Na coletiva de imprensa com Tite, os elogios vieram das mais diversas nacionalidades de repórteres

Na coletiva de imprensa com Tite, os elogios vieram das mais diversas nacionalidades de repórteres

Danilo Lavieri

Do UOL, em Montevidéu (Uruguai)

"Eu fiquei por muito tempo pensando: como parar o Brasil?". Essa foi uma das frases de Oscar Tabárez que mostra a admiração dos sul-americanos pela fase que vive o futebol brasileiro. O técnico do Uruguai foi à coletiva de imprensa de sua equipe após o sonoro 4 a 1 em pleno Estádio Centenário convicto de que o nível alcançado pelos comandados de Tite está em outro patamar em relação aos concorrentes do continente.

"Eu assisti às últimas seis partidas que o Brasil ganhou e eles também golearam a Argentina", explicou o técnico. "Claro que dói, mas nunca nos colocamos como uma super equipe. O Brasil está em um nível diferente dos demais", afirmou.

A convicção se espalhou imediatamente pelo Estádio Centenário. Depois dos minutos de euforia pelo gol de Cavani que abriu o placar, os uruguaios ficaram boquiabertos com a tranquilidade da seleção brasileira para reassumir o controle do jogo, não se importar com a pressão do estádio, tampouco com a alta linha de marcação do Uruguai, com direito a um meio-campo congestionadíssimo.

Nas tribunas de imprensa, uruguaios se entreolhavam a cada arranque de Neymar. Tentaram esconder a surpresa com o golaço de Paulinho e se impressionaram com as viradas de jogo de Renato Augusto e Daniel Alves.

Na coletiva de imprensa com Tite, os elogios vieram das mais diversas nacionalidades de repórteres. Um deles perguntou: "O Brasil voltou a praticar o Jogo Bonito?", fazendo referência ao slogan que ficou conhecido no mundo inteiro, especialmente com Ronaldinho, Ronaldo e Rivaldo.

Nas capas de jornal, as frases seguiam a linha de "O Brasil foi o dono do jogo no Centenário" e "Neymar fez poesia nesta noite". É para tanto: o Uruguai havia jogado seis vezes em casa nessas Eliminatórias e ganhou todas, com quase 20 gols marcados e apenas um sofrido.

Nas ruas, os uruguaios menos fanáticos abordavam os brasileiros para perguntas sobre o time, especialmente sobre o técnico. Na saída do ônibus do Estádio Centenário, se aglomeraram em volta dos jogadores na esperança de uma foto ou um autógrafo.

Não foi à toa que Tite concordou com a pergunta sobre a vitória ter sido histórica. "Foi histórica, não pelo placar, mas pelo jogo. Ganhar do Uruguai aqui é muito difícil e nós conseguimos isso com alto desempenho".

Foto: Natacha Pisarenko/AP

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