Ricardo Teixeira deixou os EUA durante investigação do FBI e voltou a morar no Brasil

Ricardo Teixeira deixou os EUA durante investigação do FBI e voltou a morar no Brasil

O comitê de ética da Fifa revelou nesta quarta-feira (21) o nome dos dirigentes que estão sob investigação. A lista inclui nomes como o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o alemão Franz Beckenbauer, que teriam "violado o código de ética" da entidade.

Os outros investigados são Angel Maria Villar (vice-presidente da Uefa e mandatário da Federação espanhola), Worawi Makudi (presidente da Federação tailandesa), Jeffrey Webb (presidente da Concacaf e ex-vice da Fifa), Amos Adamu (diretor da Federação nigeriana), Eugenio Figueredo e Nicolás Leoz (ex-presidentes da Conmebol).

A Fifa não informa o teor das investigações, mas a imprensa inglesa destaca que as averiguações teriam a ver com suspeitas de compra de votos nas escolhas das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Também foram citados o presidente da Fifa Joseph Blatter e o mandatário da Uefa Michel Platini, investigados por um suposto pagamento ilegal de 2 milhões de francos suíços em 2011, e o ex-secretário-geral Jerome Valcke, envolvido em um esquema ilegal de venda de ingressos dos Mundiais. Os três já haviam sido suspensos por 90 dias pelo comitê de ética.

Dois dos dirigentes citados estão presos na Suíça desde maio, detidos na operação coordenada pela polícia norte-americana às vésperas do congresso geral da Fifa e que deu início à crise na entidade.

Segundo o comunicado do comitê de ética, os casos de Villar e Beckenbauer já estão avançados e foram repassados para a câmara julgadora. A entidade ainda anunciou que pretende concluir as investigações sobre Blatter, Platini e Valcke antes do término da punição de 90 dias, imposta em 8 de outubro.

A revelação dos dirigentes investigados ocorreu um dia após a mudança no estatuto do comitê de ética. Visando maior transparência, foi aprovado que a entidade passe a divulgar os nomes dos réus em processos formais, que até então eram mantidos em sigilo.

O comitê de ética ainda informou que atualmente investiga supostas irregularidades cometidas por outros dirigentes. As investigações, porém, ainda estão em fase preliminar e o nome dos envolvidos será divulgado apenas caso encontrem evidências concretas.

Suborno milionário e relógio de ouro

De acordo com reportagens da revista americana World Soccer e do jornal "Folha de S. Paulo", publicadas em junho deste ano, Teixeira teria recebido 30 milhões de euros (R$ 134 milhões) e um relógio de ouro do emir Hamad bin Khalifa Al Thani para votar em favor do Qatar na escolha da sede do Mundial de 2022.

O pagamento teria sido feito por empreiteiras do Qatar em uma conta secreta de Ricardo Teixeira em Mônaco - que estaria com os tais 30 milhões de euros. Um juiz do principado enviou as informações para a justiça brasileira, que investiga paralelamente o cartola por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A polícia suíça já tinha revelado a suspeita de que o amistoso entre Brasil e Argentina em 2010 teria sido usado de fachada para transferência do dinheiro para o brasileiro.

Apesar de todas as suspeitas, Ricardo Teixeira negou que seu voto tenha sido influenciado por conta de quantias volumosas de dinheiro. À revista americana, o ex-presidente da CBF disse que criou sua conta dois anos depois da escolha do Qatar para sediar o Mundial. "Eu votei para o Qatar, mas eu não recebi um centavo para isso".

Foto: UOL

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