações envolvendo jogadores. Cede jogadores, negocia abertamente. E para o Tricolor gaúcho, será isso que acontecerá caso ele não fique em Porto Alegre.

Na avaliação gremista, o pré-contrato assinado com o Estoril não muda em nada a negociação para renovar com o defensor, que virou titular a partir da venda de Rhodolfo para o Besiktas, da Turquia. O documento contempla apenas a intenção de venda dos direitos econômicos que ficaram para ele e seu agente após o pagamento realizado ao Barcelona-EQU no começo deste ano.

"Ainda temos intenção que ele fique, não encerramos a negociação. Vamos conversar com ele nos próximos dias", disse o diretor executivo de futebol gremista, Rui Costa.

Erazo, através de seu perfil no Instagram, definiu tudo que aconteceu como uma confusão. Segundo ele, a ideia é permanecer no Grêmio por três anos. Entretanto, a pressão realizada nos bastidores desagradou o comando do clube, que não irá agir motivado por qualquer declaração feita na imprensa.

Entenda o negócio:

Erazo joga no Grêmio sob contrato e empréstimo até o fim deste ano. O vínculo foi repassado gratuitamente pelo Flamengo, que não estava aproveitando o jogador. Os direitos dele estão ligados ao Barcelona-EQU, mas o contrato acaba também em dezembro de 2015, deixando o jogador livre para negociar com qualquer equipe.

O Grêmio, quando firmou com Erazo no início deste ano, não aceitou pagar o valor exigido pelo clube equatoriano, pois já havia acordado com os representantes do atleta o empréstimo sem custos. Vendo que a negociação poderia não ser concretizada, o jogador e sua estafe pagaram o valor exigido, aproximadamente 200 mil dólares.

Com isso, foi colocada uma cláusula no contrato de Erazo que previa que o Grêmio deveria pagar 2,4 milhões de euros (R$ 9,2 milhões pela cotação atual) para compra dos direitos ao fim do empréstimo. A proposta apresentada pelo lado do atleta quer diluir a conta em três anos. O Grêmio não aceita pagar este valor. E o impasse foi montado.

Autorizado legalmente, Erazo assinou um pré-contrato com o Estoril, de Portugal, garantindo registro e compra dos direitos caso o Grêmio não aceite as condições impostas. Caso o clube gaúcho se acerte com ele, o pré-contrato será anulado imediatamente.

Foto: UOL