Rubro-negros e gremistas contarão as horas à espera do duelo final. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Rubro-negros e gremistas contarão as horas à espera do duelo final. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Por Wladimir Miranda

A verdade é que foi um jogão, no nível de um duelo de gigantes na Champions League. Parecia que o Flamengo estava no Maracanã quando a bola rolou na Arena do Grêmio. A movimentação era intensa, no gramado e no espaço reservado para os técnicos, onde o português Jorge Jesus lembrava um maestro regendo uma orquestra.

Uma orquestra afinada e em sintonia com o que há de melhor no futebol mundial dos nossos tempos. O Grêmio estava sufocado em sua Arena. Rafinha e Filipe Luís, os alas da Gávea, esprimiam Everton Cebolinha e Alisson ou quem mais aprecesse pelo setor. Os dois, recém saídos do futebol europeu, eram os responsáveis pela armação das principais estocadas ofensivas do Rubro-negro.

Bruno Henrique, Gabigol e Arrascaeta faziam uma movimentação alucinante, para desespero dos defensores gremistas.

Os cariocas fizeram dois gols, anulados pelo VAR. O domínio era absoluto. O gol de Bruno Henrique, o que valeu, ao cabecear como quis, nas costas de Rafael Galhardo, o pior do Grêmio, foi uma consequência natural do massacre. Tamanha supremacia deveria ter se transformado em uma larga vantagem no placar. Pelo que jogou no primeiro tempo, o time de Jesus merecia ir para o vestiário abençoado e glorificado com a classificação à final da Copa Libertadores da América.

O cenário mudou na volta do vestiário. O Grêmio começou a exercer uma marcação muito mais forte ao adversário, o que não havia feito antes, e a valorizar a posse de bola. O jogo mudou de lado.

Mas não perdeu a intensidade.

Só que agora quem colocava o oponente nas cordas, usando linguagem do boxe, era o time da casa. A conversa havia sido boa no intervalo, certamente comandada pelo auxiliar de Renato Gaúcho, o Alexandre Mendes, a quem o treinador do Grêmio chama carinhosamente de “Gabeira”.

Domínio por domínio, o do Grêmio foi o que resultou em melhores oportunidades criadas. Os chutes de média e longa distâncias do time gaúcho, de Matheus Henrique e Everton Cebolinha, obrigaram o goleiro Diego Alves a fazer grandes defesas. O ataque do Grêmio exigiu muito mais de Diego Alves do que o Flamengo havia exigido de Paulo Vitor.

O gol de Pepê deixou o confronto igual.

No dia 23 de outubro, no Maracanã, o duelo vai para o capítulo final. O Flamengo alia um futebol exuberante com grandes resultados. Terá pela frente um adversário que costuma atuar bem também fora de seus domínios.

O que significa que o Fla perdeu nesta quarta-feira uma grande chance de definir o confronto. Não se deve brincar com o imortal. Agora corre riscos no Maracanã.

Serão 20 dias de espera.

Rubro-negros e gremistas contarão as horas à espera do duelo final. E quem não torce para nenhum dois ficará na torcida para que o embate decisivo seja tão bom e emocionante como o que foi visto em Porto Alegre.

 

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