Tricolor vem lutando contra o rebaixamento e mostra pouca reação. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Tricolor vem lutando contra o rebaixamento e mostra pouca reação. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Como é possível uma temporada ter a conquista de um título e ainda assim ser uma vergonha para um clube? Bom, não é precisa grande análise para entender como o São Paulo consegue isso em 2021.

A temporada começou de forma promissora, um time intenso, organizado, com boas alternativas. O final, porém, é dos piores possíveis: o time briga para não cair, mostra pouquíssima reação, zero evolução e, talvez o pior de tudo, em alguns momentos escancara até certa indiferença.

Analisando friamente, o 2021 do São Paulo é CONTRANGEDOR! Poucas palavras descrevem tão bem a temporada Tricolor.

O São Paulo investiu tudo no Paulistão porque, nas palavras de seus dirigentes, precisava de um título para acabar com a incômoda fila, e deu certo. Levantou a taça jogando bem. Mas a conta veio: o time não fez pré-temporada, as lesões apareceram, a equipe se desorganizou, perdeu o a intensidade cobrada por Crespo, o técnico argentino sofreu com a dificuldade do Brasileiro, até que veio a troca no comando. Saiu Crespo, veio Rogério Ceni, e o time piorou!

No final das contas, a crise são-paulina é técnica, tática, financeira (não esqueçamos do episódio Daniel Alves), mas é também uma crise de postura.

Uma equipe que passou boa parte do primeiro turno na zona do rebaixamento, que não se livrou da ameaça da queda até hoje, e que reage pouco, que se mostra pouco incomodada. As derrotas não parecem abalar de fato o grupo são-paulino. E não é por acaso que as manifestações das torcidas organizadas do clube ao longo do ano foram sempre com foco nos atletas.

Após a derrota para o Grêmio, jogo que poderia livrar o São Paulo de vez da ameaça de Z4, a Torcida Independente descreveu de forma brilhante o momento do clube: “o rebaixamento moral já veio”, escreveu a organizada em publicação.

A verdade é que há anos o São Paulo vem montando grupos que parecem sempre um pouco indiferentes ao fracasso.

Se quiser ter um ano digno em 2022, a primeira medida da direção tricolor precisará ser mudar o perfil da equipe. Reformular o elenco pensando, claro, em questões técnicas e táticas, mas também analisando com muito cuidado o nível de comprometimento de cada atleta. Que seja um elenco mais fraco (como diretoria e treinador já indicou), que diminua a qualidade técnica. Se houver mais “incômodo”, já será um ano melhor. É o mínimo que a torcida tricolor precisa e merece.

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