Atacante jovem, decisivo, que cresce em jogos grandes, artilheiro, goleador máximo de duas das últimas três Libertadores: Gabigol está em alta e “sobra” no futebol brasileiro. Nesse contexto, óbvio que o camisa 9 do Flamengo desperta o interesse do futebol europeu, certo? Bom, até que sim. Mas o assédio não vem das camisas mais pesadas do Velho Continente. E isso é muito simbólico.
Gabigol está entre os principais jogadores do futebol brasileiro há pelo menos cinco anos (isso se não foi o principal) e tem números excelentes. Mais do que isso, o real, a moeda brasileira, está absurdamente desvalorizada em relação ao euro. Mas nada disso faz com que grandes clubes europeus cogitem tirar o camisa 9 do Flamengo.
Quem apareceu até agora foram os ingleses West Ham e Newscatle, e o turco Fenerbahce. Clubes que poderiam ser boas portas de entrar no futebol europeu. Mas que não “fazem” sentido para um jogador no patamar do principal camisa 9 do Campeonato Brasileiro, frequentemente convocado para a seleção.
É verdade que Gabigol já esteve na Europa e fracassou defendendo Inter de Milão e Benfica. Mas o que o atacante faz no Brasil não é pouca coisa. E a idade ainda ajuda: o camisa 9 tem apenas 25 anos.
Mas ninguém da “elite” europeia mira o flamenguista. A Juventus busca um centroavante e o brasileiro, o Barcelona está na mesma (pé verdade que jornais espanhóis chegaram a especular um possível interesse barcelonista, mas nada se concretizou), o Manchester City não conseguiu um homem de área desde a saída de Aguero, enfim, e ninguém olha para o grande artilheiro do futebol brasileiro nos últimos anos.
É claro que isso diz muito sobre o próprio Gabigol, que esteve na Europa e deixou uma péssima impressão. Mas diz mais sobre o futebol brasileiro de maneira geral. Está claro que o sucesso no Brasil não é necessariamente um bom chamariz para os gigantes europeus.
O jogador que “sobra” no Brasil não é confiável aos olhos dos europeus, que se interessam única e exclusivamente pelos jovens com 19/20 anos, que terminarão de ser formados no Velho Continente.
Gabigol é apenas um exemplo. Mas poderíamos falar dos nossos treinadores (afinal, Cuca faz trabalhos incríveis e sequer surge o interesse de uma equipe europeia), Abel Ferreira ganha duas Libertadores e nenhum clube da elite do Velho Continente se interessa, o mesmo aconteceu com Jorge Jesus.
A questão é que o baixo nível do futebol jogado no Brasil torna nossos principais atores desinteressantes e permite que jogadores já mais velhos e que estavam em ligas piores voltem e sobrem por aqui, como aconteceu com Hulk e Renato Augusto. É no mínimo curioso!
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