E o que me deixou triste com Carille, também, foi sua entrevista pós-jogo. Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

E o que me deixou triste com Carille, também, foi sua entrevista pós-jogo. Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

O Corinthians foi engolido pelo Independiente Del Valle nesta quarta-feira, em Itaquera, pela Copa Sulamericana. Estive no estádio e pude comprovar a superioridade dos equatorianos em todos os aspectos do jogo: táticos, técnicos, físicos e emocionais. E após a partida fui para a entrevista coletiva do técnico Fábio Carille e confesso que fiquei decepcionado com o que eu ouvi. Ele perdeu dentro e fora de campo.

O treinador corintiano colocou em campo a melhor formação possível. Desde o retorno da Copa América, esse 4-2-3-1 é o que responde de maneira mais eficaz aos problemas apresentados nas partidas. Isso não quer dizer que exista espaço para a evolução.

Por exemplo, a saída de bola da equipe é extremamente lenta. Sem zagueiros construtores, o Corinthians fica refém do triângulo pelo lado direito com Fágner, Júnior Urso e Pedrinho. Basta o adversário fechar esse corredor - e o Del Valle fez isso muito bem - que o Corinthians não consegue progredir de maneira organizada. E todo mecanismo de jogo é cobertor curto: ao ter o lado direito como principal escape ofensivo, a defesa fica desguarnecida nesse setor - os equatorianos criaram as principais chances de gol nas costas de Fágner. Acredito que o hoje reserva Ralf seja mais inteligente para fazer essas coberturas do que o titular Gabriel. Outro ponto negativo desse "melhor Corinthians" é o lado esquerdo, totalmente nulo ofensivamente. Dificilmente sai algo com Danilo Avelar. Tanto que Clayson só foi pegar na bola quando saiu da esquerda e abriu linhas de passe por dentro.

E o que me deixou triste com Carille, também, foi sua entrevista pós-jogo. Nada contra a pessoa, viu. E sim as declarações profissionais dadas por quem hoje é o técnico do Corinthians. Ele citou a falta de maturidade do elenco em jogos grandes. Oras, Cássio, Fágner, Gil, Manoel, Avelar, Clayson, Vágner Love e tantos outros não são mais meninos. Além disso não pude sentir nas palavras de Carille explicações convincentes e humildes para o banho de bola levado e nem firmeza para projetar como reverter o placar no jogo de volta.

O Corinthians pode sim chegar ainda a final da Sulamericana. Mas acredito que para isso será necessário um outro Fábio Carille. Dentro e fora de campo. E não esse que eu vi ontem em Itaquera.

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