Sport e Palmeiras entram em campo neste sábado pelo Campeonato Brasileiro. Há uma grande rivalidade que tempera o duelo. E isso se deve principalmente aos confrontos na Copa do Brasil de 2008 e da Libertadores da América de 2009. No ano passado, o rubro-negro pernambucano levou a melhor. O Sport, então dirigido por Nelsinho Baptista, eliminou o Palmeiras, de Luxemburgo, da Copa do Brasil. Neste ano, o alviverde foi mais feliz na Libertadores. A equipe paulista eliminou o Sport, na Ilha do Retiro, nos pênaltis. E faz nove anos que os dois clubes decidiram título: era a final da Copa dos Campeões de 2000.

A competição teve como sedes as belíssimas João Pessoa e Maceió, aquela que dá vontade de cantar aquela música: "Ah, que saudade do céu, do sal, do sol, de Maceió". O povo nordestino, apaixonado pelo futebol, recebeu como presente um bom torneio. A Copa das Campeões era mesmo importante, afinal dava ao campeão a passagem para a Libertadores da América do ano seguinte. Era repórter do iG e fui escalado (pelo grande jornalista André Rizek) para fazer a cobertura do evento. Acreditava que o São Paulo, mesmo após o trauma de ter perdido a Copa do Brasil para o Cruzeiro, tinha um certo favoritismo. Outro time que também chamava a atenção de todos era o Flamengo, que contava com Petkovic em grande fase e o calmo Carlinhos, o Violino, no banco. Palmeiras, Sport e outras equipes corriam por fora.

O alviverde, aliás, era a grande zebra. O time do Palestra Itália tinha sofrido um desmanche após a Libertadores daquele ano. Após a derrota para o Boca Juniors, na final, muita gente deixou o clube. Até Felipão decidiu trocar de "Palestra". O técnico gaúcho aceitou convite do Cruzeiro, que mesmo campeão da Copa do Brasil (sobre o São Paulo) decidiu demitir Marco Aurélio Moreira. Bastou então montar um time considerado barato. Chegaram ao Palmeiras jogadores como o zagueiro Paulo Turra, o volante Titi, o meia Juninho (irmão do baiano Zé Carlos) e o atacante Alberto. Marcos, machucado, não seguiu para o nordeste. Sérgio foi o goleiro. Galeano, sem contrato, apenas viajou com o elenco, mas não jogou. E Murtosa, o auxiliar de Felipão, assumiu o comando da equipe interinamente. O Palmeiras não vivia grandes espectativas.

Mas como em torneios no estilo Copa dos Campeões, Copa do Brasil e Copa Libertadores da América nem sempre os favoritos vencem, o Palmeiras fui calmamente comendo pelas beiradas. E deu certo. Aos poucos, o time de Murtosa foi ganhando corpo. O colombiano Asprilla era umas das principais estrelas, mas quem brilhou de fato foi um jovem chamado Taddei. Com ele no meio de campo, o Palmeiras desbancou o Flamengo, na semifinal. E na final encontrou o Sport, que surpreendentemente tinha passado pelo São Paulo. Era a despedida de Raí.

O Sport tinha como técnico Emerson Leão. Em campo, as principais armas do time pernambucano eram o goleiro Bosco, hoje no São Paulo, e os meias Nildo e Adriano Codorninha. Aliás, Adriano que tinha passe preso ao próprio Tricolor paulista. E ele foi o principal carrasco do time são-paulino, então dirigido por Levir Culpi.

Papo com o Pena

Um dia antes da final, eu encontrei o atacante Pena. Ele estava chateado por não poder jogar a final. Estava suspenso. Grande figura, ótimo papo e bom de garfo -jantamos juntos em um quiosque na Praia Verde-, Pena revelou que nunca tinha visto um elenco tão unido. Cheguei a brincar com o atacante ao dizer que o time dele já tinha ido longe demais. Duvidei mesmo que o time palmeirense vencesse o Sport, que, por questões geográficas, contava em Maceió com grande apoio da inflamada torcida rubro-negra.

A final

Como previa, a torcida do Sport compareceu em maior número no estádio do Rei Pelé no dia da final. O campeão sairia naquele dia 25 de julho de 2000. Apenas um jogo no estado de Djavan. Mas errei o palpite sobre o campeão. O Palmeiras dominou a partida desde o início. O resultado foi justo: 2 a 1 para o Verdão. Os gols do time de Murtosa foram marcados por Asprilla e Alberto, o mesmo atacante campeão brasileiro pelo Santos dois anos depois. Nildo, no final, fez para o Sport. E com um grupo muito humilde, dedicado e sem badalações, o Palmeiras venceu a competição e garantiu a vaga na Libertadores de 2001.

SPORT 1X2 PALMEIRAS - FINAL DA COPA DOS CAMPEÕES DE 2000

Local: Rei Pelé (Maceió/AL)

Árbitro: Carlos Eugênio Simon

Gols: Asprilla 32 (1º), Alberto 9 (2º) e Nildo 46 (2º).

Palmeiras: Sérgio, Neném, Paulo Turra, Agnaldo e Jorginho; Fernando, Taddei, Juninho e Asprilla; Alberto (Titi) e Basílio (Adriano). Técnico: Flávio Teixeira Murtosa.

Sport: Bosco, Russo, Erlon, Márcio Goiano e Evaldo (Marquinhos); Leomar, Sidney, Nildo e Adriano; Almir e Sandro Gaúcho (Leonardo). Técnico: Emerson Leão.

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