Sócrates, Casagrande e Wladimir, pilares da Democracia Corintiana. Foto: Reprodução

Sócrates, Casagrande e Wladimir, pilares da Democracia Corintiana. Foto: Reprodução

O Sport Club Corinthians Paulista comemora seu aniversário de número 10 neste domingo, 1º de setembro.

Muitos fatos aconteceram desde que um grupo de cinco operários se reuniu sob a luz de um lampião na esquina das ruas José Paulino e Cônego Martins, no bairro do Bom Retiro, região central da capital paulista.

Não foi fácil para que o Corinthians (nome em homenagem à equipe inglesa do Corinthian-Casuals) fizesse frente aos tradicionais Germânia, Paulistano e SPAC (São Paulo Athetic).

Porém, já em 1914, quatro anos após sua fundação, aconteceu a conquista do primeiro título paulista.

Desde então, de "regional", o Corinthians passou a Mundial.

De um estádio acanhado, o Alfredo Schurig (Parque São Jorge) à moderna Arena Corinthians, em Itaquera.

Para celebrar a data, alguns momentos dos períodos marcantes da vida do clube alvinegro.

ANOS 10

A estreia, em 10 de setembro de 1910 foi com derrota, 1 a 0 para o União da Lapa, ainda um jogo na várzea. A primeira vitória aconteceu na partida seguinte, no dia 14 de setembro, 2 a 0 frente o Estrela Polar. O primeiro gol da história corintiana foi de Luís Fabi. Jorge Campbell marcou o segundo. Em seu quarto ano de existência, 1914, o Corinthians conquistou seu primeiro título, o Campeonato Paulista. Voltou a levantar a taça do estadual em 1916. Pelo Campeonato Paulista a partida de estreia aconteceu diante do Germânia, que venceu por 3 a 1, em 11 de maio de 1913. No Campeonato Paulista a primeira vitória aconteceu justamente contra o Germânia, 2 a 0, em 7 de setembro de 1913.

O Corinthians em 1916, quando o time conquistou o título paulista sem perder nenhum ponto. Da esquerda para a direita estão Sebastião, Fúlvio, Casemiro Gonzáles, Police, Plínio, César, Américo, Fiú, Amílcar, Aparício e Neco. Foto: arquivo do Corinthians

ANOS 20

Período de grandes conquistas alvinegras, com destaque para o tricampeonato paulista consecutivo (1922/23/24) e mais o bicampeonato paulista (1928/29). Em 1920, o time que tinha Neco como grande destaque, marcou 75 gols em 17 jogos, uma média de 4,4 por partida. Neco, que foi o artilheiro do Campeonato Paulista, fez 24.

Neco, que somente jogou no Corinthians (entre 1913 e 1930), foi um dos destaques dos anos 20, quando o clube de Parque São Jorge conquistou o tricampeonato paulista (1922/23/24) e o bicampeonato paulista (1928/29). Ele foi o artilheiro do certame em 1920, com 24 gols. Foto: Portal Terceiro Tempo

 

ANOS 30

Com três títulos paulistas, o tricampeonato (1937/38/39), o Alvinegro teve um ano de bons nomes em seu elenco. Se Neco deixava o futebol, outros tornaram-se ídolos da torcida, como Teleco, Tuffy, Grané e Del Debbio. Com a camisa corintiana, Teleco foi artilheiro paulista em 1935, 1936, 1937 e 1939. Na década seguinte, em 1941, também foi quem mais marcou gols no estadual.

 

Teleco, que depois trabalhou no Corinthians cuidando da sala de troféus no Parque São Jorge, foi um dos maiores artilheiros da história do clube (o terceiro, atrás apenas de Cláudio e Baltazar), com 254 gols. Foto: Portal Terceiro Tempo

 

ANOS 40

O Pacaembu, estádio inaugurado em 1940, que acabou tornando-se a casa corintiana até a inauguração da Arena de Itaquera, em 2014, foi o palco do único triunfo estadual conquistado pelo Corinthians nos anos 40. Em 1941, a linha média formada por Jango, Brandão e Dino contribuiu decisivamente para o título paulista. Ainda neste período, mais precisamente em 1944, um dos grandes zagueiros do futebol brasileiro aportou no Parque São Jorge: Domingos da Guia, já consagrado por passagens no Nacional (Uruguai), Flamengo, Boca Juniors (Argentina) e Vasco. Mesmo veterano para os padrões da época (32 anos), Domingos da Guia garantiu tranquilidade aos goleiros corintianos entre 1944 e 1948.

Equipe do Corinthians nos anos 40. Em pé, da esquerda para a direita: Jango, Pellicciari, Zalmer, Begliomini, Cyro e Domingos da Guia. Agachados: Jerônimo, Servílio, Paulo, Rui e Hércules. Foto: Portal Terceiro Tempo

 

ANOS 50

Período de grandes craques da história corintiana, como Luizinho, Cláudio Christóvam de Pinho (maior artilheiro da história alvinegra, com 306 gols), Baltazar e Gylmar dos Santos Neves, entre outros. A fase começou com o título da Copa Rio-São Paulo em 1950, feito repetido em 1952 e 1953. Mas o triunfo mais emblemático foi o Paulista de 1954, que comemorou o IV Centenário da fundação da cidade de São Paulo. O técnico era Oswaldo Brandão, coincidentemente o mesmo que comandou o próximo título, apenas 23 anos depois, em 1977. O mais corintiano dos presidentes do clube, Vicente Matheus, foi eleito pela primeira vez em 1959.

O time campeão do IV Centenário, em 1954: Gylmar, Rafael, Goiano, Homero, Idário, Alan, Nonô, Roberto Belangero, Simão, Luizinho, Cláudio e o técnico Oswaldo Brandão. Foto: Divulgação

 

Da esquerda para a direita: Cláudio Cristóvam de Pinho (maior artilheiro da história do Corinthians, com 306 gols), Luizinho e Sousinha, em 1953. Foto da revista Grandes Clubes Brasileiros - Corinthians, nº 6, de 1971

Treino do Corinthians na década de 50 no Parque São Jorge, a casa corintiana que recebia média de 15 mil torcedores por jogo. Da esquerda para a direita: Baltazar (o "Cabecinha de Ouro"), Allan, Goiano, Valentino (reserva de Gylmar), Paulo e Júlio Gago (de bigode). Foto enviada por Elenice Affonso, filha de Júlio Gago

Vicente Matheus junto a sua Mercedes conversível com placas alusivas ao título paulista de 77, um dos vários anos em que ele comandou o clube. Espanhol da cidade de Zamora, seu primeiro mandato como presidente foi em 1959. No vidro traseiro, o distintivo do Corinthians. Foto: Portal Terceiro Tempo

ANOS 60

Período dos mais infelizes do clube, com apenas uma conquista, o Rio-SP de 1966, a ponto de receber o apelido de "Faz-me rir", tantos foram os fracassos acumulados pelas equipes nos anos 60. De qualquer forma, foi em 1965 que um dos maiores ídolos corintianos começou a ganhar o amor da torcida, Roberto Rivellino. Para tristeza dos corintianos, em 28 de abril de 1969, dois de seus melhores jogadores, Lidu e Eduardo, morreram em um acidente automobilístico na Marginal Tietê.

Corinthians em 1969. Em pé, da esquerda para a direita: Dirceu Alves, Lidu, Carlos, Clóvis, Edson e Diogo. Agachados: Paulo Borges, Adnan, Benê, Rivellino e Eduardo. A foto é da Revista do Esporte, de 1º de março de 1969. Logo depois, em 28 de abril, Lidu e Eduardo morreram tragicamente em acidente de carro na Marginal Tietê, em São Paulo. Foto: Portal Terceiro Tempo

 

Rivellino, o "Reizinho do Parque", em 10 de maio de 2014, dia do jogo inaugural da nova casa alvinegra, a Arena Corinthians, em Itaquera. O camisa 10 chegou ao clube em 1965 e saiu no começo de 1975. Foto: Marcos Júnior Micheletti/Portal TT

ANOS 70

Período que contrastou a grande tristeza pela perda do campeonato paulista de 1974 para o rival Palmeiras com a conquista mais comemorada pelos corintianos, o Paulista de 1977, no inesquecível gol de Basílio. Também, neste período, uma feito ímpar na história do futebol: a chamada "invasão corintiana" na semifinal do Brasileirão de 1976, no jogo contra o Fluminense, no Maracanã, apontado como o maior deslocamento de uma torcida de um estado para outro. Além do título paulista em 1977, após 23 anos de jejum, o Corinthians repetiu a dose em 1979. Dois jogadores marcaram o período: Palhinha, contratado junto ao Cruzeiro em 1977 pela maior quantia então paga a um jogador no Brasil (7 milhões de cruzeiros) e Sócrates, que chegou ao Timão em uma astuciosa manobra de Vicente Matheus, que deixou a diretoria do São Paulo a ver navios... Do banco de reservas, destaque para Oswaldo Brandão, treinador do Corinthians em 1977.

Basílio ergue o punho para comemorar o gol da redenção corintiana em 13 de outubro de 1977, diante da Ponte Preta. Fim do martírio de 23 anos. Foto: Divulgação

 

O técnico Oswaldo Brandão em pé no banco de reservas, aguardando o apito de Dulcídio Wanderly Boschilla em 13 de outubro de 1977. Na foto, da esquerda para a direita, Lance, Darcy, o preparador físico José Teixeira, Oswaldo Brandão, Isidoro Matheus, o médico Léo Vilarinho e o massagista Rocco (de boné). Foto: Revista Placar

Antes do título paulista em 77, a "invasão corintiana" em 5 de dezembro de 1976, no Maracanã. Mais corintianos do que tricolores estádio carioca na semifinal do Brasileirão. No tempo normal 1 a 1. Nos pênaltis, vitória alvinegra. Foto: Divulgação

 

Símbolo da raça corintiana, Zé Maria ficou com sua camisa ensanguentada após um corte na cabeça durante a primeira partida da decisão do Paulista de 79, que foi disputada em 6 de fevereiro de 1980, contra a Ponte Preta. No lance, o "Super Zé" cerca o ponta-esquerda João Paulo. Atrás, o ponte-pretano Lúcio, e à esquerda, Wladimir. A partida terminou 0 a 0. No jogo final, quatro dias depois, 2 a 0 para o Corinthians, que sagrou-se campeão. Foto: Divulgação

Jogada de mestre de Vicente Matheus (à direita) para trazer Sócrates ao Parque São Jorge em 1978. Ele mandou seu irmão Isidoro (à esquerda, de bigode) ao Morumbi para negociar a contratação do volante Chicão. Pura encenação para ficar com caminho livre para ir a Ribeirão Preto trazer o "Doutor", que interessava ao São Paulo. Na foto, imediatamente à esquerda de Sócrates, Orlando Monteiro Alves, dirigente corintiano. Foto: Revista Placar

ANOS 80

Impossível desassociar os anos 80 com a política do País. Nas ruas, milhões clamando pela volta das eleições diretas para presidente, no movimento batizado de "Diretas-Já!". Jogadores do Corinthians, alinhados com o ideal de liberdade, conquistaram direitos inéditos, como participar de decisões de contratações de jogadores, treinadores, esquema tático e optar por concentrar ou não para as partidas, entre outros. Os líderes do movimento: Sócrates, Wladimir e Casagrande encontraram um terreno fértil para que suas ideias florescessem, apoiados pelo então diretor de futebol, Adilson Monteiro Alves. Em campo, duas conquistas arrasadoras sobre o São Paulo, nas finais estaduais em 1982 e 1983. No final da década, em 1988, um título suado, contra o Guarani, em Campinas, gol de Viola no primeiro tempo da prorrogação, desviando o arremate de Wilson Mano. Vitória da democracia, a Democracia Corintiana!

Sócrates, Casagrande e Wladimir, pilares da Democracia Corintiana, uma bandeira que se coadunou à realidade política do País. Wladimir, aliás, é o recordista de atuações pelo Corinthians, com 803 jogos. Foto: Reprodução

 

Viola (centro) marcou o gol que deu o título paulista ao Corinthians em 31 de julho de 1988, contra o Guarani. Marcelo Djian (à esquerda) e João Paulo também vibram. Foto: Divulgação

ANOS 90

O Corinthians, ridicularizado por ser chamado de "time regional", por nunca ter conquistado um Brasileiro, sepulta este estigma em 1990, ao vencer o São Paulo no Morumbi por 1 a 0 na final, gol de Tupãzinho. Também foi o primeiro clube paulista a vencer a Copa do Brasil (1995). Voltou a ser campeão brasileiro em 1998 e 1999. Três jogadores entraram para a história do clube atuando neste período: Neto, Marcelinho Carioca e Ronaldo Giovanelli, que havia conquistado a titularidade em 1988.

Mais de 100 mil torcedores no Morumbi viram o pé do "Talismã" Tupãzinho empurrar a bola para marcar o gol corintiano contra o São Paulo em 16 de dezembro de 1990, dia do primeiro título brasileiro do clube alvinegro. Foto: Divulgação

 

Neto, destaque da campanha corintiana na conquista do Brasileirão de 1990. Foto: Reprodução

 

Marcelinho Carioca em 1995, ano do título corintiano na Copa do Brasil. Foto: Reprodução

 

ANOS 2000

Uma Libertadores (2012), dois títulos mundiais (2000 e 2012) e quatro títulos brasileiros (2005, 2011, 2015 e 2017). Não bastassem os triunfos nos gramados, em 2014 o sonhado grande estádio sai do papel e torna-se realidade, em Itaquera. Nomes? Muitos, entre eles Emerson Sheik, Guerrero, Tévez, Paulinho, Ronaldo Fenômeno e Cássio são alguns deles, mas sem dúvida alguma o ícone esteve no comando do time: o técnico Tite. É óbvio que nem tudo foi perfeito. Em 2007, a queda para a Série B do Campeonato Brasileiro.

Em Itaquera, zona leste da capital paulista, o início das obras da nova casa corintiana, em maio de 2011. Foto: Thiago Tufano Silva/Portal TT

Em 10 de maio de 2014, o jogo inaugural na Arena Corinthians, amistoso que reuniu jogadores de várias gerações do clube. Foto: Marcos Júnior Micheletti/Portal TT

 

Tite, em 30 de maio de 2016, pouco antes de deixar o Corinthians para assumir a Seleção Brasileira. Treinador comandou o Timão nas conquistas de dois títulos brasileiros (2011 e 2015), o Paulista de 2013, a Libertadores e o Mundial da Fifa, ambos em 2012. Foto: Marcos Júnior Micheletti/Portal TT

 

 

Em 8 de março de 2009 Ronaldo marca seu primeiro gol com a camisa do Corinthians, no empate em 1 a 1 diante do Palmeiras em Presidente Prudente. A união entre o jogador e o clube foi fenomenal para ambos. Foto: Reprodução

 

 

Freddy Rincón ergue o troféu do primeiro Mundial do Corinthians, em 14 de janeiro de 2000, após vitória nos pênaltis diante do Vasco, no Maracanã. Foto: Reprodução

 

Avanço do Corinthians na Libertadores de 2012 deve-se em grande parte à defesa de Cássio no chute de Diego Souza (Vasco) nas quartas de final do torneio. Foto: UOL

Emerson Sheik chuta para marcar o segundo gol do Corinthians na final da Libertadores em 4 de julho de 2012 contra o Boca Juniors, no Pacaembu. Foto: UOL

 

 

Guerrero comemora o gol do título mundial do Corinthians em 2012. Peruano marcou o único tento na partida contra o Chelsea no Japão. Foto: UOL

 

Para finalizar, fusão das imagens de Basílio (1977) e Guerrero (2012), comemorando os gols mais importantes da história do Corinthians, o Paulista e o Mundial, respectivamente. Fotomontagem de Lucas Micheletti

 

 

Com informações do "Almanaque do Timão", de Celso Unzelte

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